segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O exemplo da Grècia

A recente vitória do partido esquerdista Syriza nas eleições da Grècia mostra que a tentativa de estimular uma guinada à direita no Brasil está na contramão dos tempos atuais. A vitória do Syriza foi uma vigorosa resposta do povo grego às medidas de "austeridade" impostas ao país pela Comunidade Européia, um exemplo a ser seguido por muitos países. Sabe-se, há muito tempo, que a propalada "austeridade", defendida pelos neoliberais como meio de sanear financeiramente países endividados, visa, apenas, garantir que os credores, como bancos e empreiteiras, recebam o que lhes é devido. Para a população, tudo o que tais medidas ocasionam é recessão, desemprego, miséria, falta de perspectivas. Os gregos resolveram dar um basta aos métodos conservadores de "recuperação econômica". Como a Grécia é um país de economia pequena, as grandes potências européias ainda não manifestam maior preocupação. Porém, se países de maior expressão econômica, como a Espanha, por exemplo, que vive grave crise, aderirem ao exemplo grego, tudo mudará de figura. Mesmo com toda a apologia ao neoliberalismo por parte da grande imprensa, a esquerda vem expandindo sua influência no mundo. Na América do Sul, Brasil, Argentina, Uruguai, Equador, Venezuela, Bolívia e Chile tem governos de esquerda, todos eleitos democraticamente. No Chile, por sinal, após uma breve experiência com um governo de direita, tendo como presidente um magnata, o povo devolveu o poder à esquerda. A direita grita, mas os eleitores não lhe ouvem. Por isso, qualquer tentativa de golpe será rechaçada no Brasil. Ninguém vai impor ao povo brasileiro um caminho diferente daquele que foi por escolhido por ele nas urnas.