segunda-feira, 18 de abril de 2022

Desfaçatez

O vice-presidente, general Hamilton Mourão, é uma figura representativa do que há de mais espúrio na sociedade brasileira. Pela enésima vez, Mourão fez pouco de revelações contra os agentes do golpe militar de 1964, dizendo, aos risos e com enorme desfaçatez, que não há como investigar seus atos, por estarem todos mortos. Desde que surgiu no cenário político brasileiro, Mourão tem dado declarações carregadas de preconceitos contra índios e negros, por exemplo, numa série de atrocidades verbais. Mourão será candidato ao Senado pelo Republicanos/RS. A sigla que escolheu se autodefine como "o único partido conservador do Brasil", calcando seu discurso nos três alicerces fascistas de sempre, ou seja, "Deus, pátria e família". O partido tem como dirigentes membros da cúpula da Igreja Universal do Reino de Deus, organização que explora a boa fé dos mais humildes para arrecadar grandes somas de dinheiro e enriquecer seus controladores. Em outubro, o Brasil terá mais uma chance de fazer um acerto de contas com a sua história. O filme de terror em que se constitui o governo do presidente genocida Jair Bolsonaro tem de ser removido do poder. O Senado não pode abrigar o execrável Mourão. Está na hora do eleitor brasileiro colocar esses nomes, e tantos outros do mesmo matiz ideológico, para a lata de lixo da história.