terça-feira, 10 de abril de 2018

Aceita que dói menos

Há expressões que caracterizam determinadas épocas, sendo muito usadas, até que sejam esquecidas e substituídas por outras. Atualmente, é muito empregada a expressão "aceita que dói menos". Ela costuma ser utilizada quando alguém não assimila uma situação que lhe seja desfavorável. O Inter, seus torcedores, e os defensores assumidos ou enrustidos do clube na imprensa, estão vivendo um momento assim. A estupenda fase do Grêmio, com títulos em sequência, enquanto o Inter ainda tenta se recompor depois de um rebaixamento para a Segunda Divisão do futebol brasileiro, e de uma volta sem brilho para a Série A, faz com que os nervos dos seus adeptos estejam muito sensíveis. As "cornetas" e os "memes" de jogadores e torcedores do Grêmio com o seu maior rival estão gerando inconformidade no Inter. O curioso é que, dois anos atrás, quando o jogador Eduardo Sasha, atualmente emprestado ao Santos, dançou a valsa dos 15 anos do Grêmio sem a conquista de grandes títulos, todos pareceram achar o gesto provocativo como algo normal, uma simples brincadeira. Agora, quando jogadores e torcedores do Grêmio pedem "um minuto de silêncio para o Inter que está morto", a revolta do clube e de seus adeptos toma conta dos espaços na imprensa. No futebol, como na vida, a banca paga e recebe. O Grêmio e seus torcedores estão, apenas, exercendo o saudável direito de "tocar flauta" nos adversários. No futebol, o êxito e o fracasso são cíclicos. O momento é amplamente favorável ao Grêmio, e é natural que ele tire proveito disso gozando e provocando o seu maior rival. Para o Inter cabe, então, o conselho da expressão em evidência referida no início do texto, ou seja, aceita que dói menos.