sábado, 4 de janeiro de 2020

A França segue sendo um exemplo

Um verdadeiro farol para a humanidade. Assim foi a França durante muito tempo. A chamada "Revolução Francesa" foi, na prática, um divisor de águas para toda a sociedade ocidental. A noção de "liberdade, igualdade e fraternidade" se espalhou pelo mundo. A base intelectual e humanística ocidental tem origem na França. Os enciclopedistas e humanistas franceses influenciaram o modo de pensar de várias gerações. Nomes do porte de Rousseau, Voltaire, Diderot, Montesquieu. Esse quadro permaneceu até os primórdios do século XX. A partir da Primeira Guerra Mundial e, principalmente, da Segunda, os Estados Unidos tornaram-se culturalmente hegemônicos, o que, para o mundo, teve consequências lamentáveis. O empobrecimento cultural que resultou desse predomínio é chocante. Usando, inicialmente, o cinema, os Estados Unidos  criaram a cultura de massas, e propagaram pelo mundo os seus valores, incitando ao consumismo e ao conceito de uma sociedade dividida entre vencedores e perdedores. Porém, se foi suplantada na sua influência mundial pelos Estados Unidos, a França nunca se dobrou à hegemonia cultural americana. Não cede à boçalidade dos da turma do Tio Sam. Agora mesmo, enquanto a população de vários países se submete com pouca resistência ao desmonte de seus direitos previdenciários, os franceses saem às ruas ruidosamente, pelo mesmo motivo. Os protestos já duram meses, e o governo não sinaliza ceder em suas intenções, mas quem conhece a têmpera do povo francês sabe que ele não irá desistir até a revogação parcial ou total da reforma previdenciária. A França segue sendo um exemplo para o mundo. Um modelo de dignidade, caráter, consciência, independência, autenticidade.