quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Tribunal imoral

A absolvição do Corinthians no caso Petros, pelo STJD, expõe, mais uma vez, a condição que caracteriza esse tribunal. O STJD é um orgão imoral. Suas decisões atropelam a legislação esportiva e são dadas de acordo com o poderio maior ou menor dos clubes envolvidos. Em casos análogos ao do Corinthians, o Novo Hamburgo foi eliminado da Copa do Brasil depois de ter obtido, dentro de campo, a classificação para uma fase da competição, e o América Mineiro perdeu seis pontos no Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. Os três clubes escalaram jogadores que estavam com inscrição irregular. Porque só o Corinthians não foi punido? O clube deveria, segundo a legislação esportiva, perder quatro pontos no Campeonato Brasileiro por ter escalado irregularmente o volante Petros num jogo contra o Coritiba. Com a perda dos pontos, o Corinthians estaria praticamente fora da Libertadores, o que favoreceria Grêmio e Inter, que ampliariam suas chances de se classificar para a competição continental. Por isso mesmo, os dois clubes, tradicionais rivais, atuaram juntos no julgamento. O Corinthians, após a decisão que lhe foi favorável, tripudiou sobre Grêmio e Inter nas redes sociais, numa atitude típica dos que se sentem acima do bem e do mal. A condição espúria do tribunal já havia sido demonstrada quando da injusta e absurda punição do Grêmio no caso Aranha. Grêmio e Inter cogitam de, em última instância, recorrer à Fifa. Não deverá adiantar nada, mas é importante que o façam. Diante de tamanha iniquidade, é preciso protestar fortemente, para marcar posição e atrair os holofotes sobre o descalabro da "justiça" esportiva brasileira. Com isso, quem sabe, um dia se possa ter, no Brasil, um tribunal esportivo com credibilidade.