quarta-feira, 29 de abril de 2020

O recuo de Bolsonaro

Para o bem do Brasil, Alexandre Ramagem não será empossado como o novo diretor-chefe da Polícia Federal, como era da vontade do presidente Jair Bolsonaro. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, barrou a nomeação de Ramagem, acolhendo uma ação do PDT. Não poderia ser diferente. Por mais que o país esteja entregue ao pior governo de sua história, há um limite para tudo, e a escolha de Ramagem era uma afronta à dignidade do exercício do poder. Diante da decisão de Alexandre de Moraes, houve o recuo de Bolsonaro, que desfez a nomeação de Ramagem. Em pronunciamento durante a posse do novo ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, o ex-capitão classificou a decisão do ministro de "monocrática". Mais uma vez, Bolsonaro estava tentando ser ardiloso, buscando marcar o ministro como um adversário de seu governo. Porém, Bolsonaro não recorreu da medida, preferindo desfazer a nomeação de Ramagem, porque sabia que seria derrotado também no plenário do STF, composto de onze ministros. Entre tantas más notícias, a não efetivação de Ramagem como diretor-chefe da Polícia Federal é um alento para o país. O Poder Judiciário, chamado a se posicionar numa gravíssima questão, mostrou sua independência. Pena que não seja sempre assim.