segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Inaceitável

A decisão do jogador Mário Fernandes, do Grêmio, de não se apresentar na Seleção Brasileira, para a partida contra a Argentina, quarta-feira, em Belém, é inaceitável. Deixando de lado argumentos mais emocionais, como a honra que deveria ser, para qualquer um, fazer parte do grupo de convocados para a Seleção, há aspectos profissionais que não podem deixar de ser considerados nesses tempos tão frios e pragmáticos em que vivemos. Uma convocação para a Seleção, por si só, aumenta o valor de mercado de um jogador. O sonho, comum a quase todos os jogadores, hoje em dia, de atuar num clube da Europa, torna-se muito mais factível depois de uma chamada para a Seleção. Não só Mário Fernandes, mas os detentores de seus direitos econômicos teriam uma excelente perspectiva de ganhos com uma futura transação, o que não pode ser desconsiderado no milionário mundo do futebol atual. O jogador alegou "motivos pessoais" para a sua atitude, que não foram revelados para o público. Ora, a menos que seja algo de extrema gravidade, o que, inclusive, justificaria o silêncio em torno da questão, o Grêmio não deveria compactuar com a postura do jogador, e, sim, tentar fazer com que voltasse atrás em seu ato, acatando a convocação. Mário Fernandes, com seu gesto, compromete o seu futuro profiissional e prejudica o Grêmio quanto aos ganhos numa futura negociação. Tendo em vista sua fuga do clube, logo que foi contratado, e o comportamento instável que um irmão seu, que joga no Corinthians, também apresenta, o problema de Mário Fernandes parece ser de natureza emocional, estando a exigir uma intervenção mais enérgica, quem sabe com acompanhamento clínico. Mário Fernandes é um grande jogador, talvez o melhor, tecnicamente, do Grêmio. Tem tudo para alcançar uma brilhante carreira no futebol, mas pode estar sendo derrotado por si mesmo. Cabe ao Grêmio agir, no interesse do jogador e do seu próprio, para impedir que um futuro tão promissor seja comprometido pelos rompantes de uma personalidade problemática. O exemplo de Arílson ainda está bem presente para que se veja como a inconsequência pode acabar com uma carreira. O Grêmio e os responsáveis pela adminstração dos interesses do jogador não podem permitir que o mesmo aconteça com Mário Fernandes.