quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Conselhos neoliberais

Como se já não bastassem as postulações semanais de capitalismo selvagem da revista "Veja", agora é a inglesa "The Economist" que se arvora em dar conselhos de condução da política econômica para o governo  brasileiro. Para a revista inglesa, a presidente Dilma Rousseff deveria demitir o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que teria "perdido a confiança dos investidores". Alegando a condição pragmática de Dilma, a publicação diz que ela deveria "deixar o espírito selvagem do mercado rugir". Os argumentos para a defesa da queda de Mantega passam pela diminuição do ritmo de crescimento da economia brasileira e da interferência do governo nos negócios privados. Felizmente, Dilma já deu mostras de não ser permeável a pressões e a "conselhos desse tipo". Com a atual crise econômica que varre a Europa, as publicações daquele continente não estão em condições de apontar caminhos para outros países. O Brasil, inclusive, ultrapassou a Grã-Bretanha e se tornou a sexta maior economia do mundo. As previsões são de que, em 2013, deverá subir para o 5º lugar. Assim, não parece lógico que sua política econômica tenha de sofrer revisões adotando conceitos que levaram ao descalabro econômico europeu. O que "Veja", "The Economist", ou qualquer outra publicação, precisam entender é que, por mais "pragmática" que seja, Dilma não se orienta pela cartilha neoliberal. Note-se que, como já foi referido acima, o Brasil ostenta uma condição econômica bastante satisfatória no momento, mesmo com suas posturas "anacrônicas". Os arautos da "modernidade econômica" e do "espírito animal do mercado", por outro lado, se deparam com uma crise econômica gravíssima na Europa e nos Estados Unidos, que lhes servem de modelos. A política econômica brasileira vai muito bem, obrigado. Poderá receber pequenas correções, na medida da necessidade, jamais uma mudança de rumos.