quarta-feira, 18 de maio de 2016

Extinção emblemática

A anunciada extinção do Ministério da Cultura, e sua absorção pela pasta da Educação, é emblemática em relação aos propósitos do governo do presidente interino Michel Temer. Num governo que optou pelo obscurantismo de maneira flagrante, acabar com o Ministério da Cultura é bem coerente. Um governo que chega ao poder pela via de um golpe, sem o respaldo das urnas, não pode, mesmo, ter nenhum apreço pela cultura. Para governos como o de Temer, o senso crítico representado pela cultura é uma ameaça constante. Afora isso, fiel ao figurino neoliberal, o governo de Temer prioriza o "pragmatismo" político e econômico, no qual uma área como a cultura é considerada supérflua. A repercussão da extinção do ministério foi extremamente negativa junto á classe artística. Declarações e protestos de artistas surgiram em grande volume. Surpreendido pelo impacto negativo da medida, Temer já cogita a sua revogação. Porém, o estrago já está feito. O governo Temer mal começou e já criou áreas de atrito com vários segmentos da sociedade. Se prosseguir assim, com ações desastradas em pouco tempo, sua duração poderá ser muito breve.