sexta-feira, 25 de agosto de 2023

As posições de Zanin

A indicação, pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, de Cristiano Zanin, seu advogado pessoal, para uma cadeira no Supremo Tribunal Federal, em substituição a Ricardo Lewandowski, que se aposentou, gerou enorme polêmica. Os mais exaltados viam na atitude de Lula uma tentativa de aparelhar o STF, outros não iam tão longe, mas a consideravam inconveniente. A esquerda, apoiava a indicação. Porém, o que ninguém poderia esperar aconteceu. As posições de Zanin, em duas votações recentes do STF, inverteram as apreciações. Zanin foi o único dos 11 ministros do tribunal a votar contra o enquadramento da homofobia e transfobia como injúria racial. Nem mesmo os ministros indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro o fizeram. Kássio Nunes Marques votou a favor, e André Mendonça optou pela abstenção. No julgamento em curso sobre a liberação do porte de maconha, o STF está com cinco votos a favor da proposição, e um contra. O ministro André Mendonça pediu vista do processo. O único voto contrário, até agora, foi o de Zanin. O novo ministro do STF repete assim o que aconteceu com outro integrante da corte, Dias Toffoli, também indicado por Lula, que tem adotado posturas contrárias aos interesses da esquerda ao longo da sua trajetória. Por ser jovem, Zanin terá um longo período no STF. No entanto, seu começo de atuação não parece ser o melhor.