sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Debate frustrante

Esperava-se um embate mais explosivo. Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, como candidatos a presidente, fizeram um debate frustrante, hoje, até por ser o último da campanha. Houve uma ampla citação de números por parte dos candidatos, exaltando dados de seus respectivos governos. Os momentos mais frágeis de Bolsonaro foi quando, diante da leitura de uma manifestação do candidato ainda como deputado federal, em 1992, favorável ao aborto, respondeu que era uma declaração muito antiga, de 30 anos atrás, da qual nem se recordava mais, e ao colocar-se como perseguido pelo "sistema", e insinuar que o jornalista William Bonner, coordenador do debate, teria um cargo num governo de Lula, colocações que nada somam, só se direcionam aos seus seguidores mais fanáticos. Visivelmente tenso, Bolsonaro ficou sem saber o que dizer em várias situações, como o gasto com Viagra para as Forças Armadas e o corte nos recursos para as políticas de combate à violência contra as mulheres. Porém, Lula não deitou e rolou diante do fraco e inseguro Bolsonaro. Não lhe convinha uma postura mais agressiva, pois já ficou na frente no primeiro turno e lidera as pesquisas no segundo. Afora a troca de acusações de "mentiroso" entre ambos, o clima não foi muito agressivo entre os candidatos. O balanço que se pode fazer do debate é que ele não foi empolgante. Sendo assim, favoreceu a quem já está na frente, pois não teve a força de mudar ou conquistar voto. O debate era a última cartada de Bolsonaro, mas não serviu para encaminhar uma virada. Lula conseguiu sair sem arranhões do debate, e isso deverá garantir sua vitória na eleição presidencial.