sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Excessos

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, declarou que prefere os "excessos" da Polícia Federal, a uma apatia em seu proceder. Mello destacou que o país conta com uma Polícia Federal atuante e que os seus excessos podem e devem ser coibidos visando ao aprimoramento. O ministro tem toda a razão. Nos últimos anos, em suas diversas operações, a Polícia Federal tem feito um trabalho exemplar, desnudando uma série de falcatruas e ações fraudulentas envolvendo políticos e autoridades. A grita quanto aos seus procedimentos, tachados de excessos, é coisa de quem tem telhado de vidro e teme ser alcançado pela lei. Os reclamantes queixam-se, por exemplo, do uso de algemas. Ora, é natural que praticantes de ações delituosas sejam algemados. Os crimes de colarinho branco não tem de ser tratados de forma mais branda do que outros delitos. Outra queixa seria quanto ao vazamento para a imprensa de fotos dos acusados, quando de seu fichamento na polícia, o que lhes colocaria numa situação humilhante perante à opinião pública. Há, até, quem tenha bradado que não se pode transformar o Brasil num estado policial. Todo esse esperneio é próprio  de quem se acostumou com a impunidade e não quer abrir mão de seus privilégios. Aqui e ali, pode até ser que a Polícia Federal tenha cometido algum excesso em suas ações. No entanto, num país assolado pela corrupção, é bom saber que há uma instituição que busca desvendar os  crimes da esfera política e punir seus autores. As operações da Polícia Federal só podem ser vistas como problemas para quem tem a "ficha suja" ou a consciência pesada. Para os interesses da cidadania e a defesa da democracia, são uma solução.