quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A festa das gafes

A festa de entrega dos prêmios para os melhores do Campeonato Brasileiro de 2011, realizada anteontem no auditório do Ibirapuera, em São Paulo, ficou marcada pelas gafes. Jogador que foi chamado ao palco e não estava no recinto, falta do envelope para anúncio de premiação, entre outros fatos, tornaram a festa ainda mais "bagunçada" do que em anos anteriores. Eis um fato que chama a atenção. Apesar dos ambientes nobres em que é realizada, nos anos anteriores a festa teve por local o Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e da presença de astros da Rede Globo como apresentadores, a premiação aos melhores do Brasileirão tem sido, ano após ano, uma cerimônia confusa. Na edição desse ano, por exemplo, o zagueiro Dedé, do Vasco, teve seu nome anunciado para receber um prêmio. O jogador, no entanto, não estava no local. Onde estava Dedé? Participando do programa "Bem Amigos", do Sport TV, canal de esportes a cabo da própria Rede Globo, co-promotora do evento da CBF! O governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, subiu ao palco para entregar um prêmio, mas o envelope com o nome do vencedor não havia sido levado aos apresentadores da cerimônia. A diretoria do Vasco, vice-campeão brasileiro e clube com mais jogadores premiados, não foi convidada  para a festa, fato que a CBF imputou à empresa responsável pela organização do evento. Em edições anteriores, outras gafes foram cometidas. A partir do que se vê nessa e em tantas outras premiações no país, fica a impressão de que o gosto brasileiro pela informalidade é tão grande que nos impede de dar a devida solenidade a determinadas situações. Muitos criticam a festa do Oscar, considerando-a um espetáculo "kitsch"  e aborrecido, mas ela é feita com rigor profissional.  No Brasil, nas premiações do esporte, do cinema e da música, o que se vê são figurinos equivocados, quando não absolutamente desleixados, apresentadores atrapalhados, e uma série de outros deslizes incompatíveis com um evento que se pretenda grandioso. A descontração e a capacidade de improvisação dos brasileiros são atributos apreciáveis, mas há momentos em que eles são indesejáveis.