terça-feira, 14 de agosto de 2018

Novidade velha

O Partido Novo, uma das tantas legendas que surgem no país do dia para a noite, numa absurda proliferação, tem um candidato a presidente. Seu nome é João Amoedo. O partido e seu candidato vendem a ideia do "novo", mas representam, na verdade, o que há de mais arcaico na política brasileira. O que divulgam, portanto, é uma novidade velha. Amoedo e seu partido defendem o carcomido ideário de direita que propõe o encolhimento do tamanho do Estado, a venda de estatais, a "flexibilização" das leis trabalhistas e a submissão ao mercado. Não por acaso, Amoedo é o candidato a presidente que tem o maior patrimônio pessoal declarado. Milionário, suas propostas visam a manutenção de um país voltado para o interesse dos ricos, em detrimento da grande massa desassistida. Como o Partido Novo não tem o número mínimo de deputados federais exigido pela lei eleitoral, Amoedo não pode participar dos debates televisivos entre os candidatos. Menos mal, já basta ter de aturar Jair Bolsonaro, Geraldo Alckmin, Henrique Meirelles e Álvaro Dias, todos eles energúmenos de direita. No Rio Grande do Sul, o Partido Novo possui um candidato a governador. Chama-se Mateus Bandeira. Ex-diretor do Banrisul, ele defende a privatização do banco, o que seria um atentado ao interesse público. O Banrisul é um banco altamente lucrativo e competitivo, motivo de orgulho para a população do Rio Grande do Sul. Partido nanico, o Novo não deverá ter muita receptividade dos eleitores. Na verdade, o bom seria que o partido, tão rápido quanto apareceu, saísse de cena, pois nada de bom tem a oferecer.