sábado, 24 de fevereiro de 2018

Dever cumprido

O Grêmio precisava vencer o Novo Hamburgo, nenhum outro resultado servia, já que estava na zona de rebaixamento do Campeonato Gaúcho. Para alívio do torcedor, o Grêmio saiu de campo, hoje, na Arena, com o dever cumprido. Goleou por 3 x 0, e poderia ter feito mais se tivesse forçado. O time não foi inteiramente reserva, foi reforçado por Jailson, Ramiro e Everton. O grande destaque foi Tony Anderson, vindo por empréstimo do Cruzeiro com parte da negociação de Edílson para o clube mineiro. Foi ele que fez o primeiro gol, aos 24 segundos de jogo. Tony Anderson também iniciou a jogada que resultou no segundo gol. Afora isso, mostrou uma técnica refinada em vários outros lances, encantando o torcedor. Com o resultado, o Grêmio deixou a zona de rebaixamento, e se vencer dois dos três jogos que lhe restam, deverá se classificar para a próxima fase do Gauchão. Com a conquista do título da Recopa Sul-Americana e a vitória reabilitadora de hoje, o Grêmio vai confiante para a sua estreia na Libertadores, terça-feira, contra o Defensor, em Montevidéo.

Unanimidade burra

A Conmebol resolveu, por unanimidade do seu Conselho, instituir, a partir da edição de 2019, a decisão da Libertadores num jogo único, em campo neutro. O jogo deverá ser realizado num sábado, em horário nobre. Como se percebe, é uma imitação descarada da forma de decisão da Champions League. Sem dúvida, é o que se pode classificar de uma unanimidade burra, confirmando a célebre máxima. Afinal, as diferenças entre Europa e América do Sul são gritantes. As distâncias entre os países europeus são bem mais curtas, o que permite, na maior parte dos casos, fazer viagens de trem, facilitando o deslocamento das torcidas. O poder aquisitivo na Europa é mais alto, o que favorece aos torcedores a possibilidade de arcar com os custos de um jogo realizado fora do país onde residem. Tudo muito diferente do que ocorre na América do Sul. Mais uma vez, o que está preponderando é o interesse financeiro, visando ganhos com os direitos de transmissão pela televisão. O que a Conmebol não leva em conta é que os clubes sul-americanos não possuem a mesma atratividade que os europeus no mercado Internacional. Na prática, a medida adotada pela Conmebol vai retirar da maioria dos torcedores dos clubes que decidirem a competição, a condição de assistirem o jogo no estádio. Nem tudo que é feito no futebol europeu deve ser imitado por aqui. No caso específico da decisão em jogo único, a Europa é que deveria repensar o fato. Uma decisão em dois jogos, como ocorre em todas as outras fases da competição, seria muito mais adequada. A cada ano, por interesses não relacionados ao futebol dentro de campo, a Conmebol vai piorando o que deveria ser a sua jóia da coroa, a Libertadores, o que é uma lástima.