sábado, 24 de fevereiro de 2018

Unanimidade burra

A Conmebol resolveu, por unanimidade do seu Conselho, instituir, a partir da edição de 2019, a decisão da Libertadores num jogo único, em campo neutro. O jogo deverá ser realizado num sábado, em horário nobre. Como se percebe, é uma imitação descarada da forma de decisão da Champions League. Sem dúvida, é o que se pode classificar de uma unanimidade burra, confirmando a célebre máxima. Afinal, as diferenças entre Europa e América do Sul são gritantes. As distâncias entre os países europeus são bem mais curtas, o que permite, na maior parte dos casos, fazer viagens de trem, facilitando o deslocamento das torcidas. O poder aquisitivo na Europa é mais alto, o que favorece aos torcedores a possibilidade de arcar com os custos de um jogo realizado fora do país onde residem. Tudo muito diferente do que ocorre na América do Sul. Mais uma vez, o que está preponderando é o interesse financeiro, visando ganhos com os direitos de transmissão pela televisão. O que a Conmebol não leva em conta é que os clubes sul-americanos não possuem a mesma atratividade que os europeus no mercado Internacional. Na prática, a medida adotada pela Conmebol vai retirar da maioria dos torcedores dos clubes que decidirem a competição, a condição de assistirem o jogo no estádio. Nem tudo que é feito no futebol europeu deve ser imitado por aqui. No caso específico da decisão em jogo único, a Europa é que deveria repensar o fato. Uma decisão em dois jogos, como ocorre em todas as outras fases da competição, seria muito mais adequada. A cada ano, por interesses não relacionados ao futebol dentro de campo, a Conmebol vai piorando o que deveria ser a sua jóia da coroa, a Libertadores, o que é uma lástima.

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