Desnível

Há algum tempo, o futebol, transformado num grande negócio, começou a apresentar uma preocupante distância de capacidades técnicas entre seus disputantes. Tanto em relação às seleções quanto aos clubes, o equilíbrio histórico existente no confronto entre América do Sul e Europa se rompeu. Em função de seu maior poderio financeiro, o futebol europeu tornou-se predominante. Esse fato, por si só, já compromete a competitividade que é essencial no esporte. Porém, a situação é ainda mais grave. A disparidade financeira entre clubes está gerando um grande desnivel até entre os participantes de campeonatos nacionais da Europa e nos demais torneios daquele continente. Paris Saint Germain, Juventus, e Bayern de Munique, se tornaram praticamente imbatíveis em seus países, empilhando títulos de campeonatos e copas nacionais. Nas competições continentais da Europa não é diferente. Os clubes com chances efetivas de vencer a Champions League e a Europa League são poucos. Hoje, numa das semifinais da Europa League, isso ficou claro, mais uma vez. O Internazionale de Milão goleou o Shakktar Donetsk por 5 x 0, com extrema facilidade. Nem parecia uma partida, mas, somente, um treino do clube italiano. Essa situação não pode persistir. A Fifa tem de pensar num meio de proporcionar um maior equilíbrio no futebol, para que ele não perca a sua atratividade.