segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A vitória do bom senso

O plebiscito realizado ontem para decidir sobre a divisão do Pará em outros dois estados terminou com uma vitória esmagadora da opção "não". Um total de 68,4% dos eleitores consultados rejeitou a criação do estado de Tapajós, e 67,4%  foram contrários ao estado de Carajás. Foi uma vitória, também, do bom senso. A criação de novos estados tem benefícios muito duvidosos, se é que gera algum, mas ocasiona prejuízos bastante evidentes. A partir da instalação de novas unidades federativas, várias instituições tem de ser criadas, o que leva ao surgimento de uma série de cargos, pagos com o dinheiro público. São novos governadores, deputados federais e estaduais, senadores, assessores, cargos de confiança, justiça estadual, entre outras funções. Antes que possa obter qualquer ganho prático com a divisão territorial, o cidadão e contribuinte é chamado a pagar a conta. Felizmente, o eleitor, tido quase sempre como despreparado, soube, no caso em questão, ter o discernimento de recusar a proposta de criar novos estados. O Pará seguirá tendo o seu tamanho original. As regiões que abrangem as áreas em que seriam instaladas as novas unidades federativas terão de achar outras alternativas para o seu desenvolvimento que não impliquem no fracionamento do território paraense. O Brasil ficará um pouco mais tranquilo, pois estará livre de um novo desperdício de dinheiro público. Tomara, inclusive, que a derrota fragorosa da proposição divisionista desencoraje ideias semelhantes no futuro. O eleitor paraense está de parabéns. Ele provou que, ao contrário do que expressa o chavão por muitos propalado, o brasileiro sabe votar.