sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

As mudanças no calendário

A CBF anunciou mudanças no calendário do futebol brasileiro, a partir de 2013. A Copa do Brasil será mais extensa, sendo disputada de março a novembro, e não mais de fevereiro a junho ou julho. A competição terá um total de 86 concorrentes, e os clubes que estiverem na Libertadores do mesmo ano poderão participar, o que hoje não ocorre, mas entrando apenas a partir da quarta fase. Também haverá modificações em relação à participação dos clubes brasileiros na Copa Sul-Americana. Não ocorrerá mais uma primeira fase com enfrentamento dos clubes brasileiros entre si, o que, aliás, nunca deveria ter acontecido. O número de participantes do país na competição diminuirá, passando para quatro, em vez dos atuais oito, tornando o processo de classificação mais exigente e interessante. No geral, as modificações foram boas, porém, não concordo com a extensão da Copa do Brasil até novembro. Com isso, ela iniciará antes mas terminará quase junto com o Campeonato Brasileiro, num paralelismo que não me parece saudável. Isso será feito para que os clubes que estiverem na Libertadores possam integrar a Copa do Brasil, mas não de modo simultâneo, só ingressando na competição após o término de sua participação na disputa sul-americana. O que a CBF deveria fazer, em benefício do futebol brasileiro, seria diminuir os anacrônicos campeonatos estaduais, ou, simplesmente, retirar os grandes clubes dessas competições. Não faz sentido os grandes clubes brasileiros, durante quase um semestre inteiro, de janeiro a maio, se envolverem em competições sem atrativo técnico e cuja importância ficou no passado. Sem os campeonatos estaduais, seria possível os clubes disputarem paralelamente a Libertadores e a Copa do Brasil, sem que a competição nacional tivesse de ser extendida em sua duração, gerando uma simultaneidade com o Campeonato Brasileiro que é absolutamente indesejável. Os campeonatos estaduais tem em torno de si os interesses das federações e da rede de televisão que detém os seus direitos de transmissão. Isso tem lhes dado uma sobrevida, mas chegará o dia em que, inevitavelmente, para o bem do futebol brasileiro, terão de ser extintos, ou, pelo menos, deixarem de contar com a participação dos grandes clubes.