domingo, 24 de maio de 2015

A frente de esquerda

O ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, está empenhado em criar uma frente de esquerda para atuar nas eleições municipais de 2016. A frente seria integrada por partidos como PT, PSOL e PC do B, e é uma forma de neutralizar a crescente influência do PMDB junto ao governo. A proposta foi criticada pelo presidente do PT do Rio de Janeiro, e prefeito de Maricá, Washington Quaquá, que considera fundamental a manutenção da aliança com o PMDB no seu Estado, mas conta com o apoio de outras importantes lideranças locais do partido, como o senador Lindbergh Farias e o deputado federal Alessandro Molon. Para levar adiante a ideia da formação da frente, Tarso Genro mudou-se para o Rio de Janeiro. A iniciativa é oportuna e reveladora da estatura política de Tarso Genro. A esquerda não pode se deixar acuar pela atual situação política, em que a direita posa de solução para a "escalada da corrupção que assola o país". A direita nunca foi, não é, e jamais será solução para nada. Grande intelectual, notável pensador de esquerda, Tarso Genro, que não pretende mais concorrer a cargos eletivos, dá, com essa iniciativa, uma enorme contribuição para a política no país. A esquerda não tem de sair de cena, como alardeia a direita. Pelo contrário, o PT precisa retornar às suas origens, livrar-se da má companhia do PMDB, e voltar a firmar parcerias com os partidos com os quais tem afinidade ideológica e programática. Livre das amarras da condição de candidato em eleições, Tarso Genro empresta sua vasta cultura política para a criação de uma frente que faça a esquerda brasileira retornar ao seu leito natural. O Brasil não pode por a perder as grandes conquistas sociais que obteve nos últimos anos. Fortalecer a esquerda nacional é uma garantia de manter o país no rumo da justiça social.