quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Equívoco repetido

O Grêmio anunciou hoje a sua segunda contratação para 2020, o volante Lucas Silva, que estava sem clube. O clube incorre, assim, num equívoco repetido ao longo do período em que é presidido por Romildo Bolzan Júnior. Preocupado com a saúde financeira do clube, Romildo evita gastos com aquisição de jogadores, preferindo os que estão livres no mercado. Afora a questão financeira, Romildo parece acreditar piamente na lenda de que o técnico do Grêmio, Renato, recupera qualquer jogador em baixa na carreira. Sim, isso não é mais do que uma lenda. Com exceção de Bruno Cortez, Renato não recuperou mais ninguém, e Rômulo e André são exemplos gritantes disso. Um dado intrigante, nesse aspecto, é que por mais que o presidente venha cumprindo um bom trabalho de recuperação das finanças do clube, fato que é reconhecido por todos, o Grêmio segue sem poder de investimento em contratações. Para esse ano, a quantia destinada para isso, ao que se diz, seria de 16 milhões de reais, ridícula para um clube do porte do Grêmio. Com relação, especificamente, a contratação de Lucas Silva, ela tem uma enorme possibilidade de não dar certo. Lucas Silva ainda é jovem, tem 26 anos, mas sua trajetória no futebol é frustrante. Depois de um começo fulgurante no Cruzeiro, clube que o revelou, pelo qual foi bicampeão brasileiro em 2013 e 2014, Lucas Silva foi vendido para o Real Madrid. A partir daí, seu futebol só fez decair. Não conseguiu se firmar no Real Madrid, onde jogou poucas partidas. Foi emprestado para o Olympique de Marselha, fez um número maior de jogos, mas também não permaneceu no clube francês. Voltou para o Real Madrid, mas o técnico Zidane não o quis. Foi, então, emprestado para o seu clube de origem, o Cruzeiro, por dois anos. Antes mesmo do final de 2019, Lucas Silva deixou o Cruzeiro e rescindiu com o Real Madrid, que ainda detinha o seu vínculo. Desde então, estava livre no mercado. Em suas atuais condições, Lucas Silva não é mais do que uma aposta, e que tem grande chance de não dar certo. A contratação fica mais temerária ainda com o fato de que o jogador assinou contrato por quatro anos. Diante de exemplos anteriores de contratações desse mesmo tipo que redundaram em fracassos, fica difícil entender que o Grêmio insista no mesmo modelo.