Bento XVI

O primeiro Papa a renunciar nos últimos 600 anos, sucumbiu às frágeis condições de saúde. Bento XVI faleceu, hoje, aos 95 anos. O papa emérito já estava muito debilitado, e sua morte não causou surpresa. Por vários aspectos, Bento XVI foi uma figura singular na história da Igreja. Dedicado aos estudos e escritos durante toda a sua vida eclesial, tinha pouco contato com os fiéis, e demonstrava ausência de magnetismo pessoal. Era um conservador, ex-presidente da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, a antiga Santa Inquisição. Defendia convictamente os dogmas da Igreja, sem abrir espaço para reconsiderações. Ao renunciar, causou grande espanto por sua atitude, abrindo caminho para que outros papas façam o mesmo, no futuro, livrando-os da obrigação de permanecer no cargo até a morte. Outro efeito de seu gesto foi proporcionar uma mudança na postura da Igreja sob o papado de Francisco, que tem uma visão bem mais aberta sobre vários assuntos. No período em que governou a Igreja, Bento XVI foi inflexível na defesa dos dogmas. Ao renunciar, possibilitou que um sopro de renovação, indispensável para a instituição, começasse a ser sentido, sob a orientação de Francisco.

Contratado

Depois de semanas de tratativas, a confirmação. Luís Suárez está contratado pelo Grêmio, por dois anos. O centroavante uruguaio, maior goleador da seleção de seu país, disputou as últimas quatro Copas do Mundo, 2010, 2014, 2018, 2022. Não é mais um garoto, completará 36 anos no dia 24 de janeiro. Por isso, há quem desconfie do retorno que possa dar em campo. Porém, do ponto de vista da repercussão, não há dúvida de que a contratação de Suárez pelo Grêmio é um sucesso. O fato ecoará não só no meio local, mas em todo o país e grande parte do exterior. A vinda de um nome como Suárez para o Grêmio, que está retornando da Segunda Divisão, é um reforço na autoestima do clube. Na sua chegada, o aeroporto estará lotado. Milhares de camisas do Grêmio com o seu nome serão vendidas. Se conseguir render metade do que já fez, Suárez terá justificado o esforço em trazê-lo.

A fuga

Dois dias antes do término de seu mandato, o presidente genocida Jair Bolsonaro deixou o Brasil, rumando para os Estados Unidos. A fuga de Bolsonaro foi o vexatório ato final de um governo vergonhoso. A razão de Bolsonaro debandar do país seria, fundamentalmente, o temor de ser preso após o fim do seu governo, pois perderá o foro privilegiado. Num governo que se caracterizou por um rol de ilegalidades e desmandos, o ato de hoje é mais um que atropela as normas institucionais e, o que é pior, com custos bancados pelo dinheiro público. Porém, a atitude ignóbil de Bolsonaro é um alívio para o povo brasileiro que, certamente, gostaria que sua ausência fosse definitiva. Pela manhã, Bolsonaro, que há muito tempo não se pronunciava, realizou uma live, onde falou longamente, repetindo velhas cantilenas, como a suspeição sobre o funcionamento das urnas eletrônicas, e as insinuações sobre a parcialidade da atuação do Tribunal Superior Eleitoral no pleito. À tarde, evadiu-se, viajando para o exterior. Após a live, seus seguidores já se mostravam desiludidos, pois ainda tinham a expectativa de que Bolsonaro liderasse um golpe para impedir a posse do novo governo. Sentindo-se traídos, começaram a abandonar a concentração diante dos quartéis. Tomara que, em breve, tudo isso seja, apenas, a lembrança de um tempo triste. A partir de domingo, o Brasil começará a ser reconstruído, depois de quatro anos de caos.

Pelé

Uma perda de dimensão mundial. Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos, faleceu hoje, aos 82 anos. Não há adjetivos suficientes para dimensionar Pelé, que é um ser superlativo. Seus números são inigualáveis. Disputou quatro Copas do Mundo, e ganhou três. Marcou 1.283 gols. Em sua carreita profissional, só jogou por dois clubes, Santos e Cosmos (EUA). Foi para o clube americano em 1975, depois de já ter dado a sua carreira por encerrada, no ano anterior. Era um jogador completo. Chutava com ambos os pés, era um exímio cabeceador, tinha enorme impulsão, embora medisse apenas 1,72 metro de altura. Na Copa do Mundo de 1970, os gols que não fez ficaram quase tão célebres quanto os que marcou. Num deles, chutou de antes da linha divisória do meio de campo, e a bola não entrou por centímetros, diante de um goleiro com olhar atónito. Noutro, driblou o goleiro, chutou, e a bola saiu pela linha de fundo, quando o gol parecia certo. A defesa que é considerada por muitos a maior de todos os tempos, praticada pelo goleiro Banks, da Inglaterra, na Copa de 1970, foi numa cabeçada de Pelé. Meses seriam insuficientes para arrolar todos os feitos, únicos e inigualáveis, de Pelé, o Rei do Futebol. Só resta agradecer por tanta magia e encanto. Obrigado, Pelé!

Os 30 anos de um crime brutal

A data de hoje traz a recordação do assassinato da atriz Daniela Perez, um fato que chocou o Brasil. Os 30 anos de um crime brutal, de enorme repercussão, estão sendo completados hoje. Daniela estava no ar na novela "De Corpo e Alma", da Rede Globo, de autoria da sua mãe, Glória Perez. Foi morta a golpes de punhal por Guilherme de Pádua, seu companheiro de elenco e par romântico na novela, e pela mulher dele, Paula Thomaz. As motivações do crime são sombrias, e envolveriam o desejo frustrado de Guilherme por um maior protagonismo no enredo, e o ciúme de Paula pelas cenas de amor dele com a atriz. Guilherme e Paula foram condenados, mas só cumpriram seis anos de reclusão dos 19 a que haviam sido sentenciados. Após saírem da prisão, se separaram. O ex-ator se casou mais duas vezes, e tornou-se pastor evangélico. Faleceu no dia 6 de novembro último, aos 53 anos, de enfarte. Pela grande exposição proporcionada por uma novela do horário nobre da Rede Globo, o assassinato de Daniela ecoa até os dias atuais. Permanece como exemplo de um ato torpe, praticado por motivo fútil, contra uma jovem que tinha, apenas, 22 anos na ocasião. Uma vida ceifada. Uma carreira promissora violentamente interrompida. Pela progressão de pena, prevista na legislação brasileira, os réus cumpriram um período pequeno da pena que lhes fora imposta, resultando, para a sociedade, numa sensação de impunidade.

Problema resolvido

Uma questão que se arrastava há várias semanas, o ministério a ser ocupado pela senadora Simone Tebet (MDB-MS) no futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, está, finalmente, solucionada. Como vinha sendo especulado, Simone Tebet será a ministra do Planejamento, e o que gerava certa inquietação é, agora, um problema resolvido. Porém, a ministra não terá uma pasta com poderes aumentados, como desejavam as forças de centro que a apoiam. Simone Tebet participará do comitê gestor do Programa de Parcerias e Investimentos, mas a coordenação será da Casa Civil. Os bancos públicos, Banco do Brasil e Caixa Económica Federal, não ficarão na esfera do ministério do Planejamento. As duas medidas são essenciais, pois Simone Tebet, quanto à economia, é neoliberal, o que não é a linha seguida por Lula e pelo núcleo do futuro governo. Lula, por sinal, disse para Simone Tebet que sabe da divergência dela e do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na área econômica, mas que não considera isso um problema e que, quando necessário, a decisão de um impasse será dele. Posição muito acertada, pois, ainda que Simone Tebet tenha sido uma importante aliada de Lula, e devesse ser contemplada com um ministério, a orientação do governo será, marcadamente, de esquerda. Por consequência, Simone Tebet é que terá de se adaptar ao governo, e não o contrário.

Muitos cascudos

A movimentação do Grêmio no mercado tem sido boa, buscando prover o grupo de qualidade e quantidade. Porém, os muitos "cascudos", entre jogadores que ficaram e outros que estão chegando, é um fato que preocupa. O termo "cascudo" é como o técnico do Grêmio, Renato, se refere aos jogadores mais velhos. Se a contratação do lateral direito Fábio, do Nantes (FRA), for confirmada, o Grêmio terá toda a sua linha de defesa formada por trintões. Fábio tem 32 anos, Geromel, 37, Kannemann, 31, e Reinaldo, 33. Afora eles, o Grêmio já tem no grupo o centroavante Diego Souza, 37, e está por trazer Suárez, que farâ 36 anos em janeiro, para a mesma posição. O volante reserva Thiago Santos tem 32 anos. O meia Vina, do Ceará, de 31 anos, poderá vir, a pedido de Renato, ainda que seu futebol não justifique sua possível contratação. Acumular jogadores veteranos não é uma medida adequada. O Grêmio já deveria ter aprendido com erros anteriores, mas parece que não foi o que aconteceu.

Até o último momento

Falta uma semana para que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, tome posse. Porém, os bolsonaristas que pedem a anulação da eleição e um golpe militar continuam acampados diante dos quartéis, onde parece que ficarão até o último momento. Mesmo contra todas as evidências, não desistem de sua concentração junto às unidades militares, na esperança de que o resultado do pleito ainda possa ser revertido. Numa demonstração de até onde vai a disposição golpista, ontem um atentado a bomba foi desarmado pela polícia antes que ocorresse uma tragédia no aeroporto de Brasília. O autor do atentado frustrado é George Washington Oliveira de Souza, de 54 anos. Autuado em flagrante por ato terrorista, confessou que queria provocar o caos para que fosse instalado o estado de sítio no país. Para a polícia, disse que mora em Xinguá (PA), e que foi para Brasília no dia 12 de novembro, a fim de participar das concentrações diante do quartel-general. Em outubro de 2021, George Washington tirou licenças de colecionador, atirador desportivo e caçador (CAC). Desde então, o terrorista gastou R$160 mil para adquirir pistolas, revólveres, fuzis, carabinas e munições. Conforme suas declarações, o incentivo para a compra do arsenal veio das falas do presidente Jair Bolsonaro, que enfatizava a importância da população civil se armar. No apartamento que o bolsonarista ocupava em Brasilia, a polícia encontrou várias armas e munições, muitas delas de posse ilegal. Lula assumirá o cargo, normalmente, no primeiro dia de 2023, mas os que continuam atentando contra a democracia precisam ser severamente punidos, sem contemplação.

Um presente para os gremistas

Sempre é temerário referir-se a uma contratação ainda não oficializada, mas a vinda de Suárez para o Grêmio já é dada como certa pela imprensa. Sem dúvida, em época de Natal, seria um presente para os gremistas, já que o centroavante uruguaio disputou as quatro últimas edições da Copa do Mundo, e brilhou no Barcelona, junto com Messi, Neymar e Iniesta. Aos 35 anos, Suárez já não está no seu auge como jogador. Porém, o impacto midiático da sua contratação seria imenso. Suárez é o que se chama de jogador de "lotar aeroporto". O exemplo recente de Guerrero, no Inter, no entanto, recomenda cautela. O centroavante peruano teve um desempenho pálido no tempo em que permaneceu no Inter. Também de idade avançada, Guerrero sofreu duas cirurgias, que o deixaram muito tempo afastado e, mesmo tendo jogado vários grenais, não marcou nenhum gol no maior clássico do Rio Grande do Sul. Claro, a maior parte da torcida não está pensando nisso. Caso a vinda de Suárez se confirme, os torcedores do Grêmio se mostrarão eufóricos. Para um clube que está vindo da Segunda Divisão, uma contratação desse nível tem um enorme impacto na autoestima. Espaços generosos na imprensa, no país e exterior, se ocuparão da vinda do jogador para o Grêmio. Resta esperar a confirmação de sua chegada, e apostar na ideia de que quem sabe não esquece.

A saúde de Pelé

O tempo é implacável, mesmo com os esportistas de grande desempenho. O mundo acompanha com apreensão a saúde de Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos. Enfrentando um câncer de cólon, Pelé está internado desde o final de novembro, sem previsão de alta. Seu estado de saúde se agravou na semana em curso. Pelé sempre teve ótimo preparo físico, era um jogador que se destacava pela excelente performance nesse tópico. Porém, aos 82 anos, o "Rei do Futebol", sente o peso da idade, e das enfermidades que, em geral, lhe acompanham. Há alguns anos, já havia colocado uma prótese de quadril. O quadro clínico de Pelé não dá margem para otimismo. Por ser uma figura mítica, de alcance mundial, a situação de Pelé repercute em todos os quadrantes da Terra. Por mais que recusemos a ideia, a possibilidade de um desfecho negativo da condição clínica de Pelé é cada vez maior. Num momento assim, não é aceitável, como se vê nas redes sociais, julgamentos sobre a conduta pessoal de Pelé. O Brasil tem que aprender a reverenciar seus ídolos, como fazem outros países, em vez de lhes apontar defeitos. Pelé é o brasileiro mais ilustre de todos os tempos, admirado no mundo todo. Cabe aos brasileiros torcer por sua recuperação, ainda que se anuncie como pouco provável, e respeitar o maior nome do esporte brasileiro.

O bom ministério de Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, hoje, 16 ministros de seu fufuro governo. Na próxima terça-feira, outros 16 serão revelados. O aumento no número de pastas para 37, pois cinco já haviam tido seus titulares anunciados, em relação aos 22 atuais, não implicará em gastos maiores, segundo Lula. Não é fácil montar um ministério que contemple os interesses do PT, partido de Lula, de outras forças de esquerda, e de siglas de centro que apoiaram Lula no segundo turno da eleição. A impressão, de um modo geral, é positiva. O bom ministério de Lula dá espaço a negros e mulheres em pastas relevantes. Margareth Menezes, mulher e negra, foi confirmada na Cultura, uma área que exigirá um grande trabalho, pois foi desmontada no governo Bolsonaro. Anielle Franco, irmã da vereadora assassinada do Rio de Janeiro, em 2018,Marielle Franco, será a ministra da Igualdade Racial. Sílvio Almeida, negro como Margareth e Anielle, ficará com os Direitos Humanos. Outros destaques entre os nomes anunciados são o do ministro da Educação Camilo Santana, ex-governador do Ceará, estado que, há tempos, é um referência na área, e Luiz Marinho na pasta do Trabalho, recriada por Lula. Luciana Santos, filiada ao PcdoB, será a ministra da Ciência e Tecnologia. Entre os futuros ministros que se situam mais ao centro estão o de Indústria e Comércio, e vice-presidente eleito, Geraldo Alckminn, e o de Portos e Aeroportos, Márcio França, ex-governador de São Paulo, ambos do PSB. A grande expectativa que ainda resta quanto aos ministros que irão ter seus nomes anunciados na terça-feira são as pastas que serão ocupadas pela senadora Simone Tebet (MDB-MS), e por Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, que apoiaram Lula no segundo turno da eleição. Pelo que foi visto, até agora, Lula está conseguindo montar um ministério muito qualificado.

Pedro Paulo Rangel

Um ator talentoso e versátil. Assim era Pedro Paulo Rangel, que faleceu, hoje, aos 74 anos. Em sua longa carreira, atuou na televisão, teatro e cinema. Foram mais de 50 trabalhos na televisão, entre novelas, seriados e programas, 40 peças de teatro, e 10 filmes. Com uma grande veia humorística, Pedro Paulo Rangel também brilhava no drama. Na novela "Gabriela" (1975), fez o primeiro nu masculino na televisão, numa cena icônica. Entre os seus papéis de maior repercussão estão o Adamastor, de "Pedra Sobre Pedra" (1992), e o Calixto, de "O Cravo e a Rosa" (2000). Viveu todos os tipos de personagens, de diferentes condições sociais. Estava em cartaz com uma peça, no Rio de Janeiro, quando foi internado, no final de novembro. Fumante, condição de que se arrependia, foi vitimado pela Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, da qual sofria há vários anos. Muito querido por seus companheiros do meio artístico, deixa-lhes uma enorme saudade, que se estende ao público, em cuja memória os personagens que interpretou permanecerão.

O quinhão de Simone Tebet

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, ainda não anunciou a totalidade dos ocupantes de cargos no seu futuro governo. Porém, uma situação está chamando muito a atenção. A senadora Simone Tebet (MDB-MS), terceira colocada na eleição presidencial no primeiro turno, aderiu à candidatura de Lula no segundo, sem hesitação. Com a vitória de Lula, Simone Tebet, obviamente, seria contemplada com um cargo no novo governo. Porém, o tempo está transcorrendo e a indicação da senadora para um ministério não é anunciada. O quinhão de Simone Tebet no governo Lula ainda não é conhecido, e a parlamentar já avisou que recusará um cargo que represente, apenas, um prêmio de consolação. Simone Tebet gostaria de ocupar o novo Ministério do Desenvolvimento Humano, que abarcará o programa Bolsa Família, ou o da Educação. O PT, no entanto, quer os dois ministérios para membros do partido. A posição do PT é legítima, pois são dois ministérios estratégicos num governo cuja face de esquerda deve preponderar. Alianças, entretanto, devem ser honradas. Ao aceitar o apoio de Simone Tebet, em nome da governabilidade, a chapa de Lula sabia que teria de retribuir lhe dando um cargo relevante. Seria bom que Lula resolvesse a questão o quanto antes.

Uma discussão sem sentido

Uma questão que, vez por outra, gera intensos debates é a de qual seria o maior jogador de futebol de todos os tempos. Durante décadas, a resposta era unânime em relação ao nome de Pelé. A partir do aparecimento de Maradona, os argentinos reivindicaram essa condição para o polêmico astro. Mais tarde, Messi, também argentino, foi apontado como o melhor, o que se intensificou após o encerramento, há dois dias, da Copa do Mundo, no Catar. Na verdade, é uma discussão sem sentido, forçada por quem desconsidera o futebol em toda a sua história, e glorifica exageradamente o que ocorre atualmente. Argumentar que, hoje, a maior competitividade e o calendário com muitas disputas tornam os jogadores mais pressionados do que os de outras épocas é uma visão distorcida da realidade. Pelé se destacou num período em que o Brasil e o mundo testemunhavam o auge do futebol, com nomes extraordinários como Garrincha,Puskas, Di Stéfano, Cruyff, Beckenbauer, Gérson, Rivelino, Tostão, Carlos Alberto. Nos anos 2000, é evidente que o nível técnico do futebol despencou. Messi merece estar no panteão dos melhores de todos os tempos. Porém, o argentino se beneficiou de jogar em uma época de escassos destaques individuais. Numa análise racional e isenta de paixões, Pelé é inalcançável, nunca será superado. Maradona é o segundo maior de todos os tempos. A partir do terceiro lugar, fica ao gosto de cada um.

O outro grande Lionel

Desde ontem, com a conquista, pela Argentina, do título da Copa do Mundo, no Catar, o mundo reverencia Lionel Messi. Porém, há de se destacar o outro grande "Lionel" dessa conquista. O técnico da Argentina, Lionel Scaloni, de 44 anos, é o exemplo de uma história de sucesso improvável. Scaloni foi auxiliar técnico do Sevilha, e depois exerceu a mesma função na seleção da Argentina. Com a saída de Jorge Sampaoli, após a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, assumiu como técnico principal. Primeiramente, Scaloni seria interino, enquanto um técnico mais experiente e renomado era buscado pela Associação de Futebol da Argentina. Os técnicos tentados não aceitaram o convite, e Scaloni foi ficando. Em 2021, a Argentina ganhou a Copa América, depois de 28 anos sem conquistar o título da competição, ao vencer a Seleção Brasileira por 1 x 0, no Maracanã. Ontem, depois de 36 anos, a Arvrntina voltou a ser campeã da Copa do Mundo. Em ambos os títulos, o técnico foi Lionel Scaloni. Em pouco mais de um ano, Scaloni saiu de uma carreira curta e um currículo modesto para quebrar a grande seca de títulos da Argentina e, agora, ostenta um título de Copa do Mundo, privilégio para poucos. Ainda jovem, com um longo caminho pela frente na profissão, Scaloni já chegou onde muitos técnicos famosos nunca estiveram perto. São histórias como a de Scaloni que ajudam a alimentar a magia do futebol, um esporte que proporciona dramas intensos, e glórias improváveis.

Decisão épica

Foi um jogo de tirar o folêgo. Hoje, no Lusail, Argentina e França empataram em 3 x 3, com um gol para cado lado na prorrogação, e a vitória da equipe sul-americana por 4 x 2 nos tiros livres da marca do pênali, numa decisão épica em que a Argentina conquistou o título de campeã da Copa do Mundo, no Catar. O primeiro tempo não indicava essa dramaticidade. A Argentina abriu o placar aos 23 minutos, com Messi, de pênalti, e ampliou aos 36, gol de Di Maria, num belíssimo contra-ataque. Aliás, Di Maria teve uma ótima atuação, e sua saída, em meio ao segundo tempo, fez com que a Argentina, num jogo completamente dominado, permitisse a reação da França. O primeiro gol da França, com Mbappé, de pênalti, saiu aos 35 minutos, quando tudo já parecia decidido. Um minuto depois, aos 36, Mbappé empatou. No segundo tempo da prorrogação, Messi colocou a Argentina novamente em vantagem mas, dez minutos depois, a França empatou, com outro pènalti, cobrado por Mbappé, mais uma vez. Nos tiros livres da marca do pènalti, a França errou a segunda batida e a quarta, e a Argentina acertou todas as que fez, vencendo por 4 x 2. Foi um jogo marcante, de muitos destaques, como Messi, Mbappé, Di Maria e Martínez. Uma conquista justa da Argentina, como também seria se a França fosse a ganhadora. Acima de tudo, foi um grande jogo, digno de uma decisão de Copa do Mundo, realimentando nas pessoas a paixão pelo futebol. Depois de 20 anos, o título da Copa do Mundo volta para a América do Sul, o que é muito bom. A Argentina, agora, possui três títulos mundiais. Parabéns, Argentina!

Faltou experiência

Na decisão do terceiro lugar da Copa do Mundo, no Catar, o retrospecto em edições anteriores da competição falou mais alto. Hoje, no Estádio Khalifa, a Croácia venceu Marrocos por 2 x 1, num jogo em que faltou experiência para a equipe africana em jogos internacionais de grande peso. Marrocos, novamente, jogou bem, mas ficou evidente, já nos primeiros minutos, seu nervosismo, o que resultou em erros defensivos. Com isso, já aos 7 minutos, Gvardiol abriu o placar para a Croácia. Surpreendentemente, aos 9 minutos, Dari empatou. Porém, o jogo seguiu com domínio da Croácia, que se mostrava mais fria e solta em campo, enquanto Marrocos sofria a consequência da sua tensão. Numa saída de bola, Marrocos cometeu mais um erro defensivo, que resultou no segundo gol da Croácia, aos 42 minutos, feito por Orsic. No segundo tempo, a Croácia teve chances para ampliar, e Marrocos para empatar, mas o marcador não se modificou. Foi um resultado justo, que premiou a boa campanha da Croácia, sem empanar o brilho da trajetória de Marrocos, primeira seleção da África a chegar nas semifinais de uma Copa do Mundo. Foi um jogo que teve bom futebol e atraiu a atenção de quem assistiu, mostrando que a decisão do terceiro lugar pode, sim, ser atraente.

O novo Campeonato Mundial de Clubes

Uma intenção reafirmada. A Fifa anunciou, hoje, a realização, em 2025, do que será o novo Campeonato Mundial de Clubes. A competição terá a participação de 32 clubes, numa sede fixa, a exemplo do que ocorre, hoje, com a Copa do Mundo. Ainda não foi definido o número de participantes de cada confederação. Especula-se que a Uefa teria 12, e a Conmebol, 6. A ideia, no entanto, deverá encontrar resistências. Como encaixar mais essa competição no calendário? A Uefa, e os próprios clubes europeus deverão opor resistências. O que fica cada vez mais claro é que a Fifa, desde que Gianni Infantino assumiu o cargo de presidente, olha o futebol pensando, antes de tudo, no faturamento. Foi assim que surgiu a ideia de ampliar, já na próxima edição, o número de seleções na Copa do Mundo, das já excessivas 32 atuais para exageradas 48. O futebol, sabidamente, é um grande negócio, mas se corre o risco de matar a galinha dos ovos de ouro. Os anos continuarão a ter doze meses, dos quais um tem de ser reservado às férias dos jogadores. Embora democrática, por envolver clubes de todas as confederações, e em número bem maior que o formato atual do Mundial de Clubes, a competição tenderá a continuar com amplo domínio dos europeus. Sem contar que, com tantos participantes, a qualidade fica prejudicada, e o número de jogos desinteressantes deverá ser muito grande. Resta esperar para ver se a ideia vai, mesmo, sair do papel.

Os humores do mercado

Uma chantagem permanente sobre os governos, visando manter os privilégios da parte mais favorecida da sociedade. Assim são os humores do "mercado". A qualquer manifestação de um governante que fuja do receituário neoliberal, os teóricos e apoiadores do mercado pintam um quadro pessimista, acompanhando uma queda da Bolsa de Valores e alta do dólar. O argumento é de que medidas que comprometam o "ajuste fiscal" espantam investidores. O desejo do mercado é que todo e qualquer governo se paute pela austeridade fiscal, com rigoroso controle de gastos. Essa ladainha só faz sentido num governo de direita, e os resultados são conhecidos, com retração do consumo, e aumento da desigualdade social. A cada anúncio de um nome do futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o mercado reagia com aceitação ou "apreensão". A última reação, claro, se dá quando o nome anunciado não segue os postulados neoliberais. Fernando Haddad no ministério da Fazenda? O mercado se preocupa. Aloízio Mercadante como presidente do BNDES? O mercado se estressa. O que precisa ser entendido pelo mercado é que o futuro governo Lula tem compromisso com a parte social, e não irá abrir mão disso. Não se pode privilegiar especuladores em detrimento do amparo aos mais necessitados e da busca de diminuir a desigualdade social. A flexibilização do teto de gastos é uma necessidade, e será feita, goste o mercado ou não.

Grande jogo

Houve qualidade e, também, emoção. Hoje, no Al Bayt, a França venceu Marrocos por 2 x 0, num grande jogo, confirmou seu favoritismo, e se classificou para a decisão da Copa do Mundo, no Catar, no próximo domingo. A França abriu o placar logo aos 4 minutos, com Theo Hernandez. O que poderia ser o indício de um marcador elástico, não se confirmou. A equipe de Marrocos reagiu, fustigou a França criando boas oportunidades, e teve o empate desenhado, errando nas conclusões. A vitória da França só foi consolidada com o gol de Kolo Muani, aos 34 minutos do segundo tempo. Foi o primeiro toque na bola de Kolo Muani, que havia acabado de entrar. Marrocos confirmou a boa campanha que fizera até então, não se intimidando por ter levado um gol cedo. Poderia ter obtido um resultado melhor e, talvez, a inexperiência em jogos de tamanha expressão tenha cobrado o seu preço no desperdício de chances de gol. Porém, não há razões para abatimento por parte de Marrocos. Sua campanha, até aqui, foi grandiosa, e a equipe tem boas chances de obter o terceiro lugar contra a Croácia, no sábado, o que seria um resultado histórico. Na decisão da Copa, a França é favorita diante da Argentina, por ser a atual campeã e possuir a melhor equipe, tecnicamente. No entanto, a Argentina tem amplas condições de contrariar a tendência favorável à França, e conquistar o título.

Diferenças

A cada dia, a fragilidade técnica da Seleção Brasileira, eliminada, novamente, nas quartas de final de uma Copa do Mundo, dessa vez no Catar, fica mais evidente. Hoje, no Lusail, pelas semifinais, a Argentina goleou a Croácia por 3 x 0, e escancarou suas diferenças para a Seleção. A mesma Croácia que eliminou a Seleção nos tiros livres da marca do pênalti, depois de um empate em 1 x 1, foi derrotada pela Argentina, ao natural. Aos 34 minutos, Messi, de pênalti, abriu o placar. Cinco minutos depois, aos 39, Alvarez ampliou, num belo gol. Aos 16 minutos do segundo tempo, depois de uma grande jogada de Messi, Alvarez, estabeleceu a goleada. Daí até o final, a Croácia pouco fez, e a Argentina teve a chance de tornar o placar ainda mais elástico. Os sinais de que os problemas da Seleção estavam nela mesma, e não nos adversários, já haviam sido dados quando a equipe brasileira penou para vencer a Suiça por 1 x 0, na fase de grupos. A mesma Suiça que, nas oitavas de final, foi goleada por Portugal, por 6 x 1. O técnico da Argentina, Lionel Scaloni, mudou a equipe durante a Copa, um procedimento que Tite, nas duas Copas que disputou, sempre se negou a fazer. Scaloni, ao ver que Lautaro Martinez não repetia na Copa suas grandes atuações anteriores o colocou no banco, sem hesitar. Num comportamento oposto, Tite mantinha a escalação, e privilegiava seus preferidos, a despeito de seu rendimento. Classificada para a decisão, a Argentina espera a definição de seu adversário, que sairá do confronto de França e Marrocos, amanhã. Se for Marrocos, a Argentina entrará como favorita. Caso a adversária seja a França, a equipe argentina entrará como desafiante da atual campeã, mas, mesmo assim, com amplas chances de conquistar o título.

Diplomação

Agora, só falta a posse. Hoje à tarde, ocorreu a diplomação do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e de seu vice, Geraldo Alckmin, no Tribunal Superior Eleitoral. Em seu discurso, Lula emocionou-se e foi às lágrimas ao lembrar das críticas que recebeu na primeira vez em que se elegeu presidente pelo fato de não ter curso superior. Lula disse que o povo reconquistou o direito à democracia, e afirmou seu compromisso com a estabilidade institucional. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, também se pronunciou, e fez um forte discurso em que repudiou os que tentaram implantar um regime fascista e autoritário no país, e foi enfático ao declarar que todos os que tentaram atentar contra a normalidade democrática e a ordem institucional serão responsabilizados. A diplomação, ato protocolar após eleições, obteve, hoje, uma outra dimensão. Representou a vitória da democracia sobre o fascismo. A volta do senso crítico, e a recusa do obscurantismo. No primeiro dia de 2023, Lula tomará posse, e terá início a reconstrução do Brasil, após quatro anos de um governo caótico e demofóbico.

Novo técnico

A Seleção Brasileira chegou hoje ao país, depois da eliminação na Copa do Mundo no Catar, e já se fala sobre o seu futuro. Com a saída de Tite, o novo técnico deverá ser anunciado já em janeiro. Cresce a hipótese da escolha de um técnico estrangeiro, o que é uma demonstração do conhecido "pensamento mágico". Não é verdade que faltem técnicos brasileiros capacitados a treinar a Seleção. O culto ao técnico estrangeiro é um modismo que se criou no país a partir do êxito do português Jorge Jesus no Flamengo, em 2019. Tanto é verdade, que seu nome é o mais cotado, no momento. Porém, o currículo de Jorge Jesus, ao longo de sua carreira, nada tem de excepcional. Seu melhor momento foi, justamente, no Flamengo. Outro português cogitado, Abel Ferreira, do Palmeiras, está na mesma situação. Seu único período de destaque na carreira, até aqui, se deu, justamente, no clube paulista. Os problemas que levam a Seleção a fracassar repetidamente nas Copas são vários, e a escolha de um técnico estrangeiro não os resolveria. Cabe lembrar, também, que a Seleção rompeu o longo jejum de 24 anos sem ganhar Copas, em 1994, com um técnico brasileiro. Agora, quando a ausência de títulos igualou aquela mesma marca, porque não se poderia fazer o mesmo? O próprio espanhol Josep Guardiola, sonho de grande parte da imprensa esportiva brasileira para o cargo, disse que o técnico da Seleção tem de ser um brasileiro. Está com toda a razão.

Confirmação

A cada novo jogo, a França robustece o seu favoritismo para ganhar a Copa do Mundo, no Catar. No Al Bayt, hoje, a França venceu a Inglaterra por 2 x 1, pelas quartas de final, em mais uma confirmação de que está na rota do título. Aos 16 minutos, Tchouameni, num chute de fora da área, abriu o placar, e a França manteve a vantagem até o final do primeiro tempo. Harry Kane, aos nove minutos do segundo tempo, empatou para a Inglaterra, de pênalti. O gol fez a Inglaterra crescer em campo, e ameaçar uma virada. Porém, a França reagiu, e aos 33 minutos, Giroux fez o gol de desempate. No final, a Inglaterra teve mais um pênalti a seu favor mas, dessa vez, Harry Kane errou. Mais uma vez, a Inglaterra fez uma boa campanha em uma Copa, mas ficou pelo caminho. A França, enquanto isso, está a um jogo de chegar em mais uma decisão da competição.

Fazendo história

Marrocos continua surpreendendo ma Copa do Mundo, no Catar. Hoje, no Al Thumama, Marrocos venceu Portugal por 1 x 0, pelas quartas de final, e segue fazendo história na Copa. Pela primeira vez na história das Copas, uma seleção africana chega às semifinais da competição. Agora, Marrocos terá o seu confronto mais difícil, contra a França, quarta-feira, às 16h. Atual campeã mundial, a França é favorita para ganhar o título, mais uma vez. Porém, não se pode mais duvidar da equipe africana. Chegar à decisão da Copa seria um feito ainda mais espetacular. Ganhar a competição, então, sacudiria as estruturas do futebol mundial, já que, até hoje, só seleções sul-americanas e europeias venceram a Copa. No jogo de hoje, Marrocos mostrou maturidade, exibindo sua reconhecida capacidade defensiva, e sendo efetivo ao marcar o gol que lhe deu a vitória, pois seu volume ofensivo, sabidamente, não é dos maiores. Atuando com segurança, sem correr riscos desnecessários, Marrocos vai derrubando os seus adversários. Ainda pode ser tido como surpresa, mas já deixou de ser uma zebra.

Classificação emocionante

A Argentina continua sem ganhar da Holanda, no tempo normal, em jogos de Copas do Mundo. Hoje, no Lusail, Argentina e Holanda empataram em 2 x 2, e a primeira venceu nos tiros livres por 4 x 3, numa classificação emocionante. Com gols de Molina, aos 35 minutos do primeiro tempo, e Messi, de pênalti, aos 28 do segundo, a Argentina chegou a abrir 2 x 0 no placar. A Holanda descontou aos 37 minutos do segundo tempo, e empatou aos 55, devido aos absurdos acréscimos dados pelo árbitro, ambos os gols marcados por Weghorst, que entrou durante o jogo. O empate levou o jogo para a prorrogação, que não teve a marcação de gols. Nos tiros livres, a Holanda errou a primeira cobrança, feita pelo experiente zagueiro Van Dijke, o que acabou encaminhando a vitória da Argentina. O que parecia ser uma vitória tranquila acabou num jogo com contornos dramáticos. Menos mal para a Argentina que a classificação foi obtida. Agora, a Argentina jogará contra a Croácia, pelas semifinais, terça-feira às 16h. Em princípio, a Argentina teria um leve favoritismo, mas a Croácia, após ter eliminado a Seleção Brasileira, ganha um novo cacife, deixando o confronto em aberto.

Repetição

A Seleção Brasileira estâ eliminada da Copa do Mundo, no Catar. Hoje, no Estádio da Cidade da Educação, Seleção Brasileira e Croácia empataram em 1 x 1, gols marcados na prorrogação, com vitória da equipe europeia nos tiros livres da marca do pênalti por 4 x 2. Favorita no confronto, a Seleção não conseguiu confirmar essa condição. Não obteve uma imposição clara sobre a Croácia, embora tenha criado mais chances de gol do que a adversária. A consequência foi um empate em 0 x 0, levando o jogo para a prorrogação. Com um minuto de acréscimo do primeiro tempo da prorrogação, Neymar abriu o placar. Porém, aos 12 minutos do segundo tempo da prorrogação, num contra-ataque, a Croácia empatou, gol marcado por Petkovic. Foi uma repetição do.que ocorreu em 2018, na Rússia, pois também naquela ocasião a Seleção foi desclassificada nas quartas de final. Não só isso se repetiu. O técnico da Seleção, Tite, era o mesmo, e seus erros de convocação e escalação, também. Tite convocou, novamente, Gabriel Jesus e Fred, de mau desempenho na Copa anterior. Ainda que não fossem titulares, sequer deveriam ter sido convocados. A exemplo do que ocorreu com Gabriel Jesus, na Rússia, Tite insistiu até o fim com a titularidade de Raphinha, que não jogou bem em nenhuma partida, enquanto seu reserva, Anthon, dava boa resposta sempre que entrava, como fez hoje. Para acomodar os jovens talentos do ataque, Tite montou um meio de campo "faceiro", como se diz no Rio Grande do Sul, ou seja, de pouca capacidade de marcação. Apenas um volante, Casemiro, com dois meias, Lucas Paquetá e Neymar. A ideia de escalar três atacantes não estava errada mas, no meio de campo, deveria ser colocado um segundo volante, Bruno Guimarães, saindo Lucas Paquetá, que não sabe exercer a função e, como meia, não tem estatura técnica para ser titular. O pior é que mesmo quando retirava Lucas Paquetá, Tite colocava o seu preferido Fred, em detrimento de Bruno Guimarães. Ao cometer, novamente, os erros de quatro anos e meio atrás, a Seleção colheu o mesmo resultado, e já igualou o seu maior jejum de títulos de Copa do Mundo, do período de 1970 a 1994.

Os 10 anos da Arena

O tempo, mais do que correr, voa, em alta velocidade. A data de hoje marca os 10 anos da Arena do Grêmio. O moderno estádio, para 55.500 pessoas, e construído no "padrão Fifa", com todos os lugares demarcados e maior proximidade do público em relaçào aos jogadores, foi inaugurado em 08/12/2012, no amistoso Grêmio 2 x 1 Hamburgo. O centroavante André Lima, do Grêmio, marcou o primeiro gol da história da Arena. Desde então, o Grêmio teve muitos grandes feitos e conquistas, como os títulos da Copa do Brasil (2016), Libertadores (2017), Recopa Sul-Americana (2018), e as últimas cinco edições do Campeonato Gaúcho (2018, 2019, 2020, 2021, 2022). No novo estádio, o Grêmio ja goleou o Inter por três vezes, 4 x 1 (2014), 5 x 0 (2015), 3 x 0 (2018), e só perdeu para seu maior rival em duas oportunidades, 2 x 1 (2014), e 1 x 0 (2022). O rebaixamento para a Segunda Divisão brasileira, em 2021, foi um duro golpe, mas o clube já obteve o seu retorno à Série A. A Arena do Grêmio ainda têm sérios problemas de acesso viário, já que as obras necessárias no entorno do estádio, até hoje, não foram realizadas. Porém, em termos esportivos, a Arena foi muito positiva para o Grêmio, pondo fim a um período de 15 anos sem grandes títulos e de apenas três campeonatos estaduais conquistados. Com o Grêmio de volta à Série A, a trajetória de êxitos do clube na Arena tem tudo para prosseguir por muitos anos.

Reforços

Amanhã, acontecerá a apresentação do Grêmio para começar os trabalhos visando o ano de 2023. Espera-se que vários reforços sejam apresentados, embora só o meia Pepê, do Cuiabá, o lateral esquerdo Reinaldo, que terminou o seu vínculo com o São Paulo, e o atacante Éverton Galdino, do Tombense, por empréstimo, tenham sido confirmados, até agora. O zagueiro Bruno Uvini, que estava livre no mercado, o volante Carballo, do Nacional do Uruguai, e o meia Cristaldo, do Huracán (ARG), são outros jogadores que poderão ser apresentados amanhã. Sabia-se que o Grêmio precisava de reforços, tanto em qualidade como em quantidade. No que se refere ao aspecto quantidade, se todos esses nomes forem confirmados, o clube parece estar agindo adequadamente, mas em termos de qualidade, há sérias dúvidas. Nenhum dos jogadores citados é de um nível reconhecidamente superior. Em termos gerais, são apostas, sem nenhuma certeza de retorno técnico. Se a quantidade é essencial para o Grêmio formar um novo grupo, também é verdade que jogadores diferenciados são necessários para que o clube não corra riscos de ter um ano de frustrações e maus resultados dentro das quatro linhas.

Passeio

Um confronto que se previa equilibrado teve um vencedor folgado, pelas oitavas de final da Copa do Mundo, no Catar. Hoje, no Lusail, Portugal goleou a Suiça por 6 x 1, num verdadeiro passeio. A tradição de solidez defensiva da Suiça não foi confirmada. O primeiro tempo terminou com 2 x 0 para Portugal, mas, no segundo, tudo mudou. Com apenas seis minutos, Portugal fez o terceiro gol, transformando a vitória em goleada. A partir daí, o que se viu foi Portugal massacrando uma Suiça atônita. Outro fato de destaque é que o grande astro de Portugal, Cristiano Ronaldo, começou o jogo no banco, e seu substituto, Gonçalo Ramos, de apenas 21 anos, fez três gols. No sábado, às 12 h, pelas quartas de final, Portugal jogará contra Marrocos, de muito boa campanha na Copa, até aqui, estando, ainda, invicto. Portugal tem um leve favoritismo, mas o confronto está longe de ser fácil. Pelo que fizeram até agora, Portugal e Marrocos deverão proporcionar um enfrentamento de emoção e bom futebol.

Enorme surpresa

A campanha de Marrocos na primeira fase da Copa do Mundo, no Catar, foi muito boa, terminando em primeiro lugar no seu grupo, mas poucos poderiam apostar que a equipe pudesse ir ainda mais longe. Hoje, no Estádio da Cidade da Educação, Marrocos e Espanha empataram em 0x0, no tempo normal e na prorrogação, com a equipe africana vencendo por 3 x 0 nos tiros livres da marca do pênalti, uma enorme surpresa. O jogo foi um tanto frustrante, pois se esperava que Marrocos e Espanha proporcionassem um confronto de muitos gols, dada a maneira ofensiva com que suas equipes costumam jogar. Não foi o que se viu. A Espanha teve maior posse de bola, mas não conseguiu vencer o bloqueio defensivo adversário. Embora ambas as equipes tenham criado chances de gol durante o jogo e na prorrogação, a definição da classificação foi para os tiros livres. Nas cobranças, o desempenho da Espanha foi horroroso, não acertando nenhuma. Depois de mais esse feito, Marrocos não pode mais ser subestimado. Nas quartas de final, contra Portugal, sábado às 12h, Marrocos, novamente, entra como a equipe menos cotada para vencer o confronto, mas está longe de ser uma zebra, e ninguém deve se espantar se avançar mais uma fase na competição.

Classificação suada

Com uma equipe envelhecida, a Croácia tem feito uma campanha sem destaque na Copa do Mundo, no Catar. Pelas oitavas de final, hoje, no Al Janoub, a Croácia empatou em 1 x 1 com o Japão, no tempo normal e na prorrogação, e venceu por 3 x 1 nos tiros livres da marca do pênalti, numa classificação suada. Atual vice-campeã mundial, a Croácia não tem a mesma força de 2018. A equipe tem pouco poder ofensivo, e seu maior astro, Modric, está com 37 anos, o que faz, obviamente, que já não apresente o mesmo rendimento de outros tempos. Nas quartas de final, a Croácia jogará contra a Seleção Brasileira, sexta-feira, às 13h, com a adversária na condição de favorita. Ter conseguido chegar às quartas de final da competição parece já ser um feito suficientemente satisfatório para a Croácia, pelo que produziu até o momento.

Bastou o primeiro tempo

A vitória era lógica, mas foi muito mais fácil do que se poderia supor. No Estádio 974, hoje, a Seleçào Brasileira goleou a Coreia do Sul por 4 x 1, pelas oitavas de final da Copa do Mundo, no Catar, num jogo em que bastou o primeiro tempo para ser definido o vencedor. Aos 7 minutos, Vinícius Júnior abriu o placar, aos 13, Neymar já ampliava, de pênalti. Richarlison, aos 29, e Lucas Paquetá, aos 36, marcaram os outros gols. No segundo tempo, a Seleção diminuiu seu ritmo, como seria natural, e Seung-Ho descontou aos 31 minutos, mas já era tarde para a Coreia do Sul tentar uma reação. Na sexta-feira, às 12 h, no Estádio Cidade da Educação, a Seleção jogará contra a Croácia, pelas quartas de final. Contra uma adversária que empatou em 1 x 1 com o Japão no tempo normal e na prorrogação, vencendo nos tiros livres da marca do pênalti por 3 x 1, a Seleção é novamente favorita. As dificuldades para a equipe brasileira deverão começar nas semifinais, quando enfrentará Holanda ou Argentina.

Mais fácil que o esperado

Embora a Inglaterra fosse favorita, esperava-se que enfrentasse uma resistência maior nas oitavas de final da Copa do Mundo, no Catar. No Al Bayt, hoje, a Inglaterra goleou o Senegal por 3 x 0, de forma mais fácil qye o esperado. Depois de abrir 2 x 0 no primeiro tempo, a Inglaterra marcou mais um no segundo, diante de um adversário que não reagiu ao longo de todo o jogo. Com uma das suas melhores gerações de jogadores em muitos anos, a Inglaterra carrega a esperança de mudar a rotina de fracassos em Copas. Porém, não será uma tarefa fácil. Nas quartas de final, a Inglaterra jogará contra a França, maior favorita da Copa, sábado às 16h. Se conseguir superar tão qualificada adversária, ganhará uma enorme confiança para as semifinais. O Senegal, embora tenha ficado, pouco antes da Copa, sem seu melhor jogador, Mané, teve um desempenho decepcionante na competição. Esperava-se um pouco mais da equipe africana.

No caminho de um novo título

A França robustece, a cada jogo, sua condição de principal favorita para ser campeã da Copa do Mundo, no Catar. Hoje, no Al Thumama, a França venceu a Polônia por 3 x 1, ao natural, mostrando que está no caminho de um novo título. O jogo estava com o placar de 2 x 0, com um gol em cada tempo, quando, nos acréscimos, a França ampliou o marcador e, pouco depois, a Polônia descontou, com um gol de pênalti. Em momento nenhum a França correu o risco de não vencer. Giroux, que não marcou nenhum gol na Copa de 2018, na Rússia, fez, hoje, o seu terceiro na atual edição da competição, e tornou-se o maior goleador da França em todos os tempos. Mbappé, grande candidato a melhor jogador da Copa, fez os outros dois. Lewandowski marcou o único gol da Polônia, de pênalti, e sai da Copa com um desempenho modesto, prejudicado pela pouca qualidade geral da equipe. Ainda assim, a Polônia tem o melhor goleiro da competição, ate aqui, Czesny. Pouco para permitir uma melhor campanha. A Polônia foi embora para casa. Pelas quartas de final, a França jogará contra a Inglaterra, sábado, às 16h, um confronto bem mais exigente, mas no qual, ainda assim, terá o favoritismo.

Susto

Uma vitória que parecia tranquila, quase complicou no final. No Ahmad bin Ahli, hoje, a Argentina venceu a Austrália por 2 x 1, com um susto no final. No primeiro tempo, a Argentina teve dificuldades para romper o bloqueio defensivo da Austrália, mas Messi, num belo gol, aos 35 minutos, abriu o placar. Aos 12 minutos do segundo tempo, numa incrível falha do goleiro Ryan, da Austrália, Hernandez ampliou. Porém, ais 32 minutos, um gol contra de Enzo Fernandez deu novo ânimo a Austrália, que pressionou a Argentina até o final. A Argentina teve muitas chances de aumentar o marcador, mas as desperdiçou. No último lance do jogo já nos acréscimos, o goleiro Martínez fez uma defesa decisiva, impedindo que o jogo fosse para a prorrogação. Depois de enfrentar dificuldades contra a Austrália, a equipe mais fraca das oitavas de final, a Argentina enfrentará nas oitavas de final, sexta-feira às16 h, a Holanda, uma equipe bem superior à dos americanos. A esperança dos argentinos é que Messi seja, mais uma vez, o fator de desequilíbrio em seu favor.

Lógica

Na abertura das oitavas de final da Copa do Mundo, no Catar, não houve nenhuma surpresa. No Estádio Khalifa, a Holanda venceu os Estados Unidos por 3 x 1, fazendo valer a lógica do seu favoritismo. A Holanda abriu o placar com nove minutos do primeiro tempo, gol de Depay, e, aos 46, Daley Blind fez 2 x 0. Aos 30 minutos do segundo tempo, Wright descontou para os Estados Unidos, mas, aos 35, Dumfries ampliou para a Holanda, garantindo a vitória. Os Estados Unidos tiveram uma atuação razoável, mas insuficiente para vencer uma equipe superior. Nas quartas de final, sexta-feira, às 16h, a Holanda terá um confronto bem mais duro, contra a Argentina. Um jogo que tende a ser muito equilibrado, e no qual Messi, por ser diferenciado, poderá fazer a balança pender em favor da equipe sul-americana.

Classificação em jogo tenso

Um jogo que extrapolava as quatro linhas e invadia as questões políticas. A Suiça venceu a Sérvia por 3 x 2, hoje, no Estádio 974, num jogo com duas viradas. A Suiça saiu na frente, sofreu a virada, mas voltou a ficar em vantagem e obteve o segundo lugar no grupo G. Se marcasse mais um gol, a Suiça poderia ter ficado com o primeiro lugar, pois o Brasil perdeu para Camarões e seria superado no saldo de gols. O jogo contra a Sérvia, afora a sua dificuldade natural, era revestido de aspectos políticos, já que os jogadores Xaqhiri e Xana, da Suiça, tem ascendência kosovar. Por isso, apoiam a independência do Kosovo, considerado pela Sérvia como uma província rebelde. Assim, a Suiça conseguiu uma classificação em jogo tenso, que teve vários desentendimentos entre jogadores das duas equipes. A campanha da Suiça, até aqui, não é brilhante, mas mostra solidez. Na terça-feira, às 16h, a Suiça jogará contra Portugal, pelas oitavas de final. Pelo grupo de jogadores que possui, Portugal tem um leve favoritismo, mas a Suiça está longe de ser uma "zebra".

Desclassificação dolorosa

Foi um jogo dramático. O Uruguai venceu Gana por 2 x 0, hoje, no Al Janoub, mas sofreu uma desclassificação dolorosa, já que a Coreia do Sul, nos acréscimos, venceu Portugal de virada e lhe tomou o segundo lugar do grupo H. As duas seleções empataram em pontos e no saldo de gols. Porém, a Coreia do Sul superou o Uruguai no número de gols marcados. O jogo já havia começado tenso para o Uruguai, pois, logo no início, Gana teve um pênalti a seu favor. No entanto, a cobrança foi desperdiçada, o que abalou Gana e animou o Uruguai. Arrascaeta, que, inexplicavelmente, ficou de fora do primeiro jogo do Uruguai, e participou por poucos minutos do segundo, começou como titular e marcou os dois gols da equipe. Várias outras chances de gol foram criadas pelo Uruguai, que não as aproveitou. O fato custou caro ao Uruguai que, caso marcasse mais um gol, teria, se classificado. Gana, mais uma vez, ao errar um pênalti, e contra o mesmo adversário, encurtou sua participação numa Copa. Não basta bom futebol, uma Copa exige, também, encarar o peso da responsabilidade.

Uma surpresa no final

Dentre as seleções do grupo H da Copa do Mundo, no Catar, a Coreia do Sul era vista como a mais fraca. Hoje, no Estádio da Cidade da Educação, a Coreia do Sul venceu Portugal por 2 x 1, de virada. Portugal, mesmo jogando com uma equipe reserva, saiu na frente, logo aos 5 minutos de partida, mas sofreu o empate ainda no primeiro tempo. No segundo tempo, o placar parecia que iria permanecer inalterado, mas o jogo guardava uma surpresa no final. Aos 46 minutos, a Coreia do Sul fez o gol de desempate, e ficou em segundo lugar no grupo H, tomando a frente de Uruguai e Gana, que eram mais cotados e acabaram realizando um jogo de desclassificados. Embora tenha sido derrotado, Portugal permaneceu em primeiro lugar no grupo. A Coreia do Sul jogará contra a Seleção Brasileira, pelas oitavas de final, na segunda-feira, às 16h. Sem nada a perder, pois já foi mais longe do que se esperava, jogará com a tranquilidade dos franco-atiradores.

Balde de água fria

A decisão de escalar reservas em jogos da Copa do Mundo, no Catar, tem se revelado desastrada. Hoje, no Lusail, a Seleção Brasileira perdeu por 1 x 0 para Camarões, com uma equipe totalmente reserva, por já estar classificada para as oitavas de final, e jogou um balde de água fria em quem esperava mais uma vitória. A Seleção criou várias chances de gol, mas desperdiçou todas. Para piorar, quando o empate em 0 x 0 parecia definitivo, sofreu um gol aos 47 minutos do segundo tempo, que determinou a derrota. Eternos preferidos do técnico da Seleção, Tite, Fred e Gabriel Jesus, mais uma vez, jogaram muito mal. Em duas Copas pela Seleção, Gabriel Jesus ainda não marcou nenhum gol. Os dois foram substituídos por Bruno Guimarães e Pedro, respectivamente. Bruno Guimarães é muito bom jogador, mas, sendo volante, não deu para entender porque jogou tão adiantado, como se fosse um centroavante, errando vários gols e tirando o espaço de Pedro. Mesmo com a derrota, a Seleção ficou em primeiro lugar no seu grupo. Porém, se a Suiça marcasse mais um gol sobre a Sérvia, a Seleção cairia para segundo. Para os mais supersticiosos, cabe lembrar que nas cinco vezes em que foi campeã mundial, a Seleção não perdeu nenhum jogo. Na segunda-feira, a Seleção jogará pelas oitavss de final contra a Coréia do Sul, às 16h. Sem dúvida, a Seleção é favorita, mas, numa Copa de tantas surpresas, todo o cuidado é pouco.

O fracasso da Alemanha

Pela segunda vez seguida, a Alemanha foi eliminada na primeira fase de uma Copa do Mundo. Hoje, no Al Bayt, a Alemanha venceu a Costa Rica por 4 x 2, num jogo em que saiu na frente, sofreu a virada, e voltou a ficar em vantagem no placar. Porém, a vitória foi inútil, pois a derrota da Espanha para o Japão resultou na sua eliminação. O fracasso da Alemanha é marcante porque, depois do título da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, a equipe não se encontrou mais. Será preciso um longo trabalho de reconstruçâo. Nomes como Neuer, Mário Götze, Thomas Müller e Gündogan, pela idade e o desgaste dos maus resultados, deverão abrir caminho para outros, encerrando suas trajetórias com a camisa da Alemanha. O processo de reerguimento da seleção da Alemanha deverá ser árduo.

A façanha do Japão

Primeiro colocado num grupo com duas grandes favoritas. Hoje, no Estádio Khalifa, o Japão venceu a Espanha por 2 x 1, de virada. Exatamente o mesmo placar e circunstância pelo qual vencera a Alemanha. Assim, ficou em primeiro lugar no grupo E, um feito notável para quem era um candidato natural à eliminação. Sua vitória de hoje carrega a suspeição de que a Espanha não teria se empenhado no jogo, visando a eliminação da Alemanha e um caminho mais ameno no chaveamento. Hipóteses conspiratórias à parte. a façanha do Japão é inegável. O Japão jogará nas oitavas de final contra a Croácia, na segunda-feira, às 12h, com boas chances de seguir adiante, já que sua adversária cumpriu, até aqui, uma campanha apenas regular.

O fim de uma geração

Uma desclassificação, verdadeiramente, melancólica. Bélgica e Croácia empataram em 0 x 0, no Ahmed bin Ali, marcando o fim de uma geração da primeira que sonhou em ganhar títulos, mas que encerra sua trajetória sem os conquistar. A equipe de Courtois, Aldeweireld, Verthonghen, Witsel, Eden Hazard, De Bruyne, Lukaku, envelheceu, e fecha seu ciclo com uma eliminação precoce, depois de ter sido semifinalista na Copa de 2018, na Rússia. A alta média de idade do grupo, e um ambiente minado por vaidades e desavenças, liquidaram com as chances da Bélgica na competição. A Croácia ficou em segundo lugar no grupo F, com uma campanha de dois empates e apenas uma vitória. Desempenho acentuadamente modesto para uma seleção que é a atual vice-campeã mundial. Nas oitavas de final, a Croácia jogará contra o Japão, segunda-feira, às 12h. Um confronto em aberto, sem favoritos.

Surpreendente Marrocos

Antes do começo da Copa do Mundo, no Catar, ninguém poderia imaginar que a seleção de Marrocos faria uma campanha tão afirmativa na primeira fase da competição. Hoje, no Al Thumama, Marrocos venceu o Canadá por 2 x 1, e ficou em primeiro lugar no grupo F. Foram duas vitórias e um empate, o que dá confiança à equipe de poder conseguir novos feitos. O surpreendente Marrocos jogará, agora, contra a Espanha, pelas oitavas de final, terça-feira, às 12h. A Espanha, em princípio, é favorita. Sua derrota para o Japão, que a deixou em segundo lugar no grupo E, está cercada de suspeitas de que poderia ter sido intencional, para eliminar a Alemanha e obter um caminho mais fácil no chaveamento. Verdade ou não, o Marrocos não tem nada a ver com isso, e poderá seguir adiante, ignorando favoritismos.