terça-feira, 31 de março de 2020

A imprensa como inimiga

Ardoroso defensor de ditaduras e de assassinatos de opositores, o presidente Jair Bolsonaro odeia qualquer ideia de conciliação. Com total desprezo pela vida humana e por quem não concorde com sua visão de mundo, Bolsonaro prefere o confronto. Não é de agora que um de seus principais alvos são os jornalistas. Preocupado em manter fiel o seu grupo de apoiadores descerebrados, Bolsonaro escolheu a imprensa como inimiga. Hoje, no lado de fora do Palácio da Alvorada, chegou ao ponto de incitar pessoas contra jornalistas que, em consequência, começaram a se afastar do local. As atitudes de Bolsonaro se tornaram cada vez mais agressivas, e isso não ocorre por acaso. São reações de quem sabe que está sepultado politicamente. Sua remoção do cargo terá de ocorrer, de uma forma ou de outra. Como último recurso, tenta amparar-se nos fundamentalistas. O problema é que tudo isso faz o país ter outro foco de tensão, num momento em que a pandemia de coronavírus deveria concentrar às atenções de forma única. A permanência de Bolsonaro no cargo é um fardo excessivo para o Brasil nesse momento. Não há razão para submeter o país a tamanho desgaste. A imprensa, já perseguida outras vezes, foi o alvo do dia. Amanhã ou depois, será outro. Só a saída de Bolsonaro poderá devolver um mínimo de rumo ao país.