terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Uma discussão sem sentido

Uma questão que, vez por outra, gera intensos debates é a de qual seria o maior jogador de futebol de todos os tempos. Durante décadas, a resposta era unânime em relação ao nome de Pelé. A partir do aparecimento de Maradona, os argentinos reivindicaram essa condição para o polêmico astro. Mais tarde, Messi, também argentino, foi apontado como o melhor, o que se intensificou após o encerramento, há dois dias, da Copa do Mundo, no Catar. Na verdade, é uma discussão sem sentido, forçada por quem desconsidera o futebol em toda a sua história, e glorifica exageradamente o que ocorre atualmente. Argumentar que, hoje, a maior competitividade e o calendário com muitas disputas tornam os jogadores mais pressionados do que os de outras épocas é uma visão distorcida da realidade. Pelé se destacou num período em que o Brasil e o mundo testemunhavam o auge do futebol, com nomes extraordinários como Garrincha,Puskas, Di Stéfano, Cruyff, Beckenbauer, Gérson, Rivelino, Tostão, Carlos Alberto. Nos anos 2000, é evidente que o nível técnico do futebol despencou. Messi merece estar no panteão dos melhores de todos os tempos. Porém, o argentino se beneficiou de jogar em uma época de escassos destaques individuais. Numa análise racional e isenta de paixões, Pelé é inalcançável, nunca será superado. Maradona é o segundo maior de todos os tempos. A partir do terceiro lugar, fica ao gosto de cada um.