sexta-feira, 27 de junho de 2025

A aposta no confronto

Não está sendo fácil para o presidente Luís Inácio Lula da Silva manter a governabilidade do país. Com maioria no Congresso, a oposição faz a aposta no confronto, tentando inviabilizar o governo, já visando as eleições de 2026. O Congresso brasileiro é dominado por forças retrógradas da extrema-direita e do agronegócio. São parlamentares que protegem os interessses do grande capital, banqueiros, latifundiários, industriais. Votam, sistematicamente, contra os interesses dos trabalhadores e da parcela mais pobre da população. Cortam verbas da saúde e educação, mas negam-se a aprovar a taxação das grandes fortunas, e recusam-se a aceitar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Com a derrubada do decreto presidencial que aumenta o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) a relação entre governo e Congresso, que já era difícil, ameaça chegar num impasse. O governo avalia a possibilidade de recorrer ao Supremo Tribunal Federal contra a derrubada do decreto. Porém, representantes da extrema-direita no Congresso dizem, cinicamente, que se o governo tomar essa atitude estará desrespeitando a vontade do povo, que elege os parlamentares, e criando um conflito entre os poderes. Claramente, a oposição no Congresso age com intuitos eleitoreiros, buscando atingir o governo na sua área mais sensível, que é a social. Faltando um ano e meio para a eleição, Lula e o governo precisam encontrar um meio de negociar com um Congresso hostil.