domingo, 15 de maio de 2011

Outras decisões

As outras decisões de campeonatos estaduais que aconteceram no fim de semana só apresentaram uma surpresa, que foi a conquista do título de campeão baiano pelo Bahia de Feira. O Vitória, que havia empatado o primeiro jogo fora de casa, jogava por um empate no Barradão para conquistar o pentacampeonato. Saiu na frente no placar, mas permitiu a virada e perdeu o título. Com isso, o veteraníssimo técnico Antônio Lopes, que foi mantido no cargo pelo Vitória mesmo após o rebaixamento no Campeonato Brasileiro em 2010, deveria pensar, seriamente, em se aposentar. O Atlético Mineiro não soube fazer valer o seu favoritismo, após a vitória no primeiro jogo, e perdeu o titulo do Campeonato Mineiro para o Cruzeiro, um resultado normal, pois a "Raposa" tem um time bem melhor do que o do "Galo". O Santos apenas confirmou o que todos já esperavam e conquistou o bicampeonato paulista, ganhando do Corinthians por 2 x 1. O Santa Cruz, mesmo perdendo por 1 x 0 para o Sport, foi campeão pernambucano, o que não ocorria desde 2006 e, dessa forma, impediu o adversário de obter o hexacampeonato estadual, feito que continua exclusivo do Náutico. A destacar, o público excepcional no estádio do Arruda: 62 mil pessoas! O resultado mais insólito foi o do Campeonato Catarinense. O clube campeão, o Chapecoense, foi rebaixado no ano passado e deveria ter disputado a segunda divisão em 2011. Isso só não aconteceu porque o Hermann Aichinger desistiu de participar do campeonato da primeira divisão e o Chapecoense entrou no seu lugar. No Campeonato Goiano, o Atlético Goianiense confirmou o seu favoritismo e foi campeão com dois empates de 1 x 1 com o Goiás. No geral, afora o título do Bahia de Feira e a curiosa conquista do Chapecoense, os campeonatos estaduais tiveram, em 2011, resultados normais.

Grêmio comprovou que não queria ser campeão

Há duas semanas, depois do Gre-Nal que decidiu o segundo turno do Campeonato Gaúcho em favor do Inter, escrevi um comentário em que afirmava que o Grêmio não queria ser campeão. O que aconteceu hoje, no estádio Olímpico, apenas confirmou aquela assertiva. O Grêmio perdeu o Gauchão mais fácil da sua história. Foi o vencedor do primeiro turno e, se ganhasse também o segundo turno, seria, automaticamente, o campeão gaúcho. Teve todas as chances para obter essa conquista, mas desperdiçou-as uma a uma. Nos seus três últimos jogos contra clubes do interior fora de casa, bastava ganhar um que levaria a decisão do segundo turno para o Olímpico. Incrivelmente, perdeu para o Juventude de virada, tendo um jogador a mais em campo, e apenas empatou com Ypíranga de Erechim e Santa Cruz, e teve de decidir fora de casa, contra o Inter. Ainda assim, conseguiu empatar, só perdendo na cobrança de tiros livres da marca do pênalti. Fez a primeira partida da decisão, novamente, no Beira-Rio, e venceu por 3 x 2,  resultado que lhe permitia, no segundo jogo, no Olímpico, até mesmo perder por 1 x 0 ou 2 x 1 e, mesmo assim, ser campeão. Saiu ganhando por 1 x 0 e permitiu a virada para 3 x 2 que levou a decisão, mais uma vez, para os tiros livres da marca do pênalti, onde acabou derrotado. O futebol, como a vida, é feito de detalhes. O Grêmio cometeu vários erros que acabaram sendo fatais no Gauchão. Hoje, o maior deles foi a escalação de Víctor. Marcelo Grohe teve grandes atuações nos dois clássicos anteriores e estava em ritmo de jogo, enquanto Víctor ficou 22 dias sem jogar. Ainda que Víctor seja titular, sua volta deveria se dar na estréia do Campeonato Brasileiro, e não numa decisão. No jogo, comprovando que não vai bem em Gre-Nal, ao contrário de Marcelo Grohe que, aos 19 anos, foi campeão gaúcho contra o Inter, dentro do Beira-Rio, Victor não fez nenhuma grande defesa, falhou no gol de Andrezinho, e cometeu um pênalti absolutamente desnecessário sobre Zé Roberto. Outro erro do técnico do Grêmio, Renato, foi escalar William Magrão e Adílson para a cobrança de tiros livres da marca do pênalti. William Magrão é, claramente, um jogador inseguro, de personalidade frágil, que não está apto a enfrentar o peso psicológico de situações como essa. Adílson também é instável psicologicamente, além de, principalmente, ser, tecnicamente, muito mau jogador. Se Borges, que parecia banido do clube, ficou no banco, entrou no jogo, e até fez o gol que levou a partida para os tiros livres da marca do pênalti, porque não foi relacionado para as cobranças? O Inter, por sua vez, começou o jogo muito mal, com uma esdrúxula escalação de três zagueiros e Kléber indo jogar no meio de campo. Saiu perdendo o jogo e levava um "chocolate" do Grêmio, até seu técnico, Falcão, retirar um dos zagueiros, Juan, e colocar Zé Roberto no meio, baixando Kléber para a sua posição de origem, a lateral esquerda. Zé Roberto mudou a face do jogo e, três minutos depois da sua entrada, o Inter já obtinha o gol de empate. Daí até o final da partida, Renato nada soube fazer para neutralizar Zé Roberto, que acabou sendo uma figura decisiva para o Inter. Oscar, que entrou no lugar de Andrezinho, que se lesionou, também teve boa atuação. Andrezinho, aliás, comprovou o acerto de Falcão em fixá-lo como titular, o que não aconteceu com nenhum outro técnico desde que o jogador chegou no Inter. Excelente cobrador de faltas e que, também, chuta muito bem de fora da área, Andrezinho é muito útil, como mostrou, hoje, mais uma vez. Porém, apesar de todos os acertos do Inter na partida, entendo que o resultado do campeonato se deveu muito mais aos erros e vacilações do Grêmio. Pode-se dizer, ainda que desagrade muitas pessoas, que foi o Grêmio que perdeu, não o Inter que ganhou.