domingo, 15 de maio de 2011

Grêmio comprovou que não queria ser campeão

Há duas semanas, depois do Gre-Nal que decidiu o segundo turno do Campeonato Gaúcho em favor do Inter, escrevi um comentário em que afirmava que o Grêmio não queria ser campeão. O que aconteceu hoje, no estádio Olímpico, apenas confirmou aquela assertiva. O Grêmio perdeu o Gauchão mais fácil da sua história. Foi o vencedor do primeiro turno e, se ganhasse também o segundo turno, seria, automaticamente, o campeão gaúcho. Teve todas as chances para obter essa conquista, mas desperdiçou-as uma a uma. Nos seus três últimos jogos contra clubes do interior fora de casa, bastava ganhar um que levaria a decisão do segundo turno para o Olímpico. Incrivelmente, perdeu para o Juventude de virada, tendo um jogador a mais em campo, e apenas empatou com Ypíranga de Erechim e Santa Cruz, e teve de decidir fora de casa, contra o Inter. Ainda assim, conseguiu empatar, só perdendo na cobrança de tiros livres da marca do pênalti. Fez a primeira partida da decisão, novamente, no Beira-Rio, e venceu por 3 x 2,  resultado que lhe permitia, no segundo jogo, no Olímpico, até mesmo perder por 1 x 0 ou 2 x 1 e, mesmo assim, ser campeão. Saiu ganhando por 1 x 0 e permitiu a virada para 3 x 2 que levou a decisão, mais uma vez, para os tiros livres da marca do pênalti, onde acabou derrotado. O futebol, como a vida, é feito de detalhes. O Grêmio cometeu vários erros que acabaram sendo fatais no Gauchão. Hoje, o maior deles foi a escalação de Víctor. Marcelo Grohe teve grandes atuações nos dois clássicos anteriores e estava em ritmo de jogo, enquanto Víctor ficou 22 dias sem jogar. Ainda que Víctor seja titular, sua volta deveria se dar na estréia do Campeonato Brasileiro, e não numa decisão. No jogo, comprovando que não vai bem em Gre-Nal, ao contrário de Marcelo Grohe que, aos 19 anos, foi campeão gaúcho contra o Inter, dentro do Beira-Rio, Victor não fez nenhuma grande defesa, falhou no gol de Andrezinho, e cometeu um pênalti absolutamente desnecessário sobre Zé Roberto. Outro erro do técnico do Grêmio, Renato, foi escalar William Magrão e Adílson para a cobrança de tiros livres da marca do pênalti. William Magrão é, claramente, um jogador inseguro, de personalidade frágil, que não está apto a enfrentar o peso psicológico de situações como essa. Adílson também é instável psicologicamente, além de, principalmente, ser, tecnicamente, muito mau jogador. Se Borges, que parecia banido do clube, ficou no banco, entrou no jogo, e até fez o gol que levou a partida para os tiros livres da marca do pênalti, porque não foi relacionado para as cobranças? O Inter, por sua vez, começou o jogo muito mal, com uma esdrúxula escalação de três zagueiros e Kléber indo jogar no meio de campo. Saiu perdendo o jogo e levava um "chocolate" do Grêmio, até seu técnico, Falcão, retirar um dos zagueiros, Juan, e colocar Zé Roberto no meio, baixando Kléber para a sua posição de origem, a lateral esquerda. Zé Roberto mudou a face do jogo e, três minutos depois da sua entrada, o Inter já obtinha o gol de empate. Daí até o final da partida, Renato nada soube fazer para neutralizar Zé Roberto, que acabou sendo uma figura decisiva para o Inter. Oscar, que entrou no lugar de Andrezinho, que se lesionou, também teve boa atuação. Andrezinho, aliás, comprovou o acerto de Falcão em fixá-lo como titular, o que não aconteceu com nenhum outro técnico desde que o jogador chegou no Inter. Excelente cobrador de faltas e que, também, chuta muito bem de fora da área, Andrezinho é muito útil, como mostrou, hoje, mais uma vez. Porém, apesar de todos os acertos do Inter na partida, entendo que o resultado do campeonato se deveu muito mais aos erros e vacilações do Grêmio. Pode-se dizer, ainda que desagrade muitas pessoas, que foi o Grêmio que perdeu, não o Inter que ganhou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O autor se reserva o direito de moderar os comentários. Textos com conteúdo ofensivo ou linguajar inapropriado não serão publicados neste espaço.