segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Teses fajutas

Os inimigos dos campeonatos de pontos corridos vivem desfiando uma série de razões pelas quais preferem o "mata-mata". Suas teses, no entanto, se mostram cada vez mais fajutas. A principal alegação é de que os campeonatos de pontos corridos tem pouca emoção, que se um clube dispara em direção ao título isso desestimula os torcedores dos demais participantes da competição, e que, muito cedo, os postulantes à taça ficam reduzidos a poucos disputantes. Nada disso é verdade. Nesse tipo de campeonato, ao contrário do execrável formulismo, todos os jogos são decisivos, pois os pontos são cumulativos. Não há falta de emoção. Mesmo que um clube se encaminhe para o título com muita antecedência, há as buscas de classificação para a Libertadores e para evitar o rebaixamento, que empolgam os torcedores até as últimas rodadas. Os jogos desse fim de semana pelo Campeonato Brasileiro provaram que os pontos corridos já foram assimilados pelo torcedor. A média de público da rodada foi de mais de 27 mil pessoas por jogo. O Mineirão recebeu 56 mil pessoas para ver o Cruzeiro confirmar a conquista do título, mas não foi só. No Beira-Rio, 38 mil pessoas compareceram para ver o Inter na luta pela classificação para a Libertadores. No Itaquerão, pelo mesmo motivo, mais de 35 mil pessoas estiveram no estádio para assistir Corinthians x Grêmio. Na Arena Pernambuco, num jogo que pouco valia para o mandante, um grande público se fez presente para ver Sport x Fluminense. Na Série B, o Vasco, que não tinha mais chances de ganhar o título, levou 56 mil pessoas ao Maracanã para vê-lo confirmar a volta para a Primeira Divisão. Os pontos corridos são a forma mais justa de se apurar um campeão e os classificados para outras competições. Todos os campeonatos relevantes do mundo, como os da Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França, por exemplo, adotam essa fórmula. Porque só o Brasil seria o soldadinho de passo certo optando pela involução da volta ao formulismo? O torcedor já aprovou os pontos corridos. Falta uma parcela teimosa e obtusa da imprensa esportiva fazer o mesmo.