domingo, 27 de janeiro de 2013

A tragédia de Santa Maria

Meu assunto, hoje, não poderia ser outro. A tragédia de Santa Maria (RS), o segundo maior incêndio, em número de vítimas fatais, da história do Brasil. Como definir um quadro em que um local de lazer, uma boate, acabe se transformando na área onde morram 232 pessoas, todas jovens, que, no momento em que irrompeu o incêndio, assistiam a um show musical? Pela informações que vão chegando com o transcorrer das horas, uma série de atos irresponsáveis culminou no trágico acontecimento. Começa pelo alvará de funcionamento da boate "Kiss", onde ocorreu o fato, que estaria vencido desde agosto. Prossegue com o lançamento, por parte de um dos integrantes do grupo "Gurizada Fandangueira", que se apresentava naquele momento, de um sinalizador dentro de um ambiente fechado. Culmina com a atitude dos seguranças da casa noturna, que teriam bloqueado as portas de saída, quando do início do tumulto, pensando se tratar de uma briga, e tentando evitar que pessoas saíssem sem pagar. Um fato traumatizante, de repercussão internacional, mas que não pode ficar só na comoção. As vítimas não terão sua vida de volta, e suas famílias estarão para sempre abaladas, mas, até para que outros não venham a passar pelo mesma situação, urge que se tomem medidas para evitar a repetição de fatos como este. Uma casa noturna sem alvará não pode funcionar. As saídas de emergência tem de ser numerosas e não podem, sob alegação alguma, sofrer qualquer tipo de bloqueio. Mais uma vez, a sede de lucro ou o temor de possíveis prejuízos leva a atitudes injustificáveis, que redundam em perda de vidas. Uma tragédia com tamanho número de vítimas tem de servir, ao menos, para que se deixe de lado o "jeitinho" e se procedam as fiscalizações e vistorias necessárias para o funcionamento desse tipo de estabelecimento. No calor dos fatos, todos se propõem a fazer de tudo para que tais fatos não se repitam. Depois, tudo tende a cair no esquecimento, Tomara que, desta vez, seja diferente, apurando e punindo os possíveis responsáveis pelo ocorrido, e intensificando medidas preventivas e fiscalizatórias que garantam a segurança dos frequentadores de locais de diversão.