sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Mais negócio do que esporte

O tenista sérvio Novak Djokovic criticou os organizadores do Torneio Aberto da Austrália, que vem sendo disputado sob temperaturas altíssimas. Ele entende que, em alguns dias, deveriam ser dadas horas extras de descanso, até a temperatura baixar. Djokovic, no entanto, reconheceu que os tenistas fazem parte de uma indústria que é mais negócio do que esporte, e que eles são "abençoados" por terem uma grande compensação financeira. Porém, ao mesmo tempo, ele considera que o mais importante é a saúde dos tenistas, e o que lhes acontecerá depois da carreira. As colocações de Djokovic não servem apenas para o tênis. Elas se enquadram em quase todos os esportes de alto rendimento. O lado lúdico do esporte foi sendo deixado de lado, e deu lugar ao pragmatismo do mundo dos negócios. No futebol, o panorama é o mesmo. Os calendários estão cada vez mais apertados, sobrecarregando os jogadores. Tudo se dá em nome dos grandes lucros obtidos com a transmissão de jogos, sua comercialização para diversos países, entre outros fatores. Com isso, a quantidade se sobrepõe á qualidade. São jogos demais, o que gera saturação no jogadores e no público. O esporte deve, antes de tudo, promover a saúde e propiciar o entretenimento do público. O capitalismo selvagem e a sua avidez por lucros invadiram o esporte, que foi conspurcado. Afinal, para os defensores do mercado, o importante e faturar muito dinheiro, mesmo que seja em detrimento do encanto natural do esporte.