quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Escolha acintosa

Nada poderia ser mais revelador da podridão que caracteriza o meio político brasileiro do que a notícia de que Romero Juca (PMDB/RR) será o novo líder do governo no Senado. Romero é o mesmo que ficou apenas 12 dias no cargo de ministro do Planejamento do governo de Michel Temer, devido á divulgação da gravação de uma conversa do senador com um empresário em que ele manifestava a intenção de bloquear a ação da Operação Lava-Jato. A escolha acintosa de Romero para o cargo mostra que a classe política, no Brasil, insiste nas mesmas práticas ao longo do tempo, privilegiando os seus interesses específicos, mesmo que eles afrontem a ética e a dignidade. Romero já ocupou o cargo nos governos de Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula da Silva, e Dilma Rousseff, pois é do tipo que está sempre a favor de quem exerce o poder. Sua reputação está longe de ser ilibada, mas isso em nada afeta a sua posição destacada na cena política do país. Sua recondução ao cargo que já exerceu em governos anteriores demonstra que, na política brasileira, nada é tão ruim que não possa piorar.