segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Piorando o que já era ruim

Há poucos dias, nesse espaço, abordei a preocupante perspectiva de futuro do futebol brasileiro, tomando por base o desempenho da Seleção Brasileira Sub-17 no campeonato mundial da categoria, que está sendo realizado no Chile. Destaquei o fato de que a equipe conseguira uma passagem de fase vencendo a Nova Zelândia por 1 x 0, com um gol de pênalti aos 48 minutos do segundo tempo, e que o adversário já havia desperdiçado uma outra penalidade máxima. Sabidamente, a Nova Zelândia é um país que não tem tradição no futebol, e uma vitória tão magra, nas circunstâncias referidas, revela a que ponto chegou a pobreza técnica atual do futebol brasileiro. Pois aquilo que já era ruim acabou piorando. Ontem, a Seleção Brasileira Sub-17 foi eliminada da competição ao ser goleada pela Nigéria por 3 x 0 sofrendo três gols em apenas quatro minutos, o último deles um frango do goleiro. Não estou entre aqueles que acham que a Seleção Brasileira principal vá ficar fora de uma Copa do Mundo algum dia, mas se os jogadores que representam o futuro do futebol do país demonstram um nível tão precário, o que se pode esperar mais para a frente? Afinal, dessa geração é que devem sair jogadores para disputar as Copas de 2022 e 2026. Para a única seleção a ter ganho cinco Copas, não basta participar, é preciso ter condições de buscar o título. Pelo que se tem observado das seleções Sub-20 e Sub-17 do Brasil, a tendência é que um prolongado jejum de conquistas, como ocorreu entre as Copas do Mundo de 1970 e 1994, volte a ocorrer. Está mais do que na hora de buscar as causas desse empobrecimento constante do futebol brasileiro, e tomar as medidas necessárias para que ele possa retornar ao patamar dos seus melhores tempos.