sábado, 19 de abril de 2014

Estreia morna

Ganhar numa estreia, ainda mais numa competição tão difícil como o Campeonato Brasileiro, é sempre importante. Nesse sentido, o Inter foi bem sucedido, pois venceu o Vitória, da Bahia, por 1 x 0, hoje, no Beira-Rio. Porém, com um gol marcado logo aos cinco minutos do primeiro tempo, diante de um adversário apenas mediano, a vitória do Inter pode ser classificada como magra, e sua estreia no Brasileirão definida como morna. O Vitória, no segundo tempo, foi mais audacioso, e por pouco não obteve um melhor resultado. O gol, marcado por Aránguiz, foi resultado de uma bela jogada entre ele e D'Alessandro, mas o que poderia ser o prenúncio de uma vitória afirmativa não se confirmou. O Inter teve dificuldades para ganhar a partida. Mais uma vez, o Inter é apontado como um candidato em potencial ao título. Nos anos anteriores, fracassou rotundamente. Pelo que se viu hoje, seu desempenho ao longo da disputa ainda é uma incógnita.

Luciano do Valle

O Brasil perdeu, hoje, o seu maior narrador esportivo de televisão de todos os tempos: Luciano do Valle. Vindo do rádio, Luciano soube, melhor do que qualquer outro, criar um estilo de narração televisiva que, sem copiar as aceleradas transmissões radiofônicas, o que não seria cabível num meio que dispõe da imagem, ainda assim não abrisse mão da emoção. Transmitiu jogos de futebol como ninguém, com narrações antológicas, mas não se limitou a eles. Foi o responsável direto pela popularização do vôlei no Brasil. Chegou, por isso, a ser identificado como "Luciano do vôlei". O basquete também deve muito a ele. A ex-jogadora Hortência chegou a dizer que a fama dela e de sua companheira de Seleção Brasileira de Basquete Feminino, Paula, foi criada por Luciano. Foi ele, aliás, que as denominou de "Rainha Hortência" e "Magic Paula". Luciano apostou no boxeador Adílson "Maguila" Rodrigues. Não conseguiu levá-lo a conquista do título mundial dos pesos pesados, como desejava, mas fez o boxe voltar a empolgar os brasileiros, como há muito não acontecia. Até mesmo a sinuca tornou-se uma atração televisiva por iniciativa de Luciano do Valle. No extinto programa "Show do Esporte", comandado por ele, na Rede Bandeirantes, o jogador Rui Chapéu levou as partidas de sinuca para os lares brasileiros. Luciano do Valle também narrou Fórmula 1 e Fórmula Indy. Suas transmissões sempre se caracterizaram pela emoção e por um acentuado patriotismo. Ele vibrava como o esporte e com todos aqueles que, por meio dele, elevavam o nome do Brasil. Luciano do Valle se foi cedo demais, com apenas 66 anos, e não poderá narrar aquela que seria a sua 11ª Copa do Mundo. Uma Copa que tinha um significado especial para ele, pois será no Brasil. Luciano do Valle morreu numa viagem para transmitir um jogo pelo Campeonato Brasileiro, ou seja, estava a caminho de mais uma jornada de uma carreira brilhante. Viveu para o seu trabalho e morreu preparando-se para mais uma atuação. Foi o melhor e mais completo na sua atividade. Deixa uma lacuna enorme, sem perspectivas de ser preenchida.