terça-feira, 31 de março de 2020

A imprensa como inimiga

Ardoroso defensor de ditaduras e de assassinatos de opositores, o presidente Jair Bolsonaro odeia qualquer ideia de conciliação. Com total desprezo pela vida humana e por quem não concorde com sua visão de mundo, Bolsonaro prefere o confronto. Não é de agora que um de seus principais alvos são os jornalistas. Preocupado em manter fiel o seu grupo de apoiadores descerebrados, Bolsonaro escolheu a imprensa como inimiga. Hoje, no lado de fora do Palácio da Alvorada, chegou ao ponto de incitar pessoas contra jornalistas que, em consequência, começaram a se afastar do local. As atitudes de Bolsonaro se tornaram cada vez mais agressivas, e isso não ocorre por acaso. São reações de quem sabe que está sepultado politicamente. Sua remoção do cargo terá de ocorrer, de uma forma ou de outra. Como último recurso, tenta amparar-se nos fundamentalistas. O problema é que tudo isso faz o país ter outro foco de tensão, num momento em que a pandemia de coronavírus deveria concentrar às atenções de forma única. A permanência de Bolsonaro no cargo é um fardo excessivo para o Brasil nesse momento. Não há razão para submeter o país a tamanho desgaste. A imprensa, já perseguida outras vezes, foi o alvo do dia. Amanhã ou depois, será outro. Só a saída de Bolsonaro poderá devolver um mínimo de rumo ao país.

segunda-feira, 30 de março de 2020

Os 75 anos de Eric Clapton

Os tempos são tristes, mas ainda assim, a vida segue em paralelo à pandemia de coronavírus. Por isso, vez ou outra, é necessário deixar de lado o assunto predominante do momento. Há fatos e datas que não podem ser esquecidos. Na data de hoje, Eric Clapton completa 75 anos. Lenda da música, Clapton é um guitarrista tão brilhante que chegou a ser chamado de "The God", num exagero perdoável  de seus fãs mais ardorosos. Entre os críticos musicais, só Jimi Hendrix é considerado um guitarrista num patamar superior ao de Clapton. Antes de se lançar em carreira solo, Clapton participou de alguns grupos, sendo o Cream o mais célebre deles. Sua ligação com George Harrison é conhecida, e é dele, embora não tenha sido creditado no disco, o lindo solo de "While My Guitar Gently Weeps", composição do amigo,  no "Álbum Branco" dos Beatles. Sem ser um hitmaker, Clapton coleciona grandes sucessos em sua carreira, como "Layla", "Cocaine", "Tears in Heaven", "Wonderful Thonight" e "Change the World". Clapton é um grande astro da música, com uma extensa discografia, que merece ser apreciada por todas as gerações.

domingo, 29 de março de 2020

Dois brasis

A sociedade brasileira ficou tão polarizada que nem mesmo a pandemia de coronavírus foi capaz de fazer com que todos se unissem por uma mesma causa. O que se tem são dois brasis, cada vez mais inconciliáveis. Os apoiadores fundamentalistas de Jair Bolsonaro não abrem mão de suas posições. Seu anti-esquerdismo irracional os leva a optar pela morte de milhões de brasileiros, só para manter a defesa de suas ideias neoliberais. Dessa forma, saem ás ruas para realizarem carreatas pela volta das pessoas ao trabalho, em nome de evitar a quebra da economia. Remando contra essa maré de insanidade, está a parte lúcida da sociedade, que quer, antes de tudo, salvar vidas e, por isso, apoia a quarentena, pelo tempo que for necessário. Porém, não é só a população que está cindida. O governo dá demonstrações de estar rachado, em um momento que exige união de esforços. O tresloucado e inepto presidente segue indo numa direção contrária às recomendações médicas. A ambiguidade de métodos e desencontro de declarações é por demais evidente, a cada dia. Uma autêntica queda de braço entre Bolsonaro e setores de seu governo, de final imprevisível. Até mesmo a hipótese de Bolsonaro colocar o país em estado de sítio vem sendo especulada. Não se sabe quem vai vencer essa disputa, embora esteja claro de que lado está a razão. Só o que se sabe é que o Brasil já está perdendo.

sábado, 28 de março de 2020

Ninguém sabe o que virá pela frente

A pandemia de coronavírus está testando a resistência emocional da humanidade. Em pouco tempo, o mundo se viu enredado em um drama de proporções gigantescas, cujo término é imprevisível. A vida das pessoas e dos países foi alterada de forma implacável. Uma das"certezas" iniciais sobre a doença se mostrou equivocada. Não há grupos mais frágeis como idosos e portadores de doenças crônicas, pois, com o correr dos dias, pessoas de todas as idades tem morrido da doença. Os mortos aumentam em todos os países, sem que o pico de transmissão da enfermidade tenha sido atingido. As quarentenas vão sendo ampliadas, sem que se saiba quando poderão ser encerradas. Todo e qualquer prognóstico sobre o que virá depois que tudo isso acabar não é mais, agora, do que um simples palpite. Porém, o que se pode afirmar é que não haverá uma volta ao "normal". Afora todo o problema econômico que terá de ser enfrentado, as relações entre as pessoas serão seriamente afetadas, levando a um maior distanciamento, num mundo que já carecia, há muito tempo, de mais calor humano. Os governos poderão tomar medidas totalitárias, monitorando os cidadãos e tendo acesso aos seus dados de saúde, como a pressão arterial, por exemplo, sacrificando inalienáveis direitos individuais em nome de evitar novas pandemias. Ninguém sabe o que virá pela frente, mas não será um mundo melhor e mais justo.

sexta-feira, 27 de março de 2020

Divisão

O alucinado discurso do presidente Jair Bolsonaro na terça-feira já atingiu o seu objetivo, ou seja, o enfrentamento entre brasileiros. Bolsonaro não sabe operar de outra forma, aposta sempre na divisão da sociedade entre os que o apoiam e os que o criticam. Hoje, no Brasil, diversas "carreatas" de apoio a Bolsonaro e ao fim da quarentena do coronavírus foram realizadas. Em resposta a essa atitude, muitas pessoas faziam panelaços contra Bolsonaro. Houve xingamentos entre as partes. O que poderia ser pior do que um país dividido num momento em que a união de esforços para derrotar um inimigo tão cruel como o coronavírus se faz necessária? O que explica isso é o fato de que Bolsonaro e seus apoiadores não prezam as vidas de outras pessoas, só as próprias e as de seus familiares. Como muito bem disse a economista Mônica de Bolle, não há crise econômica que não possa ser superada. O mundo já enfrentou várias, e superou todas. Bem mais grave é enfrentar as consequências de mortes em massa causadas por uma pandemia. Entre a vida e a economia, a opção terá, sempre, de ser pela primeira. Até mesmo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ídolo de Bolsonaro, está tendo que voltar atrás em seus postulados, ainda que a contragosto. Só o genocida Bolsonaro não o faz. Essa situação revela também, um quadro de leniência dos demais poderes da República, pois seja qual for o fator jurídico acionado para tanto, Bolsonaro precisa ser retirado do cargo. O recurso mais óbvio seria o impeachment, mas, se por alguma razão, sua operacionalidade imediata não se mostrar viável, qualquer outro deverá ser colocado em prática para que o país se livre de um presidente desqualificado e que age contrariamente à preservação das vidas dos brasileiros.

quinta-feira, 26 de março de 2020

Diferença

Os jogadores dos clubes alemães estão dispostos a dar a sua colaboração para minimizar os efeitos da pandemia de coronavírus sobre o futebol. Um corte de 20% nos salários já foi aceito pelos jogadores de Bayern de Munique e Borussia Dortmund, como forma de garantir que os demais profissionais do futebol possam receber os seus salários. No Brasil, os jogadores adotaram uma postura bem distinta. Eles rejeitaram a proposta dos clubes de um corte de 25% nos salários, e propuseram férias coletivas de 30 dias com pagamento efetuado no início de maio, e folga remunerada de 10 dias no período entre o Natal e o Ano Novo. Essa proposta é espantosa, pois, afora não impor nenhuma cota de sacrifício aos jogadores, ainda lhes proporciona vantagens. A diferença das propostas dos jogadores da Alemanha e do Brasil explica muito sobre os dois países. O baixo grau civilizatório do Brasil fica exposto nas suas escolhas políticas, e por comportamentos como esse. O goleiro Neuer, do Bayern de Munique e da seleção da Alemanha, disse que os jogadores de futebol são privilegiados no aspecto financeiro, e que é justo que dêem sua cota de sacrifício nesse momento. Um posicionamento muito distante do adotado pelos jogadores brasileiros. Nada é por acaso, como as eleições presidenciais deixaram claro em 2018, com a chegada de Bolsonaro ao poder. Não foi um acontecimento episódico, mas um retrato do caráter de muitos habitantes do país.

quarta-feira, 25 de março de 2020

Falando sozinho

O presidente Jair Bolsonaro não cessa de dizer asneiras. Ontem, no entanto, conseguiu se superar. Num pronunciamento ao país, Bolsonaro foi patético, ridículo, irresponsável, criminoso. Em apenas quatro minutos e meio, fez declarações absurdas. Entre elas, a de que, caso fosse infectado pelo coronavírus, nada sofreria, ou no máximo, teria uma "gripezinha" ou "resfriadinho", devido a ter sido um "atleta". O rol de besteiras ditas por Bolsonaro teve o intuito de defender a flexibilização da quarentena preventiva do coronavírus, para evitar a quebra da economia. A reação ao pronunciamento foi imediata e, como não poderia ser diferente, muito negativa. O presidente do Senado, governadores, prefeitos, autoridades médicas, diversas instituições das mais variadas áreas, economistas, sem exceção, condenaram veementemente as posições externadas por Bolsonaro. Claro, muitos internautas e os empresários de sempre apoiaram a fala do presidente. Porém, não devem ser levados em conta, pois são fundamentalistas, atrelados de forma incondicional ao seu "mito". Entre as pessoas relevantes, Bolsonaro ficou falando sozinho.

terça-feira, 24 de março de 2020

A ficha não caiu para a direita

Alguém escreveu, numa das tantas postagens sobre o drama do coronavírus, que neoliberal não chora, faz conta. Uma grande verdade, sem dúvida. Nem mesmo o coronavírus é capaz de fazer com que Trump, Bolsonaro e seus apoiadores reconheçam que sua agenda econômica não pode mais ser aplicada. A ficha não caiu para a direita. Num mundo em que a economia parou devido a uma pandemia, os adeptos do neoliberalismo seguem pensando em políticas danosas aos trabalhadores. No Brasil, Bolsonaro e seus apoiadores no meio empresarial insistem em negar a gravidade do coronavirus, preocupados com as consequências da quarentena para a economia. Não percebem que depois do coronavírus o mundo não será mais o mesmo. Não há normalidade a ser mantida. As competições esportivas foram adiadas no mundo inteiro. O tradicional Festival de Cinema de Cannes não será realizado na data prevista. Os prejuízos econômicos com a quarentena serão gigantescos. Achar que, quando a pandemia for dominada, tudo voltará a ser como antes, é um delírio da direita que cobrará um preço ainda mais alto para os países em que ela governa.

segunda-feira, 23 de março de 2020

Situação limite

A cada dia, torna-se mais danosa e injustificável a permanência do presidente Jair Bolsonaro no cargo. Na madrugada de hoje, Bolsonaro editou uma medida que, entre outras resoluções prejudiciais aos trabalhadores, permitia que as empresas deixassem de pagar salários por quatro meses aos seus empregados. Pouco depois do meio-dia, após uma enorme repercussão negativa, Bolsonaro voltou atrás, e retirou esse item da medida. Esse comportamento dá bem a dimensão de como Bolsonaro "governa". O ex-capitão age de maneira errática, dando declarações que, depois, retifica, e tomando decisões que, mais tarde, revoga. O pior é que ainda há quem defenda Bolsonaro e veja má vontade dos que o criticam. O Brasil chegou a uma situação limite. Não há como enfrentar, adequadamente, a pandemia do coronavírus tendo Bolsonaro mantido no cargo. O país precisa se livrar desse peso, para poder enfrentar dias tão difíceis.

domingo, 22 de março de 2020

As Olimpíadas não podem ser realizadas

A Eurocopa já foi transferida para 2021. A Copa América, também. São competições de abrangência continental. Curiosamente, as Olimpíadas, cujo alcance é mundial, ainda não tiveram o seu adiamento decidido. O Comitê Olímpico Internacional reluta em tomar essa decisão. Em princípio, a competição está confirmada. Dentro de um mês, sairá uma definição. Por várias razões, as Olimpíadas não podem ser realizadas em 2020. A preparação dos competidores está prejudicada pela quarentena em função do coronavírus, na data marcada para o início das Olimpíadas a situação da pandemia ainda não estará significativamente melhor a ponto de se realizar uma disputa desse porte, o abalo do mundo inteiro devido a uma situação tão dramática não terá sido superado, às viagens aéreas para o Japão, dos esportistas e de torcedores, poderão causar um recrudescimento da doença. O bom senso recomenda que as Olimpíadas sejam postergadas para o próximo ano. Claro que isso implicará em grandes prejuízos para os organizadores e patrocinadores, mas há outros valores a serem colocados na balança, e que não podem ser mensurado em cifrões.

sábado, 21 de março de 2020

O contraste de dois aniversários

Se Ayrton Senna estivesse vivo, completaria, hoje, 60 anos. O dia de hoje marca, também, os 40 anos de Ronaldinho. Em princípio, estaríamos diante de uma triste lembrança, já que Senna se foi muito cedo, e de uma comemoração efusiva das quatro décadas de vida de um jogador de futebol que, por dois anos consecutivos, foi escolhido como o melhor do mundo. Não é assim. O contraste de dois aniversários tão badalados é outro. Senna deixou doces lembranças nos brasileiros, que recordam de suas façanhas nas pistas, e morreu com sua imagem intocada. No que se refere a Ronaldinho, a situação é diferente. A significativa data de hoje está sendo comemorada por Ronaldinho dentro de um presídio no Paraguai. Enquanto Senna soube cultivar sua imagem de ídolo, fazendo com que ela perdure mesmo após sua morte, Ronaldinho só faz desgastar seu conceito público por meio de uma vida errática que culminou com sua prisão por uso de passaporte falso. Ambos brilhantes nos seus respectivos esportes, Senna e Ronaldinho diferiram muito na conduta pessoal. Para o reconhecimento público, isso faz uma diferença considerável.

sexta-feira, 20 de março de 2020

O oportunismo de Dória

Há pessoas que põem seus interesses acima de tudo, e não se detém em nome de nada, procurando tirar proveito até em situações dramáticas. Um exemplo disso é o governador de São Paulo, João Dória Júnior. Suas pretensões de concorrer a presidente em 2022 não são segredo para ninguém. Percebendo que o presidente Jair Bolsonaro não consegue exercer o seu papel na crise do coronavírus, o governador de São Paulo está tentando assumir o protagonismo, em escala federal, no enfrentamento da pandemia. Conjuntamente com os demais governadores do Sudeste, e também os do Sul, Dória anunciou medidas para o combate á expansão da doença. Suas intenções ficaram mais do que claras quando disse que estavam "liderando" a luta contra a pandemia, já que o presidente, a quem competiria tomar essa atitude, não o faz, e quando age, erra. Dória sabe que Bolsonaro vive um processo de desgaste, e que panelaços já foram realizados pedindo sua saída do cargo. O oportunismo de Dória tornou-se evidente, na busca de valorizar sua imagem junto ao eleitorado num momento de grande apreensão. Bolsonaro, Dória, e vários outros participantes do cenário político, não estão preocupados com o sofrimento dos brasileiros. Sua única preocupação é obter dividendos eleitorais.

quinta-feira, 19 de março de 2020

Confinamento

O avanço dos casos de coronavírus levou a que, em todo o mundo, fosse estabelecida uma quarentena para todas as pessoas, que devem permanecer dentro de suas casas, como modo de deter a expansão da doença. Nada pode ser mais exasperante para um ser humano do que se submeter a um confinamento compulsório. A situação que já dura algumas semanas, deverá se intensificar, até mesmo com ações repressivas para quem sair de casa "sem necessidade". A pandemia de coronavírus ainda está em processo de crescimento e, por isso, medidas drásticas são justificáveis. Porém, o isolamento forçado leva a um quadro de ansiedade. Uma determinação como essa não pode se estender por um prazo demasiadamente longo. Hoje, uma série de resoluções de extremo rigor foi elaborada pelo governo federal e administrações estaduais para limitar a circulação de pessoas. Com o transcorrer dos dias, o isolamento obrigatório levará a uma inconformidade crescente. Uma total modificação da rotina por um tempo prolongado desestabiliza emocionalmente as pessoas. Seres humanos não nasceram para viver enjaulados. Uma pandemia é um fato extremamente grave, e seu enfrentamento exige a adoção de decisões radicais, mas o direito de ir e vir está entre os mais basilares da condição humana.

quarta-feira, 18 de março de 2020

A triste situação de Manga

Depois de anos residindo no Equador, o ex-goleiro Manga, de 82 anos, está de volta ao Brasil. Porém, Manga não vive um bom momento, e precisa de auxílio. Depois de uma carreira longa e vitoriosa, tendo conquistado títulos importantes e até disputado a Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra, Manga está sem dinheiro. A triste situação de Manga despertou a solidariedade de torcedores e dos clubes onde jogou. Manga deverá ir morar, junto com sua mulher,  no Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro. A instituição é presidida pelo ator Stepan Nercessian, torcedor do Botafogo, clube onde o ex-goleiro foi ídolo. A casa em que Manga e sua mulher irão morar, no entanto, precisará ser reformada, e também necessitará de móveis. Para essas finalidades, já há até uma conta bancária para arrecadar recursos de quem se disponha a ajudar. Manga é mais um entre tantos grandes nomes no futebol que são vitimados pela imprevidência. Ganhou muito dinheiro, mas desperdiçou. Seu gosto pelo jogo de cartas era por demais conhecido. Como todos que se entregam às suas paixões de modo irrefreável, Manga está pagando o preço justamente na fase da vida em que se é mais frágil e dependente de recursos.

terça-feira, 17 de março de 2020

Calamidade Pública

A situação da pandemia de coronavírus no Brasil é bem mais grave do que se supunha inicialmente. A prova disso é que o governo federal enviou, hoje, ao Congresso Nacional o pedido de reconhecimento do estado de calamidade pública. Uma vez estabelecido, o estado de calamidade pública permitirá que os limites de gastos que são impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal sejam alargados, o que é essencial num momento tão grave e excepcional como o que está sendo enfrentado agora. O curioso é que isso ocorre paralelamente às declarações absurdas do presidente Jair Bolsonaro de que o coronavírus não é um problema tão grave assim. Por sinal, por tudo que tem dito e feito num momento como esse, Bolsonaro deveria sofrer um processo de impeachment. Seu despreparo para o exercício do cargo, que já era evidente, tornou-,se escancarado. O país enfrenta um drama de saúde pública de grandes proporções. Ter de superar essa situação com um presidente incapaz e mentalmente perturbado torna tudo mais difícil.

segunda-feira, 16 de março de 2020

Tirando vantagem da pandemia

A pandemia de coronavírus é um problema de saúde pública mundial, e a única preocupação dos governantes deveria ser a de salvar vidas.  Deveria, mas não é. Os capitalistas não admitem sofrer prejuízos e, quando isso ocorre, querem dinheiro e benefícios fiscais concedidos pelos governos para poderem se recuperar. No caso em questão, os tubarões do capitalismo estão tirando vantagem da pandemia. O execrável ministro da Economia, Paulo Guedes, vai injetar bilhões de reais para socorrer as empresas dos prejuízos que tiverem em função do coronavírus. Não bastasse isso, Guedes cobra do Congresso a privatização da Eletrobrás, ou seja, em vez de concentrar-se numa situação de natureza excepcional, Guedes quer fazer uso dela como cortina de fumaça para poder aprovar suas medidas neoliberais. Num momento como esse, todas as ações devem estar concentradas no combate à pandemia. Pautas políticas podem, e devem, ser postergadas. A hora é de preservar vidas, não de favorecer a agenda privatista de Guedes. 

domingo, 15 de março de 2020

Goleada

Sem justificativa para que poupasse jogadores, o Inter escalou um time de reservas, com exceção de Edenilson, para a partida contra o São José, hoje, no Passo da Areia, pelo Campeonato Gaúcho. Ainda assim, o Inter teve imensa facilidade para ganhar o jogo, e goleou por 4 x 1. No início do jogo, o Inter parecia estranhar o gramado sintético, mas após abrir o placar, com um gol de falta de Edenilson, a goleada veio ao natural. Nonato, com dois gols marcados, foi o destaque do jogo. O São José, depois da saída do técnico Rafael Jacques, de muito bom trabalho no clube, ainda não se reencontrou.

Virada

Sem que houvesse razão para isso, o Grêmio escalou um time misto para o jogo contra o São Luiz, hoje, na Arena, pelo Campeonato Gaúcho. Apenas quato titulares foram escalados, Vanderlei, Kannemann, Matheus Henrique e Everton. Não havia motivo para poupar jogadores, pois os jogos pela Libertadores no meio da próxima semana já tinham sido cancelados em função da pandemia de coronavírus. O Grêmio venceu o São Luiz, lanterna do Campeonato Gaúcho, por 3 x 2, de virada, mas sua atuação foi preocupante. Com 32 segundos de jogo, o São Luiz abriu o placar, e aos 18 minutos ampliou. A atuação do Grêmio era muito ruim, e seu técnico, Renato, fez uma substituição logo aos 20 minutos do primeiro tempo, retirou Orejuela e colocou Jean Pyerre. O futebol do Grêmio, subitamente, melhorou. Porém, o  Grêmio só conseguiu descontar nos acréscimos. No segundo tempo, o Grêmio tomou conta do jogo, e chegou à virada, mas o que se viu na partida deixa muitos motivos para preocupação. Os quatro titulares escalados não jogaram bem. O meio de campo segue frágil na contenção, o que deixa a defesa exposta, e o ataque só melhorou com a entrada de Diego Souza. A verdade é que o Grêmio ainda não engrenou em 2020, e precisa fazer isso o quanto antes, pois material humano para formar um grande time não lhe falta.

sábado, 14 de março de 2020

Dois anos de um crime não solucionado

Hoje, completam-se dois anos do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes. Crime de clara motivação política, o duplo homicídio segue sem elucidação. A grande questão ainda não respondida é a de quem mandou matar Marielle e Anderson. Por seus posicionamentos políticos em defesa dos setores mais frágeis da sociedade, e sua condição de lésbica assumida, Marielle era um alvo óbvio da extrema direita que assumiu o poder no país por meio de um golpe contra uma presidente legitimamente eleita. Decorridos dois anos de um crime não solucionado é evidente que isso se dá porque seu esclarecimento atingiria figuras encasteladas no poder. Os setores conscientes e sadios da sociedade brasileira seguem cobrando a revelação de quem mandou matar Marielle, e não vão se calar antes que ela seja feita. O assassinato de Marielle não é apenas mais um crime como tantos, absurda argumentação de alienados ou simpatizantes enrustidos do bolsonarismo. Contrapor que é preciso esclarecer mortes suspeitas ligadas ao PT é um típico recurso canalha de quem defende, embora muitas vezes não tenha coragem de o fazer abertamente, o governo de bandidos que se instalou no país. Esclarecer o assassinato de Marielle é fundamental, inarredável, indispensável, obrigatório. Só assim se poderá impedir a morte da democracia no Brasil. 

sexta-feira, 13 de março de 2020

Coronavírus abala o esporte

A pandemia de coronavírus, como não poderia deixar de ser, está impactando todas as atividades humanas. O esporte não teria como ser exceção. Todas as modalidades esportivas estão sofrendo os efeitos das medidas de contenção da doença. Competições são  adiadas ou, até mesmo, canceladas. No futebol, às medidas variam conforme o lugar. Há países que mantém a realização dos jogos dos seus campeonatos, mas com portões fechados. A maioria, no entanto, optou por paralisar, temporariamente, as disputas. No Brasil, as resoluções também variam conforme os estados. Na Fórmula-1, o GP da Austrália, que abriria o campeonato de 2020, foi cancelado, e mais duas corridas, a do Bahrein e a do Vietnam, tiveram sua realização adiada. A Maratona de Boston, uma das mais tradicionais do mundo, foi suspensa. A NBA parou. A maioria dos esportes olímpicos teve interrompidas as competições que definiriam às classificações para as Olimpíadas. O coronavírus abala o esporte, causando transtornos aos torcedores, mas a saúde das pessoas é um valor maior a ser observado. Resta esperar que a propagação da doença diminua rapidamente, e que todas as atividades, não só o esporte, retornem à sua rotina o mais brevemente possível.

quinta-feira, 12 de março de 2020

Gre-Nal intenso

O primeiro Gre-Nal da história da Libertadores foi disputadíssimo. O jogo terminou empatado em 0 x 0, mas não faltaram chances de gol para ambos os lados. Logo aos três minutos, Geromel, de cabeça, quase abriu o placar para o Grêmio. Ainda no primeiro tempo, Boschillia perdeu uma boa chance para o Inter. No segundo tempo, as oportunidades apareceram em maior número. Boschillia e Edenilson, do Inter, chutaram bolas na trave. Jean Pierre e Pepê obrigaram o goleiro do Inter, Marcelo Lomba, a fazer duas grandes defesas, e Luciano perdeu o gol mais feito do jogo.  Aos 40 minutos do segundo tempo, uma briga generalizada fez com que quatro jogadores de cada lado, incluindo dois do banco, fossem expulsos. Depois de o jogo ter  reiniciado, Geromel, num chute forte, de fora da área, fez Marcelo Lomba realizar uma grande defesa. Lucas Silva também chutou uma bola que foi espalmada por Marcelo Lomba e ainda bateu no travessão. O Grêmio teve maior número de oportunidades e deu muito trabalho para Marcelo Lomba. O Inter teve boas chances de marcar, mas o goleiro do Grêmio, Vanderlei, não foi tão exigido. Ainda assim, o empate não foi injusto, pois o que se viu no jogo foi um Gre-Nal intenso, com ambos os lados buscando a vitória. Destaque para o público de mais de 53 mil pessoas, o sexto maior da Arena até hoje.

quarta-feira, 11 de março de 2020

Pandemia

A Organização Mundial de Saúde classificou, hoje, a infestação pelo coronavírus como pandemia. A onda que se espalha pelo mundo já está interferindo, por  exemplo, em grandes competições esportivas. A Champions League está realizando alguns jogos com portões fechados. A mesma medida já foi adotada em alguns campeonatos de países da Europa. No Campeonato Italiano, a resolução foi mais radical, e a competição está, temporariamente suspensa. As duas primeiras rodadas das Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2022 não irão ocorrer nas datas marcadas, e ainda não há definição de quando serão realizadas. O coronavírus também afetou outros esportes. A Fórmula E teve o seu campeonato suspenso, e o mesmo ocorreu com a NBA. Porém, mesmo com tais atitudes, e a classificação como pandemia, não há motivo para pânico. A letalidade do novo vírus é baixa. O que está acontecendo na Itália, com grande número de mortes, é uma exceção. Os efeitos da pandemia deverão ser intensos na economia, com quedas nas bolsas de valores e baixo crescimento. No entanto, também esse efeito deverá ser temporário. Se tratada adequadamente, a doença é facilmente curável. Há que se ter prudência diante da pandemia, mas sem entrar em pânico.

terça-feira, 10 de março de 2020

A morte de um jornal

Recebi, com grande tristeza, a notícia de que o jornal "Agora", de minha terra natal, Rio Grande (RS), circulou, hoje, pela última vez. A morte de um jornal deve sempre ser lamentada. Entre os principais meios de comunicação, o jornal impresso é o mais antigo. Surgiu muito antes que os avanços tecnológicos permitissem o aparecimento do rádio e da televisão. No Brasil, por exemplo, o rádio ainda não completou o seu centenário , e a televisão, em 2020, atingirá os 70 anos. Os jornais impressos, no entanto, já existiam, ainda que de forma precária, com baixas tiragens, e num país onde as taxas de analfabetismo eram altíssimas. Com o tempo, os jornais se modernizaram, a sociedade ampliou seus horizontes, e a imprensa escrita consolidou o seu papel. Em relação ao jornal "Agora", testemunhei, quando adolescente, a sua fundação. Lembro que, em seus primeiros números, trazia informações sobre os planos ambiciosos do Sport Club Rio Grande, o mais antigo do Brasil. O clube havia vendido o seu estádio e adquirido um terreno onde pretendia erguer um novo e bem maior, cercado de outras obras e comodidades. Com o tempo, infelizmente, tais planos ficaram apenas na intenção e, atualmente, o Rio Grande vive uma realidade modesta, disputando a Terceira Divisão estadual. O "Agora", ao contrário, foi consolidando-se na comunidade riograndina, aumentando sua qualidade de impressão e apresentação, incluindo a versão on line. Seu futuro parecia garantido, até por já estar com 45 anos de existência. Porém, as condições estruturais e econômicas do país acabam por causar mais uma vítima. Uma cidade como Rio Grande, de enorme expressão histórica e relevância econômica, não pode prescindir da existência de um jornal impresso. O desaparecimento do jornal "Agora", de tão marcante trajetória, deixa uma lacuna imensa na sociedade riograndina e na imprensa estadual.

segunda-feira, 9 de março de 2020

Ataque abjeto

Os bolsonaristas não tem escrúpulos. Em nome da manutenção de seu projeto de destruição do país, não poupam ninguém, principalmente pessoas de reputação ilibada, pois lhes interessa arrastar todos para o esgoto que habitam. Essa postura ficou evidente, mais uma vez, no tratamento dispensado pelos bolsonaristas ao renomado médico Dráuzio Varela, que integra o quadro de participantes do programa "Fantástico", da Rede Globo. Na edição do dia 01/03, o programa exibiu uma matéria conduzida por Dráuzio em que ele enfoca a vida de mulheres trans em presídios brasileiros. A reportagem se encerra com um abraço do médico em uma presa trans que revelou que não recebia visitas há nove anos. A primeira reação da opinião pública ao exibido no "Fantástico", foi positiva, reforçando a simpatia pela figura de Dráuzio. Como consequência, houve quem cogitasse do seu nome como um candidato a presidente para pacificar o país. Esse fato fez soar o alarme no covil bolsonarista. Canalhas que são, os defensores de Bolsonaro não suportam serem confrontados pela presença de pessoas dignas e publicamente respeitadas. O ataque desferido contra a maior atriz brasileira, Fernanda Montenegro, é um exemplo disso. No caso da matéria em questão,  somou-se ao fato a conhecida homofobia dos bolsonaristas, já que ela tratava do universo das mulheres trans. Os bolsonaristas, então, trataram de divulgar que a mulher trans abraçada pelo médico havia sido condenada por pedofilia e estrangulamento de uma vítima. Por tabela, desferiram  ataques contra a Rede Globo. Respondendo ao ataque abjeto, o Dráuzio Varela esclareceu o óbvio, ou seja, de que é médico, e não um juiz de Direito, e que o foco da reportagem era a vida de mulheres trans nos presídios, e não a sua situação criminal específica, que não foi pesquisada,  posicionamento que foi corroborado pela rede de televisão. Só energúmenos fanatizados podem ter um entendimento diferente.

domingo, 8 de março de 2020

Lesão providencial

Após ter declarado que escalaria todos os titulares, o técnico do Inter, Eduardo Coudet, colocou apenas dois deles, Bruno Fuchs e D'Alessandro, contra o Brasil de Pelotas, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Gaúcho. Embora o Inter tivesse maior posse de bola, e o Brasil se mostrasse inoperante ofensivamente, o primeiro tempo terminou empatado em 0 x 0. No início do segundo tempo, o Brasil ensaiou uma maior presença no ataque, mas um fato acabou por influir decisivamente no jogo. Ao tentar abafar uma jogada de Thiago Galhardo, o goleiro do Brasil, Mateus Ferreira, de atuação segura até aquele momento, machucou-se e teve de ser substituído. Foi uma lesão providencial para o Inter. Pouco depois da troca, o Inter abriu o placar, e logo depois, ampliou, chegando à vitória por 2 x 0. Um tropeço seria terrível para o Inter no Gauchão, pois precisa vencer o segundo turno se quiser se classificar para a decisão. O resultado significa uma reabilitação do empate contra o Caxias, também com os reservas, e deixa o clube numa situação satisfatória na tabela, temporariamente, mas esteve longe ser consequência de uma atuação convincente.

Vitória importante


  1. Escalar um time formado só por reservas para um jogo fora de casa é, sempre, uma medida arriscada. Foi o que o Grêmio fez, hoje, contra o Pelotas, na Boca do Lobo, pelo Campeonato Gaúcho. Uma atitude temerária, pois o Grêmio não venceu o primeiro turno, e precisa, obrigatoriamente, ganhar o segundo, pois, só assim, se classificará para  decisão do Gauchão. Um belo lançamento de Darlan resultou no gol de Pepê, logo aos 3 minutos de jogo, abrindo o placar para o Grêmio. O resultado foi mantido até o final, dando ao Grêmio uma vitória  importante numa competição curta. Com os seis pontos que obteve em dois jogos, faltando apenas mais três para o término do turno, o Grêmio se encaminha muito bem para alcançar seu objetivo. Ter conseguido isso num jogo fora de casa, com os reservas, demonstra a qualidade do grupo montado pelo Grêmio para esse ano.

sábado, 7 de março de 2020

O estranho caso de Ronaldinho

Um ex-jogador milionário, duas vezes escolhido como o melhor do mundo, é preso no exterior, junto com o seu irmão, por ambos portarem passaportes falsos. Esse é o resumo do estranho caso de Ronaldinho, preso, em companhia de seu irmão, Assis, em Assunção. Os passaportes falsos apresentavam Ronaldinho e Assis como paraguaios naturalizados, o que não corresponde à realidade. Depois de um breve período de detenção, após o qual foram liberados, Ronaldinho e Assis tiveram suas prisões preventivas decretadas e poderão ficar até seis meses encarcerados. Ao voltarem para a prisão, os dois foram conduzidos algemados. O intrigante nisso tudo é o porquê de um astro de fama internacional se envolver em um fato tão nebuloso. Ronaldinho não necessitava de um passaporte para ingressar no Paraguai, bastava a carteira de identidade. Afora isso, seu passaporte estava regular, depois de um período em que foi apreendido. O ocorrido, como não poderia deixar de ser, gerou enorme repercussão. Ronaldinho comprometeu sua imagem para sempre. Pouco antes do acontecido, a Rede Globo vinha veiculando chamadas de uma série de reportagens, a serem exibidas no programa "Esporte Espetacular", em homenagem aos 40 anos de Ronaldinho, que serão completados ainda em março. Certamente, depois do deplorável episódio que levou o ex-jogador para a prisão, a série não será mais levada ao ar. Depois que parou de jogar, Ronaldinho mostra-se perdido, envolvendo-se, seguidamente, em situações constrangedoras. Ao que parece, isso ocorre pela ação nefasta de seu irmão, Assis, em sua vida. Porém, isso não serve como desculpa, pois Ronaldninho, aos 40 anos, já deveria ter tomado o leme de sua própria vida, sem se deixar conduzir por seu irmão inidôneo. 

sexta-feira, 6 de março de 2020

Convocação

O técnico da Seleção Brasileira, Tite, convocou, hoje, os jogadores para as duas primeiras partidas pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022. No geral, foi uma convocação correta. Nela estão presentes nomes de qualidade como Éder Militão, Renan Lodi, Bruno Guimarães, Casemiro, Arthur, Gabigol, Everton e Bruno Henrique. Everton Ribeiro terá de provar que é um jogador de Seleção, mas é uma aposta válida. Marquinhos está longe de ser uma maravilha, mas não há muitas opções. Porém, algumas insistências de Tite são inaceitáveis. Danilo, Alex Sandro e Philippe Coutinho nada rendem em suas sucessivas convocações. Por mais escassas que sejam as opções, não há justificativa para que sejam chamados. Daniel Alves e Thiago Silva continuam jogando bem na Seleção, mas a idade avançada torna obrigatório que se busquem alternativas, pois dificilmente conseguirão estar na próxima Copa, que só será realizada em dezembro de 2022. Gabriel Jesus é outro caso que merece uma análise especial. Atacante jovem e qualificado, no entanto, não tem rendido bem com a camisa da Seleção. Portanto, não há razão para ser presença cativa nas convocações. Seja como for, o material humano da Seleção deverá ser mais do que suficiente para que ela se imponha nas Eliminatórias diante dos seus adversários sul-americanos, a maioria deles muito modestos tecnicamente.

quinta-feira, 5 de março de 2020

Só o São Paulo perdeu

A Libertadores estava se mostrando uma festa para os brasileiros, que venceram todos os jogos de ontem e anteontem. Faltava apenas o São Paulo para que os brasileiros chegassem aos 100% de aproveitamento na primeira rodada da fase de grupos. Não deu. O clube paulista até abriu o placar, hoje, contra o Binacional (PER), em Juliaca. Porém, no segundo tempo, sofreu a virada, e seu cansaço era visível. A altitude de Juliaca, de 3.800 metros, certamente, foi a causa disso. Particularmente, sempre achei um absurdo a realização de jogos de futebol em grandes altitudes. Para quem não está acostumado a jogar onde o ar é tão rarefeito, é uma experiência sacrificante. A Fifa deveria estabelecer uma altitude máxima que fosse bem inferior á da cidade peruana. O que se viu nesses primeiros jogos, em que só o São Paulo perdeu entre os clubes do país, indica que o futebol brasileiro poderá, até mesmo, ter os dois finalistas da competição.

quarta-feira, 4 de março de 2020

Batendo continência

Dentre os tantos fatos constrangedores e bizarros do governo Bolsonaro, a nomeação da atriz Regina Duarte como Secretária Especial da Cultura é um dos maiores. Atriz de grande fama, mas de talento discutível, Regina associou-se ao grupo de artistas descerebrados que apoiaram a candidatura de Jair Bolsonaro para presidente. Como recompensa, acabou ganhando um cargo no governo. Hoje, ao tomar posse, Regina superou todos os limites da degradação, batendo continência para Bolsonaro. Nada se pode esperar de bom na Cultura brasileira durante o período em que Regina permanecer como secretária. Ao nomear a atriz para o cargo, Bolsonaro buscou pegar carona na sua fama, ainda que se trate de uma profissional decadente, para exibir Regina como um troféu perante as massas consumidoras de celebridades. Ao bater continência para Bolsonaro, Regina mostrou subserviência, causando "vergonha alheia" em quem ainda tem noção do que seja dignidade. Pobre país, entregue nas mãos de gente tão vil.

terça-feira, 3 de março de 2020

Facilidade

Esperava-se que o Inter, em sua estreia na fase de grupos da Libertadores, tivesse um adversário mais duro do que os enfrentados na fase de qualyfing. Nada disso. O Inter goleou por 3 x 0 a Universidad Católica (CHI), hoje, no Beira-Rio, num jogo em que seu goleiro, praticamente, não trabalhou. No primeiro tempo, o Inter desperdiçou várias chances de gol, e não conseguiu abrir o placar. Porém, no segundo tempo, uma cobrança de falta em que a bola desviou na barreira, e duas "entregadas", uma do goleiro e outra da defesa, proporcionaram ao Inter a construção do folgado placar. O Inter foi melhor escalado por seu técnico, Eduardo Coudet, que retirou um volante, e adotou uma postura mais ousada, com três meias, o que resultou num futebol com maior fluidez. A facilidade com que a vitória foi obtida, no entanto, tem mais a ver com a pouca qualidade de seu adversário.

Grande estreia

Um empate não seria mau negócio, já que o primeiro jogo do Grêmio na Libertadores era fora de cada, contra um adversário de tradição. Porém, o Grêmio fez melhor, e venceu o América de Cáli por 2 x 1, no Pascual Guerrero, fazendo uma grande estreia na competição. O Grêmio foi superior durante todo o jogo, e ganhou com autoridade. O América teve poucas oportunidades, e na maior delas Vanderlei fez uma grande defesa. O resultado coloca o Grêmio em excelente situação no grupo, pois obteve seus três primeiros pontos na casa do adversário. Vitor Ferraz e Matheus Henrique, que fez um golaço, marcaram para o Grêmio, mas o maior destaque foi Lucas Silva que, a cada jogo, mostra o acerto da sua contratação. O próximo jogo do Grêmio na competição será contra o Inter, na Arena, na quinta-feira da semana que vem. Uma vitória do Grêmio nesse jogo deixará sua classificação para as oitavas de final, praticamente, encaminhada.

segunda-feira, 2 de março de 2020

Futebol em porções fartas

O verão se encaminha para o final, o Carnaval já terminou, e o futebol no Brasil, que estava restrito a jogos pouco interessantes, começará a "pegar fogo" a partir de amanhã. Com o início da fase de grupos da Libertadores, jogos de melhor qualidade, espera-se,  serão ofertados ao público dos estádios e aos telespectadores. Até aqui, o "cardápio" futebolístico se limitava aos fracos campeonatos estaduais, fases iniciais da Copa do Brasil, e a pré-Libertadores, cuja qualidade é precária. Agora, a competição mais ambicionada pelos grandes clubes brasileiros e seus torcedores proporcionará jogos emocionantes e intensamente disputados. Amanhã, por exemplo, na abertura da fase de grupos da Libertadores, Grêmio e Inter farão suas estreias. O grupo de ambos está entre os que apresentam um maior grau de dificuldade, sendo integrado, também, por América de Cáli e Universidad Católica do Chile. Nos dois dias seguintes, os demais clubes brasileiros também farão suas estreias. Paralelamente aos jogos dos brasileiros, outras partidas serão realizadas, envolvendo clubes de tradição na América do Sul. Portanto, será servido futebol em porções fartas para quem é apaixonado por esse esporte. Resta esperar que a qualidade corresponda, ainda que minimamente, a tamanha quantidade.

domingo, 1 de março de 2020

Um março de fortes emoções

O mês que hoje se inicia promete ser de tirar o fôlego dos brasileiros. Deverá ser um março de fortes emoções. Daqui a, exatamente, uma semana, o Dia Internacional da Mulher acenderá o estopim de uma série de manifestações em defesa da democracia e contra os promotores dos ataques ao Congresso marcados para o domingo seguinte. A polarização que marca o país desde o golpe que derrubou uma presidente legitimamente eleita, agora irá para as ruas. A convocação, por parte do presidente Jair Bolsonaro, de um ato contra o Congresso, no dia 15, escancarou a necessidade dos brasileiros conscientes lutarem pela preservação da democracia. Um governo desastroso, e que ainda pretende instalar o autoritarismo, precisa ser detido, e o impeachment de Bolsonaro tem que fazer parte da pauta da esquerda brasileira. Não há mais como tolerar os desmandos do ex-capitão. Depois das manifestações de 8 de março, outras já estão programadas para impedir o avanço do fascismo no país. Não há espaço para hesitações, a hora é de evitar que o Brasil caia no poço do autoritarismo. Março tem tudo para ser um divisor de águas na política brasileira.