sábado, 31 de dezembro de 2016

Último dia

Chegamos ao último dia de 2016. Não se tem notícia, pelo menos até o que permita a nossa memória, de um ano, como o atual, que fosse considerado quase unanimemente como muito ruim. Sendo assim, ainda nos seus primeiros meses já havia quem desejasse que 2016 e acabasse logo. Pois o dia chegou. Dentro de poucas horas, estaremos em 2017. A sensação geral é de alívio, pois um ano de muitos acontecimentos negativos está chegando ao fim. Porém, o calendário é uma convenção humana, é a simples entrada de um novo ano não é garantia de nada. Os fatores políticos que tanto transtorno trouxeram ao Rio Grande do Sul e ao Brasil no ano que se encerra não irão melhorar, e talvez se agravem. Dessa forma, convém conter o otimismo em relação ao novuo ano que está por chegar. Porém, como é preciso ter esperança em melhores dias para seguir adiante, que 2017 seja um grande ano para todos! 

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Dinheiro curto

Não é só o cidadão comum que enfrenta dificuldades financeiras. Os grandes clubes do futebol brasileiro também estão com o dinheiro curto. Faltando menos de duas semanas para o retorno das férias, nenhum clube anunciou uma contratação de peso. As especulações são muitas, mas as tratativas não avançam. O nível técnico do futebol brasileiro vem caindo nos últimos anos, e nada indica que esse quadro vá mudar. O Palmeiras é tido como um clube com maior disponibilidade financeira, mas continua apostando mais na quantidade do que na qualidade ao realizar contratações. As torcidas brasileiras são numerosas e apaixonadas, o país conta com vários estádios novos e outros tantos reformados, mas a qualidade do futebol praticado nos gramados deixa muito a desejar. O Brasil tornou-se um exportador de jogadores, e não há perspectivas de que essa situação se altere. Enquanto isso, o torcedor brasileiro terá de se contentar com reforços de pouca expressão.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Um mês

O tempo passa rapidamente, é hoje completa-se um mês da queda do avião com a delegação da Chapecoense. Os primeiros dias após a tragédia foram de intensa comoção, no mundo inteiro. Foi o maior desastre aéreo envolvendo uma delegação de futebol em todos os tempos. Foram muitas as homenagens para a Chapecoense em diversos lugares do mundo
O estádio Atanásio Girardot lotado no dia em que se realizaria o primeiro jogo da decisão da Copa Sul-Americana entre Nacional de Medellín e Chapecoense foi a mais comovente delas. Agora, no entanto, a realidade bate à porta. Não será fácil o trabalho de reconstrução de um grupo de jogadores que perdeu mais da metade de seus integrantes. A Chapecoense terá várias competições para disputar em 2017, sendo a Libertadores a principal delas, pois o belo gesto do Nacional de Medellín em solicitar que a Conmebol concedesse o título da Copa Sul-Americana para a Chapecoense deu ao clube brasileiro a classificação direta para a fase de grupos da principal competição das Américas. Numa atitude de grande altivez, a Chapecoense rejeitou a hipótese de jogar o próximo Campeonato Brasileiro sem correr o risco de rebaixamento. Os desafios que se apresentam para a Chapecoense são muito grandes, mas a administração séria e profissional do clube sinaliza que eles serão superados. A simpatia despertada em torno do clube fez com que o seu número de sócios se ampliasse significativamente. A dor das perdas de tantas vidas, entre jogadores, comissão técnica, dirigentes e jornalistas, jamais se acabará de todo, mas o futuro aponta para um reerguimento exitoso da Chapecoense.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

A modernidade no futebol

Uma grande parte da crônica esportiva brasileira, principalmente após a goleada de 7 x 1 sofrida pela Seleção Brasileira para a Alemanha, nas semifinais da Copa do Mundo de 2014, passou a glorificar o futebol jogado na Europa, e a "modernidade" dos conceitos aplicados por seus técnicos. Nomes como Josep Guardiola e José Mourinho tornaram-se, para grande parte dos jornalistas, o exemplo do que os técnicos brasileiros deveriam ter como ideal, por serem estudiosos, atualizados, dedicados e em constante evolução. Os técnicos brasileiros mais renomados são tidos como ultrapassados. Agora, a discussão em torno do assunto começou a ganhar corpo, depois que o técnico do Grêmio, Renato, desdenhou dos treinadores "estudiosos", logo após conquistar o título de campeão da Copa do Brasil. Renato disse que conhece futebol e não precisa estudar. Renato, sabidamente, é irônico e provocativo, mas sua declaração foi apoiada por Zico e, hoje, por Leão. Zico disse que estudou matérias como Português e Matemática, mas não futebol. Leão ironizou os cursos que alguns técnicos brasileiros dizem ter feito no exterior. Se levarmos ao pé da letra as duas visões, ambas estão equivocadas, na medida em que representem um entendimento radical da questão. Estudar é importante, mas nem tudo se obtém pela via acadêmica, pois o futebol é, essencialmente, uma atividade prática. A prova disso ocorreu com o Grêmio. Roger Machado foi incensado pela imprensa durante o período em que treinou o Grêmio, mas não ganhou nenhum título em quase um ano e meio de trabalho. Ao pedir demissão, foi substituído por Renato que, em três meses, obteve a quebra do jejum de grandes títulos do clube e foi campeão da Copa do Brasil. Estudo e conhecimento prático não são fatores excludentes. Não há sentido em criar uma polarização entre eles. Os técnicos devem, é claro, buscar um aprimoramento de seu conhecimento. A imprensa esportiva brasileira, por outro lado, deve ser menos deslumbrada com o que vê lá fora.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Contratações modestas

As primeiras contratações anunciadas pela dupla Gre-Nal visando o ano de 2017 estão longe de entusiasmar seus torcedores. Na verdade, são contratações modestas. O Grêmio anunciou a vinda do volante Michel, do Atlético Goianiense. Michel recebeu boas referências ao seu futebol, e foi campeão brasileiro da Segunda Divisão pelo Atlético Goianiense. Porém, já está com 26 anos, e não jogou, até hoje, por grandes clubes. A contratação anunciada pelo Inter foi a de Roberson, meia do Juventude, de 27 anos. Roberson foi revelado pelo Grêmio, mas não teve maiores chances no clube. Depois do Grêmio, não jogou por grandes clubes. O fator preponderante para a sua aquisição, por certo, foi a indicação do técnico Antônio Carlos Zago, que o treinou no Juventude. No entanto, Roberson vem para uma posição onde o Inter conta com jogadores mais jovens e qualificados, como Valdivia e Eduardo Sasha. Michel também vem para uma posição onde o Grêmio possui Walace e Kaio, entre outros. Os dois deverão ser opções de grupo, mas o que Grêmio e Inter necessitam é de jogadores que venham para ser titulares. Os torcedores ainda esperam por nomes de maior impacto.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Boa providência

Os esperados reforços estão demorando a chegar, mas pelo menos o Grêmio já adotou uma boa providência, e dispensou jogadores que não deram resposta e nada tem a acrescentar ao grupo. O lateral direito Wallace Oliveira, o meia Negueba, e o centroavante Henrique Almeida foram autorizados a procurarem clubes para dar prosseguimento às suas carreiras. Os três tem em comum o fato de terem recebido muitas oportunidades, sem corresponder. Na verdade, a simples observação da trajetória anterior dos três jogadores desaconselhava a que fossem contratados. Os dirigentes de clubes, no entanto, costumam desafiar o bom senso e fazer apostas fadadas ao fracasso. A correção do erro em questão é uma notícia auspiciosa nesse final de ano. Para a construção de um grupo de jogadores qualificado é preciso não só contratar, mas realizar a dispensa dos que tiveram insuficiência de desempenho. Outros jogadores poderiam se somar aos três citados, limpando o grupo dos seus excedentes. O Grêmio está acertando nas dispensas. Resta esperar que tenha o mesmo acerto nas novas aquisições que vier a concretizar.

domingo, 25 de dezembro de 2016

Morte prematura

A morte do cantor George Michael, hoje, aos 53 anos, pegou a todos de surpresa. Ainda não se sabe com precisão qual foi a causa do seu falecimento, mas é uma morte prematura, que tira de cena um artista pop de grande êxito comercial, com milhões de cópias vendidas de seus discos. George Michael era uma figura polêmica. Homossexual assumido, era um ativista da causa gay. Fora dos palcos, cometeu excessos em sua vida pessoal. Seja como for, o meio artístico perde um dos seus nomes de maior sucesso nas últimas décadas, e que ainda poderia, pela idade, ter muitos anos de carreira produtiva pela frente.

sábado, 24 de dezembro de 2016

Natal desfigurado

A cada ano que passa o Natal parece mais desfigurado e perdendo sua essência. Não sou uma pessoa religiosa, mas a dimensão do Natal é algo que sempre foi muito forte na cultura ocidental. A chamada festa máxima da cristandade, no entanto, está muito descaracterizada em relação a outros tempos. Sua expressão religiosa foi sendo diminuída com o correr dos anos. Sobrou o lado celebrativo e consumista da data. Para a maioria das pessoas, o Natal é um dia de ceia farta e de ganhar e distribuir presentes. O Papai Noel, uma figura engendrada pela publicidade, se tornou o protagonista da festa, tomando o lugar do aniversariante do dia, Jesus Cristo. Essa é mais uma demonstração do poder de incitação ao consumismo que é próprio do capitalismo. A prevalência do capitalismo como sistema econômico dominante fez com que tudo se tornasse consumível. Vivemos numa época em que crenças, valores, ideias e conceitos também foram transformados em produtos. Nem o Natal, com todo o peso da sua tradição, conseguiu resistir a esse processo.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O escorpião da fábula

O Inter insiste em se portar como o escorpião da fábula, aquele que justifica o uso de seu ferrão mortal alegando que age assim por ser a sua natureza. A insistência do clube em manter acesa a questão jurídica envolvendo a inscrição do zagueiro Victor Ramos, do Vitória, é a demonstração cabal desse modo de proceder. O assunto já está decidido, com todos os recursos impetrados pelo Inter tendo sido recusados pelo STJD. O clube, no entanto, continua a manter o assunto em evidência, afirmando que novas informações podem levar ao reexame do caso. Até mesmo a possibilidade de recorrer à Corte Arbitral do Esporte, com sede na Suíça, tem sido aventada. Pior que a postura do Inter é a dos segmentos da imprensa que, historicamente, defendem o clube. Eles insistem em transformar o Inter em vítima dessa situação, e procuram manter viva a hipótese de uma reviravolta, via tapetão, que mantenha o clube na Primeira Divisão. Poucas vezes se viu tanta desfaçatez! O Inter foi rebaixado merecidamente, pelo péssimo futebol que apresentou no Campeonato Brasileiro, e perdeu os dois jogos que fez contra o Vitória. Porém, numa total inversão de valores, o clube baiano e a CBF são transformados em vilões, e o Inter na sua "inocente" vítima. Acenar com a hipótese de uma reversão no caso é apenas um meio de iludir o já sofrido torcedor do Inter. Melhor seria que o clube, em relação ao seu rebaixamento, observasse o que se costuma dizer, atualmente, em situações desse tipo, ou seja, aceita que dói menos.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Perversidade

A perversidade do modo de ser da direita nunca ficou tão explícita quanto nos últimos dias. Numa postura de absoluto sadismo e de total demofobia, os governos do Rio Grande do Sul e da União prepararam, justamente na época das festas de final de ano, seus terríveis pacotes de maldades. No Rio Grande do Sul, o governador José Ivo Sartori extinguiu fundações estaduais que prestam serviços valiosos à sociedade. A economia para os cofres públicos com a extinção dessas instituições será insignificante. O único efeito prático, e cruel, será a demissão de centenas de funcionários, lançados ao desemprego que deixará suas famílias desamparadas. No plano federal, o presidente golpista Michel Temer propôs uma reforma que suprime conquistas históricas dos trabalhadores, flexibiliza seus direitos, e amplia a carga horária para níveis medievais. Temer, cinicamente, disse que se aproveita de sua impopularidade, que é a mais alta de um presidente do Brasil em todos os tempos, para aprovar medidas amargas. Sartori e Temer tem em comum o fato de pertencerem ao PMDB, um partido cujo único objetivo é estar sempre no poder, a qualquer preço. Utilizando-se da retórica que defende a "austeridade", a "racionalidade" e a "modernidade" na administração pública, sua intenção é a de esfolar os funcionários públicos e os trabalhadores em geral, e favorecer os grandes empresários e o capital especulativo. Por muito menos do que está acontecendo no Estado e no Brasil outros países já estariam vivendo uma guerra civil. A população gaúcha e brasileira, por enquanto, comporta-se como um boi que vai sendo levado para o matadouro. Será possível que o povo brasileiro não vá reagir diante de tanto descalabro? Está na hora dos brasileiros tornarem-se protagonistas da História, e não os meros coadjuvantes e figurantes de sempre.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Grupo fácil

Se em 2016 o Grêmio caiu no chamado "grupo da morte" na fase inicial da Libertadores, em 2017 isso não ocorrerá. Em sorteio realizado, hoje, na sede da Conmebol, o Grêmio caiu no grupo 8, junto com Guarani (PAR), Zamora (VEN), e Deportes Iquique (CHI). Sem dúvida, é um grupo fácil, o Grêmio não tem do que se queixar. Ainda que o Guarani do Paraguai seja o atual campeão do país, nem mesmo ele chega a ser um adversário muito duro. A tendência é que o Grêmio fique em primeiro lugar no grupo. A definição dos confrontos das oitavas de final será feita com um novo sorteio. Dessa forma, os classificados do primeiro ao oitavo lugar na fase de grupos enfrentarão os que ficarem do nono ao décimo-sexto, a exemplo do que ocorre atualmente, mas sem um chaveamento previamente estabelecido. O prolongamento da Libertadores até o final do ano me parece negativo, pois sua decisão se dará em paralelo com a fase final de outras competições, mas o novo regulamento, no aspecto técnico, é superior ao que vinha sendo utilizado. Resta esperar que a boa sorte de hoje seja um prenúncio positivo sobre o desempenho do Grêmio na busca de mais um título da principal competição da América do Sul.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Rompendo barreiras

Os tempos, decididamente, são outros. Mesmo em meio a uma onda conservadora que se abate sobre o país, as pessoas seguem rompendo barreiras, numa prova de que, em matéria de costumes e comportamentos, a História não caminha para trás. As situações formais e os ambientes mais vetustos não estão a salvo dos protestos de quem se sente discriminado. Talles Oliveira Faria, de 24 anos, compareceu à sua formatura no Instituto Tecnológico da Aeronáutica, uma das mais respeitadas instituições de ensino do país, cujo nível de exigência dos conteúdos é extremamente rigoroso, trajando vestido e salto alto. Talles é homossexual assumido e agiu dessa maneira para protestar contra as pressões e constrangimentos que sempre sofreu em razão da sua condição, e que lhe custaram a interrupção da carreira militar. Pode-se até achar que Talles exagerou ao se apresentar assim numa cerimônia tão solene, mas essa é uma demonstração de que as pessoas não se deixam mais oprimir em silêncio, como ocorria num passado nem tão remoto . Para os que sonham com a volta de uma sociedade autoritária, submetida a todo o tipo de censura, saibam que isso é, apenas, um delírio. A consciência de cidadania se expandiu, a busca pelos direitos humanos fundamentais se ampliou. Como diria Caetano Veloso, num trecho de sua composição "Muito Romântico": "Nenhuma força irá me fazer calar. Faço no tempo soar minha sílaba". Gostem muitos ou não, o mundo, agora, é, também, de pessoas como Talles, para desconsolo dos Bolsonaros da vida.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Demofobia

O Rio Grande do Sul e o Brasil estão sendo vítimas da demofobia praticada pelos seus governos. Em nome do enfrentamento da crise econômica, medidas lesivas aos interesses da maioria do povo brasileiro são enviadas à Assembleia Legislativa e ao Congresso Nacional. Em busca, alegadamente, da "austeridade" nas contas públicas, os projetos levados à apreciação dos parlamentares estaduais e federais propõem o fim de conquistas e direitos históricos da população nos campos trabalhista e previdenciário. No Rio Grande do Sul, o governador José Ivo Sartori chega ao cúmulo de propor a oficialização do calote, ou seja, a autorização para pagar os salários do funcionalismo público de forma parcelada. O presidente Michel Temer quer fazer uma reforma da Previdência Social que obrigue as pessoas a trabalharem durante 49 anos para obter a sua aposentadoria se forma integral. São apenas dois exemplos dos sacos de maldades preparados pelos dois governantes, esfolando o povo sem ameaçar os privilégios dos setores dominantes da sociedade. No caso do Rio Grande do Sul, a votação do pacote de perversidades de Sartori começou hoje, e houve confronto entre servidores e a Brigada Militar. O Brasil está vivendo a pior crise política de sua história. A pressão popular e o que ainda reste de consciência dos parlamentares são a única chance de se evitar a aprovação de medidas tão lesivas aos trabalhadores. No caso de Temer, a melhor saída seria pôr um fim ao seu governo,  já que ele chegou ao poder pela via do golpe e tem um índice alarmante de impopularidade. Sartori, ao contrário de Temer, alcançou o poder pelas urnas. Porém, isso não significa o recebimento de um cheque em branco para massacrar os direitos dos trabalhadores. Os próximos dias serão decisivos para o Rio Grande do Sul e o Brasil. A marcha conservadora que assola o país não pode destruir com o futuro dos brasileiros. Só a ampla mobilização da sociedade será capaz de evitar o pior.

domingo, 18 de dezembro de 2016

Dificuldades

O que se prenunciava como um jogo previsível e tedioso, acabou sendo uma partida surpreendente e agradável. O Real Madrid confirmou a expectativa de ganhar o título do Campeonato Mundial de Clubes, mas enfrentou muitas dificuldades para vencer o Kashima Antlers, hoje, em Yokohama, o que ninguém esperava. Ao abrir o placar logo aos nove minutos de jogo, o Real Madrid reforçou a ideia de que poderia até golear o seu adversário. Nada disso. Com gols no final do primeiro tempo e no início do segundo, o Kashima Antlers virou o jogo. Sofreu o empate pouco depois, mas sustentou o resultado até o final, levando o jogo para a prorrogação. No final da partida, o Kashima Antlers foi seriamente prejudicado pela arbitragem, que não expulsou o zagueiro Sergio Ramos, do Real Madrid. Sérgio Ramos já tinha um cartão amarelo, e deveria receber o segundo, por ter cometido uma falta violenta. Na prorrogação, a lógica se impôs, e o Real Madrid marcou mais dois gols, chegando ao placar final de 4 x 2. O Real Madrid comprovou o seu favoritismo, mas o Kashima Antlers portou-se de maneira muito digna, e perdeu de cabeça erguida.

sábado, 17 de dezembro de 2016

Simulacro

O Brasil vive um momento terrível em sua história. O governo, que deveria guiar os rumos do país, não passa de um simulacro. O presidente finge governar, enviando medidas ao Congresso Nacional e editando pacotes, mas sua fragilidade é gritante. Michel Temer chegou ao poder por um golpe. Seu índice de impopularidade é alarmante. Ao contrário do que pregavam os defensores do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o país não obteve nenhuma melhora com Temer. Cresce, mesmo entre os apoiadores do golpe, a ideia de que Temer deva renunciar. Ninguém no atual governo possui a mínima credibilidade. O presidente e sua equipe estão envoltos em denúncias de recebimento de propinas. Na verdade, o Brasil está à deriva. A solução mais adequada para o quadro atual seria a destituição de Temer e a convocação de eleições diretas. A saída de Temer, seguida da escolha de um novo presidente pela via indireta, feita por um Congresso Nacional corrupto e desmoralizado seria a consumação do caos. Eleições diretas, o quanto antes! Só assim o país poderá ter um governo com legitimidade para enfrentar as muitas dificuldades que o assolam.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Auxílio eletrônico

O que muitos desejavam está sendo; finalmente, posto em prática pela Fifa, com a utilização do recurso de vídeo em auxílio à arbitragem. A experiência está ocorrendo no Campeonato Mundial de Clubes, cuja disputa se encerrará domingo, no Japão. Até agora, a utilização do recurso tem recebido muitas críticas da imprensa, pois os árbitros tem se mostrado muito confusos na sua aplicação. Apressadamente, muitos já defendem que a ideia não dará certo, e que deve ser abandonada. O meia Modric, do Real Madrid, por exemplo, pediu para que acabem com o recurso de vídeo, pois argumentou que "isso não é futebol ". Discordo frontalmente dos críticos apressados e de Modric. Sempre desejei que chegasse o dia em que, com a utilização de imagens, se pudesse evitar ou corrigir os erros grosseiros de arbitragem que desfiguram e desqualificam o futebol. Particularmente, sempre considerei o erro de arbitragem que influencia no resultado de um jogo o que há de mais abominável no futebol. O fato de as primeiras experiências com o auxílio de imagens para a arbitragem estarem sendo confusas não é motivo para a ideia ser deixada de lado. Como é algo novo, é natural que, no início, haja dificuldade na aplicação do recurso. O único erro da Fifa foi fazer o teste dessa nova alternativa numa competição de tamanha visibilidade. Melhor seria ter testado a ideia em competições de menor relevância. O recurso no entanto, deve ser aperfeiçoado, para que, em pouco tempo, seja definitivamente agregado ao futebol. O futebol, pelas paixões que o envolvem, e pelos interesses que desperta, precisa ter a garantia de que os resultados dos jogos sejam limpos, sem erros grosseiros de arbitragem. Para isso, o auxílio eletrônico à arbitragem é fundamental. Cabe, apenas, fazer o seu aprimoramento.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Parece que foi ontem

Na data de hoje completam-se 20 anos da conquista do segundo título de campeão brasileiro do Grêmio. Mais uma data "redonda" que merece ser reverenciada. O tempo transcorreu muito rápido. Parece que foi ontem. Foi o último grande feito odo Grêmio na era Felipão, técnico sob cujo comando o clube só não obteve o título mundial, ganhando todos os demais. Foi uma conquista dura, sofrida. O Grêmio havia perdido o primeiro jogo da decisão para a Portuguesa, em São Paulo, por 2 x 0. Para ser campeão, precisava devolver o placar na segunda partida, no Olímpico. A Portuguesa tinha um grande time, no qual se destacavam nomes como Ze Roberto, que ainda está em atividade aos 42 anos, e Rodrigo Fabri. Porém, o Grêmio também era um time de grandes jogadores. Nomes como Danrlei, Arce, Adílson, Roger, Dinho, Paulo Nunes, faziam do Grêmio um conjunto vocacionado para ganhar títulos. Paulo Nunes, então jogando como um falso centroavante, após a saída de Jardel do clube, abriu o placar logo aos três minutos de jogo, levando todos a imaginar que o objetivo seria alcançado com facilidade. Nada disso. A Portuguesa soube recompor-se do golpe, e foi sustentando a derrota por 1 x 0, resultado que era suficiente para que obtivesse o título. A partida já se aproximava, perigosamente, do final quando, aos 39 minutos do segundo tempo, Aílton, um jogador que recém havia entrado em campo, e que não contava com a simpatia da torcida, marcou o gol do título. Um título inesquecível, que merece ser destacado quando se completam duas décadas da sua conquista.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Resultado surpreendente

O Nacional de Medellín atraiu a simpatia dos brasileiros pela solidariedade demonstrada com a Chapecoense no desastre aéreo que vitimou sua delegação. Os dois clubes decidiriam entre si a Copa Sul-Americana. Em função do trágico acontecimento, o Nacional solicitou à Conmebol que a Chapecoense fosse oficializada como campeã da competição que não pôde ser decidida, sugestão que foi acatada. Os belos gestos do clube colombiano fizeram com que ele ganhasse o apoio dos brasileiros na sua participação no Campeonato Mundial de Clubes. Hoje, no entanto, a torcida pelo Nacional transformou-se em frustração. Num resultado surpreendente, o Nacional foi goleado por 3 x 0 pelo Kashima Antlers, atual campeão japonês, e está fora da decisão do Mundial. O jogo será lembrado, também, pelo pênalti que resultou no primeiro gol, marcado após a observação do lance no vídeo. Esse lance, provavelmente, desestabilizou o Nacional, que dominava o jogo e perdia muitas chances de gol. Com o clube colombiano fora da decisão, a conquista do Mundial deverá ficar ainda mais fácil para o Real Madrid, que, amanhã, enfrentará o América do México na outra semifinal, num jogo em que a possibilidade de ocorrer uma surpresa é quase nula. Por outro lado, o atual formato da competição deveria ser repensado pela Fifa. Não há sentido na participação de um clube na condição de campeão do país sede, como é o caso do Kashima Antlers. Uma disputa que define o campeão mundial de clubes só deveria contar com a participação dos campeões continentais.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Recomeço

O Inter não tem tempo a perder. Por isso, embora o presidente eleito do clube, Marcelo Medeiros, só vá tomar posse no dia 3 de janeiro, sua administração, na prática, já começou. Hoje, o Inter apresentou o seu novo técnico, Antônio Carlos Zago. Não se trata de uma unanimidade, pois Zago sofre restrições de boa parte da torcida, que gostaria de um técnico de maior nome. Porém, Zago está longe de ser um erro, pois veio do Juventude, e disputou o Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão, onde enfrentou uma realidade bem próxima da que irá encarar na Série B. Sua contratação demonstra que o Inter soube assimilar rapidamente o contexto que o espera em 2017. Ninguém pode garantir que vá dar certo, mas é uma aposta válida.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Pobreza técnica

As tradicionais premiações entregues ao final de cada edição do Campeonato Brasileiro, revelaram, em 2016, a pobreza técnica que caracteriza o futebol do país na atualidade. A "Bola de Prata", promovida pelos canais ESPN, e a premiação oficial da competição, realizada pela CBF, apresentaram uma seleção final com maioria acentuada de jogadores do Palmeiras, o que é natural pela grande campanha que o clube realizou na conquista do título, mas a listagem, em si, não apresenta nomes de um nível superior de qualidade. Com exceção de Gabriel Jesus, nenhum dos jogadores premiados exibe a condição de craque. Na "Bola de Prata", por exemplo, ao longo dos 46 anos de existência do prêmio, foram agraciados jogadores como Renato, Zico, Ancheta, Figueroa, Paulo Isidoro, Falcão, Marinho Chagas, Leão, Paulo César Caju, entre outros. Na seleção de 2016, aparecem nomes como o do goleiro Jailson, do Palmeiras, que, aos 35 anos, participou pela primeira vez de um Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão. Os volantes Tche-Tche e Moisés, também do Palmeiras, eram dois ilustres desconhecidos até pouco tempo. Marinho, que teve um excelente desempenho pelo Vitória, esteve em alguns clubes grandes, e não se firmou. O Campeonato Brasileiro, pelo número de grandes clubes que dele participam, é, sempre emocionante. Porém, se há emoção, falta qualidade. Seja como for, parabéns aos jogadores premiados, com destaque para o zagueiro Geromel, do Grêmio, ganhador da Bola de Prata pelo segundo ano consecutivo.

domingo, 11 de dezembro de 2016

Rebaixado

O Inter está rebaixado para a Segunda Divisão. Era um fato esperado, mas nem por isso dói menos no torcedor. Afinal, a torcida sempre acredita que algo mágico vai acontecer e o pior será evitado. O empate em 1 x 1 com o Fluminense, no Giulite Coutinho, determinou a queda do Inter, inapelavelmente. O empate entre Sport e Figueirense, que perdurou durante todo o primeiro tempo, dava ao Inter a condição de, vencendo o Fluminense, escapar do rebaixamento. Porém, o Fluminense é que pressionava em busca do gol, e, inclusive, desperdiçou um pênalti. Logo no início do segundo tempo, o Sport abriu o placar na Ilha do Retiro, o que tirava do Inter qualquer chance de classificação. Para consumar a queda do Inter, o Fluminense também fez um gol. Ainda aconteceria o empate do Inter, mas ele ocorreu no final do jogo, e de nada serviu em termos práticos. Os dirigentes do Inter, depois de todas as manobras possíveis fora de campo para evitar o rebaixamento, admitiram a culpa pelo que ocorreu. Agora, o Inter terá de recomeçar em outra perspectiva. Seu novo técnico, tudo indica, será Antônio Carlos Zago, que estava no Juventude. Será a sua primeira chance num grande clube. Uma aposta, mas que poderá ser bem sucedida. O período de férias, que agora se inicia, veio bem a calhar para o Inter, que terá um tempo para assimilar a dor da queda. Depois, quando a bola voltar a rolar, não haverá tempo para lamentações, e o retorno á Primeira Divisão será uma obrigação.

sábado, 10 de dezembro de 2016

Massacre eleitoral

Poucas vezes um recado vindo de uma votação foi tão claro. A eleição para presidente do Inter, hoje, constituiu-se num massacre eleitoral. O candidato de oposição, Marcelo Medeiros, venceu com mais de 12 mil votos, superando 94% do total. Seu adversário na eleição, Pedro Afatatto, candidato da situação, fez menos de 700 votos, pouco mais que 5% do total. O torcedor do Inter, amargurado pelo péssimo desempenho do time em campo, que poderá levá-lo ao rebaixamento no Campeonato Brasileiro, amanhã, deixou evidente a sua aversão pela atual administração do clube. Marcelo Medeiros, que sofreu uma derrota fragorosa para Vitório Piffero em 2014, quando o torcedor ainda comprava a ideia de que o atual presidente era um vencedor que levaria o Inter a conquistar grandes títulos novamente, agora surge como solução para retirar o clube do atoleiro. Na verdade, o resultado da eleição era previsível. Pedro Afatatto poderia ter tido o bom senso de retirar sua candidatura. Ao não fazê-lo, submeteu-se a uma derrota vexatória. A responsabilidade de Marcelo Medeiros, por outro lado, é enorme. Não será fácil corresponder a uma preferência tão grande como a que obteve junto aos associados do Inter.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Pesadelo

O Brasil está vivendo um pesadelo. A cada dia, novas e devastadoras notícias se abatem sobre a população. O governo golpista e ilegítimo de Michel Temer resolveu atacar todos os direitos sociais e adotar o neoliberalismo na sua forma mais cruel e radical. As medidas propostas para a Previdência Social, na prática, acabarão com a aposentadoria. Sob o argumento falso de que a Previdência é deficitária, o governo quer, na verdade, forçar as pessoas a contratarem planos privados. A proposta da emenda do corte de gastos comprometerá o futuro do país nas áreas mais essenciais. No plano institucional, o descalabro é total, pois os três poderes estão agindo de forma contrária aos interesses do país e da população. Figuras como Michel Temer, no Executivo, Renan Calheiros, no Legislativo, e Gilmar Mendes, no Judiciário, fazem da vida dos brasileiros um filme de terror. O Brasil está nas mãos de um grupo de golpistas e corruptos, voltados, apenas, para a satisfação de seus interesses particulares. O país se encaminha para a mais grave crise social de sua história. Resta saber se o povo irá reagir, ou se aceitará, passivamente, medidas que destroem com o seu futuro. O cidadão brasileiro precisa sair em defesa de suas conquistas. Não é hora de passividade.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Arquivamento

O que o bom senso e a lógica indicavam acabou se confirmando, e o STJD decidiu pelo arquivamento da notícia de infração interposta pelo Inter visando a retirada de pontos do Vitória pela suposta inscrição irregular do zagueiro Victor Ramos, com o intuito de manter-se na Primeira Divisão. Na verdade, as ditas "novas provas" alegadas pelo Inter para reabrir a questão, que teve igual decisão em março, quando o Bahia entrou com ação semelhante, não existiam, eram apenas tecnicalidades irrelevantes. O Inter ainda pode recorrer da decisão, mas, convenhamos, essa será uma atitude meramente protocolar, sem nenhuma chance de êxito. Só resta ao Inter tentar evitar o rebaixamento dentro do campo, o que é difícil porque não depende mais de suas próprias forças. Precisa vencer o Fluminense e torcer por resultados paralelos. Caso contrário, terá, mesmo, de disputar a Segunda Divisão, como já aconteceu com outros grandes clubes. Ser rebaixado, é claro, não é bom. Porém, pior é a falta de dignidade e esportividade de quem tenta evitar a qualquer preço a consumação de um desfecho que é a consequência natural de um péssimo desempenho ao longo do Campeonato Brasileiro.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Campeão

Acabou o jejum. Depois de 15 anos sem conquistar um grande título, o Grêmio é o novo campeão da Copa do Brasil. O empate em 1 x 1 com o Atlético Mineiro, hoje, na Arena, levou o Grêmio a ganhar a competição pela quinta vez em sua história. Com isso, o Grêmio tornou-se o recordista de títulos da Copa do Brasil e, também, é o novo líder do ranking nacional de clubes. A Arena bateu o seu recorde de público, recebendo 55. 300 pessoas, pouco menos que a capacidade máxima do estádio. Foi um título merecido e que ficaria ainda melhor se o Grêmio tivesse vencido o jogo, sem sofrer o empate nos acréscimos. Renato, o maior ídolo do Grêmio em todos os tempos, reforçou ainda mais a sua condição de mito, ao ser campeão pelo clube como jogador e técnico. O torcedor do Grêmio tirou um peso das costas, após tantos anos de frustrações. Resta desejar que esse título possa ser o primeiro de muitos, e não somente um feito isolado. Parabéns, Grêmio!

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Nova realidade

A vida é carregada de situações contraditórias, algumas até perturbadoras. A tragédia ocorrida com o vôo da Chapecoense é uma prova disso. O clube, abalado pelo desastre com o maior número de vítimas fatais envolvendo uma delegação de futebol, se encaminha, a partir dele, para um outro patamar. Com a decisão, ontem anunciada pela Conmebol, de declarar a Chapecoense campeã da Copa Sul-Americana, o clube viverá uma nova realidade. Com o título que lhe foi conferido, a Chapecoense já está classificada para a fase de grupos da próxima edição da Libertadores, irá decidir a Recopa Sul-Americana contra o Nacional de Medellín, e receberá um significativo aporte financeiro em premiações. Num verdadeiro paradoxo, o momento mais triste da trajetória da Chapecoense está lhe abrindo uma perspectiva de engrandecimento. Se os profissionais da Chapecoense falecidos na queda do avião tiveram sua ascensão na carreira cruelmente interrompida, o clube obteve, desde então, uma projeção que talvez ainda levasse muitos anos para alcançar. Com esse impulso recebido, e o trabalho sério e responsável que a caracteriza, a Chapecoense tem tudo para se firmar de vez no cenário do futebol brasileiro e sul-americano.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

O preço alto de um golpe

A determinação expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Melo, de que o presidente do Senado, Renan Calheiros, seja afastado do cargo, mostra o abismo em que o país foi colocado a partir do golpe que resultou no impeachment de uma presidente legitimamente eleita. Por motivos torpes, quebrou-se a normalidade institucional do país, colocando no poder um presidente sem legitimidade nem competência para ocupar a função. Seu "governo" é um fiasco absoluto, com uma equipe formada  por medíocres e corruptos. A impopularidade do presidente golpista é altíssima, o que o faz temer e evitar, sempre que possível, a exposição pública. A economia só faz piorar, a taxa de desemprego se amplia, medidas carregadas de demofobia são encaminhadas para votação no Congresso Nacional, conquistas históricas dos trabalhadores são ameaçadas. O país está, na prática, acéfalo no poder, entregue ao mais absoluto desgoverno. Para quem tenha um mínimo de lucidez, as perspectivas do Brasil são terríveis. O presente é caótico, e o futuro, uma incógnita. O Brasil corre o risco de uma ruptura institucional, de consequências imprevisíveis. Esse é o preço alto de um golpe, perpetrado por canalhas, e apoiado por uma massa de incautos e analfabetos políticos.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Não foi um acidente

Pior do que uma tragédia que vitimou 71 pessoas, é constatar que ela foi o resultado da inconsequência e da negligência. O que aconteceu com o avião que transportava a delegação da Chapecoense e profissionais de imprensa para Medellín não foi um acidente. O avião só caiu porque o piloto Miguel Quiroga, que também era um dos proprietários da empresa aérea, arriscou-se a fazer um vôo cujo percurso equivalia a autonomia do aparelho. Para obter o máximo de lucro e não ter despesas adicionais, Quiroga não reabasteceu o avião, o que ocasionou sua queda. O piloto já havia corrido o mesmo risco em vários outros vôos, mas, dessa vez, não pôde contar com a sorte. Com sua inconsequência, somada à negligência dos que lhe permitiram decolar com um plano de vôo inaceitável para os padrões da aviação, Quiroga carregou dezenas de pessoas para a morte, inclusive ele mesmo. O que aconteceu foi um crime, uma ação homicida. Por isso mesmo, não se pode aceitar a tentativa de eximir Quiroga de culpa, empreendida por Ximena Suarez, comissária de bordo que sobreviveu ao desastre, e pelos familiares do piloto. Miguel Quiroga foi, sim, o grande responsável pela tragédia, o que a torna ainda mais dolorosa e revoltante.

sábado, 3 de dezembro de 2016

Comoção

O Brasil viveu, hoje, um dia de intensa comoção. Não poderia ser diferente. Afinal, retornaram ao país os corpos das vítimas do avião que transportava a delegação da Chapecoense e jornalistas que fariam a cobertura do jogo entre o clube e o Nacional de Medellín, o primeiro pela decisão da Copa Sul-Americana. O velório coletivo, realizado na Arena Conda, em Chapecó, foi transmitido, de forma ininterrupta, por emissoras de TV aberta e fechada. Não havia como não se emocionar, diante de uma cerimônia pungente, e que não resvalou, em momento algum, para o excesso ou o mau gosto. As vítimas da tragédia do vôo para Medellín receberam uma homenagem carregada de tristeza, mas feita com sobriedade e dignidade. Não houve discursos longos, nem uma exploração indevida de um acontecimento tão doloroso. Grandes personalidades do futebol, como o presidente da Fifa, Gianni Infantino, os ex-jogadores Puyol e Seedorf, e o técnico da Seleção Brasileira, Tite, se fizeram presentes. Paralelamente, em diversos jogos realizados pelo mundo, a Chapecoense foi homenageada. Poucas vezes uma semana mexeu tanto com o coração dos brasileiros. O drama da Chapecoense foi acompanhado em todo o seu desdobramento, por um país inteiro.
Agora, finalmente, os que faleceram no desastre aéreo retornaram para a sua pátria. Não mais os veremos, mas os teremos, de alguma forma, junto de nós. Saibamos honrar a sua memória.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

O peixe morre pela boca

Um conhecido ditado expressa que o peixe morre pela boca, ou seja, de que, muitas vezes, somos vitimados por aquilo que falamos. No mesmo sentido, um outro ditado estabelece que em boca fechada não entra mosca, isto é, que é preferível ficar calado do que correr o risco de dizer algo indevido. O Inter está provando, nos últimos dias, o quanto essas assertivas são verdadeiras. Tudo começou com o vice-presidente de futebol do clube, Fernando Carvalho
Com o país ainda dilacerado pela queda do avião que transportava a delegação da Chapecoense, Carvalho usou a palavra "tragédia" tanto para designar essa situação quanto para descrever o iminente rebaixamento do Inter para a Segunda Divisão. A repercussão junto à opinião pública, é claro, foi péssima. Carvalho, então, retratou-se, mas não convenceu ninguém. Como se não bastasse, ontem, os jogadores do Inter e o presidente do clube, Vitório Piffero, declararam que a última rodada do Campeonato Brasileiro, transferida de 4/12 para o dia 11 do mesmo mês, não deveria ser realizada por falta de "condições emocionais", abalados que estão pelo que aconteceu com a Chapecoense. A estúpida comparação de Fernando Carvalho, e a ação conjunta carregada de oportunismo dos jogadores e de Piffero, gerou imensa revolta, com repercussões até no exterior. Em ambas as situações, ficou evidente a indiferença do Inter para com o dilacerante drama vivido pela Chapecoense, e a tentativa de tirar proveito de tão doloroso acontecimento para evitar um rebaixamento que parece inescapável. O efeito das declarações vindas do Inter foi devastador. O clube começou a ser atacado ferozmente nas redes sociais. Em poucas horas, o Inter tornou-se o clube mais rejeitado do Brasil. Ao sentirem o impacto desastroso do que disseram, clube e jogadores fizeram novos desmentidos e correções. O que já era ruim, ficou ainda pior. Até mesmo torcedores do Inter demonstraram sua indignação com as lamentáveis declarações emanadas de seu clube. Antes mesmo da definição de uma provável queda, o Inter já caiu no conceito público. Poucas vezes se viu uma administração causar tantos danos a um clube num período tão curto de tempo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Homenagem emocionante

Poucas vezes se viu algo tão tocante como o tributo do Nacional de Medellín à Chapecoense, ontem, no Atanásio Girardot. Uma homenagem emocionante, sensível, plena de carinho e solidariedade. O estádio, onde deveria estar sendo realizado, naquele horário, o primeiro jogo da decisão da Copa Sul-Americana entre Nacional e Chapecoense, lotou para assistir à cerimônia. No entorno do estádio, outras milhares de pessoas se faziam presentes, compartilhando o sentimento de pesar pelo acidente que vitimou a delegação da Chapecoense e jornalistas que cobririam a decisão. Não havia como não se comover com tamanha demonstração de carinho por parte de um povo e de uma torcida. Uma demonstração do que o esporte tem de mais sadio e digno. Uma atitude de imensa grandeza. As tragédias costumam despertar os mais nobres sentimentos humanos, que, em geral, permanecem adormecidos na rudeza da rotina diária. Com a queda do vôo da Chapecoense não foi diferente, e ela fez do Nacional de Medellín um campeão de esportividade e senso humanitário. Parabéns ao Nacional e sua torcida. Nós, brasileiros, seremos seus eternos devedores.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Atuação brilhante

Não foi por acaso que Andréa Horta ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cinema de Gramado pelo papel principal no filme "Elis". No filme, que está em cartaz nos cinemas, Andréa tem uma atuação brilhante, representando uma cantora que não chegou a conhecer. Seu trabalho é impressionante. Ainda que não tenha uma acentuada semelhança de fisionomia com Elis Regina, Andréa parece se transformar nela diante dos olhos do espectador. "Elis" é uma prova de que o cinema brasileiro é capaz de gerar obras de boa qualidade. A conturbada existência de Elis Regina necessita muito mais que o tempo de duração de um filme para ser devidamente abordada. Por isso, "Elis", por vezes, parece um tanto acelerado na transição entre as diversas etapas de sua vida. No entanto, isso não o diminui. O filme é agradável e é capaz de satisfazer tanto aos que acompanharam a trajetória da cantora quanto às gerações mais novas, que não a conheceram. O grande destaque de "Elis", no entanto é, mesmo, Andréa Horta. Com uma carreira ainda relativamente curta, mas sempre com bons trabalhos na televisão, ela consegue, em "Elis" atingir o seu melhor momento, sua maioridade como atriz.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Tragédia

O Brasil amanheceu, hoje, tomado por dor e estupefação. O avião que conduzia a delegação da Chapecoense para o primeiro jogo da decisão da Copa Sul-Americana contra o Nacional de Medellín caiu, ocasionando a morte de 75 pessoas. No vôo estavam, também, jornalistas que iriam fazer a cobertura da partida. Apenas três jogadores sobreviveram, com sérios ferimentos. Foi uma tragédia, que comoveu o Brasil e o mundo. Clubes e jogadores do exterior manifestaram-se sobre o desastre, expressando seu pesar e sua solidariedade. Foi o caso de clubes como Milan, Paris Saint Germain, Atlético de Madrid, Arsenal, Liverpool, Manchester United, Mallorca. Ex-jogadores, como Figo, e atuais como Wayne Rooney, também registraram os seus sentimentos pelo ocorrido. Clubes brasileiros, como Grêmio, Inter, Corinthians e Palmeiras mostraram-se dispostos a emprestarem jogadores de graça à Chapecoense, para que ela consiga reconstruir o seu grupo. Corinthians e Palmeiras sugeriram, também, que a CBF garanta o não rebaixamento da Chapecoense pelos próximos três anos. Homenagens foram prestadas em treinos do Real Madrid e do Barcelona, e em jogos na Inglaterra. Ninguém ficou indiferente a um acontecimento tão dramático. A Chapecoense despertou imensa simpatia em todo o Brasil pelos grandes feitos de um clube com apenas 43 anos de existência, de um município com somente 200 mil habitantes. A Chapecoense irá para o quarto ano consecutivo na Primeira Divisão, e decidiria uma competição sul-americana. Façanhas notáveis para um clube do seu porte. A melhor e mais digna atitude em relação ao fatídico acontecimento foi do Nacional de Medellín, que seria o adversário da Chapecoense na decisão. Ele sugeriu que o título da Copa Sul-Americana seja entregue à Chapecoense. Uma demonstração de grandeza e esportividade que, espera-se, seja acolhida pela Conmebol.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Situação desesperadora

Se no fim de semana os resultados haviam sido bons para o Inter, pois venceu o Cruzeiro e o Sport apenas empatou com o América Mineiro, o encerramento da rodada do Campeonato Brasileiro, hoje à noite, não lhe foi nada favorável. O Vitória ganhou do Coritiba por 1 x 0, no Couto Pereira, e, agora, o Inter ficou numa situação desesperadora para tentar evitar o rebaixamento. O Inter está obrigado a vencer o Fluminense, domingo, fora de casa. Só que isso não basta. Também será necessário que o Sport, que jogará em casa, não vença o Figueirense. O Vitória está, praticamente, livre da queda para a Segunda Divisão, pois basta que empate com o Palmeiras no Barradão para obter seu objetivo. Vitória, Sport e Inter enfrentarão, na última rodada, adversários que nada mais aspiram no Brasileirão. O Palmeiras por já ter conquistado o título, o Figueirense em função de estar rebaixado, e o Fluminense pelo fato de ocupar uma posição no limbo da tabela, onde não se almeja mais nada, nem se corre qualquer risco. Se todos vencerem os seus jogos, o Inter será o rebaixado, pois não depende de suas próprias forças. Vitória e Sport só dependem dos seus resultados. Afora isso, dos três só o Inter jogará como visitante. Tudo se encaminha para que o Inter seja rebaixado.

domingo, 27 de novembro de 2016

Um fio de esperança

O fim de semana foi positivo para o Inter. No sábado, o Sport apenas empatou em 2 x 2 com o América Mineiro, no Independência, e ainda não se livrou, matematicamente, do rebaixamento. Hoje, jogando muito mal, mais uma vez, o Inter venceu o Cruzeiro por 1 x 0, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro, e segue respirando por aparelhos para tentar evitar a queda para a Segunda Divisão. O Inter não mostrou nenhuma evolução técnica ou tática, mas obteve uma sobrevida. Precisava vencer, e conseguiu. O resultado lhe concedeu um fio de esperança na luta desesperada para evitar o pior. Não é muito, mas pelo menos o Inter adiou a definição do seu drama.

Resultado vexatório

O time reserva do Grêmio vinha dando boa resposta sempre que era chamado a intervir. Empatara com o Santos e o Figueirense fora de casa e goleara o América Mineiro na Arena. Hoje, no entanto, mesmo contando com nomes como Bolanos e Pedro Rocha, proporcionou um resultado vexatório para o clube, ao ser goleado por 5 x 1 pelo Santa Cruz, no Arruda, pelo Campeonato Brasileiro. O Grêmio só não saiu na frente no placar porque teve um gol legítimo absurdamente anulado no primeiro tempo, que terminou empatado em 0 x 0. O Santa Cruz abriu o placar no início do segundo tempo, mas o Grêmio empatou logo a seguir. Poucos minutos depois, o Santa Cruz ficou novamente em vantagem. O jogo se encaminhava para a manutenção desse resultado quando, a partir dos 40 minutos, o Grêmio pareceu paralisar em campo, e sofreu mais três gols. O goleiro Léo falhou em pelo menos três dos cinco gols. Iago mostrou-se uma avenida no aspecto defensivo. Bolanos e Pedro Rocha só foram notados no gol do Grêmio, marcado pelo equatoriano. Afora isso, estiveram apagados no jogo. Por mais que o Grêmio esteja com a cabeça na decisão da Copa do Brasil, não é aceitável perder para um dos clubes rebaixados no Brasileirão e, pior ainda, por um placar tão elástico. A imagem do clube precisa, sempre, ser preservada. O Grêmio deve cobrar de quem foi a Recife o papelão ocorrido nesse jogo.

sábado, 26 de novembro de 2016

Fidel Castro

O mundo perdeu hoje um dos seus grandes mitos, Fidel Castro. Desde o final dos anos 50, até os tempos atuais, Fidel Castro esteve na linha de frente do noticiário político internacional. Foi um homem polêmico e controvertido, amado por muitos e odiado por outros tantos, conforme o matiz ideológico de cada um. Seu lugar na História, no entanto, está garantido. Como líder da revolução que pôs fim ao malfadado governo de Fulgêncio Batista, Fidel Castro mudou a face de Cuba, transformando-a de uma ilha de pouca expressão em um país modelo nos campos da saúde e da educação. Perseguido permanentemente pelos Estados Unidos, que por várias vezes tentou lhe assassinar, faleceu de forma natural, aos 90 anos. Fidel já não era presidente de Cuba, devido ao estado delicado de saúde em que se encontrava nos últimos anos. Porém, permanecia como um símbolo da luta contra o imperialismo e a desigualdade social. Nem todo o ranço conservador da grande imprensa será suficiente para diminuir a sua imagem, construída ao longo de quase seis décadas. O ódio que setores conservadores da sociedade, no Brasil e em outros países, demonstram ter por Fidel Castro, apenas engrandece a sua figura histórica. Para quem luta por um mundo melhor, com direitos iguais para todos, FIdel Castro será sempre uma inspiração.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Um governo em decomposição

Para quem possui um mínimo de lucidez, o espetáculo patético do governo golpista de Michel Temer não causa nenhuma surpresa. Para os incautos que bateram panelas e saíram às ruas pedindo o impeachment de uma presidente legitimamente eleita, é um justo castigo. Tudo o que está acontecendo no Brasil seria até cômico, se não fosse trágico. O que se está assistindo no país é a um governo em decomposição. Não há a mínima condição de Michel Temer prosseguir como presidente. Sua chegada ao poder se deu de forma espúria, sua equipe de governo é formada por notórios corruptos, os escândalos envolvendo membros da administração se sucedem, os indicadores econômicos e sociais do país, ao contrário do que afirmavam os defensores do golpe, pioram a cada dia. A conta amarga do impeachment chegou mais cedo do que se poderia imaginar para os seus cretinos agentes e apoiadores. A consequência de seus atos foi transformar o país numa nau sem rumo. A recuperação econômica prometida pelos artífices do golpe não aconteceu, a taxa de desemprego se ampliou, a "austeridade" massacra os direitos dos mais pobres e indefesos, enquanto as mordomias do poder e de seu entorno se ampliam. O atual governo federal se encaminha para um final melancólico, sem nunca ter existido de fato. Afinal, não se pode chamar de governo, ao pé da letra, a reunião de um presidente sem votos nem competência para exercer o cargo, e uma trupe de ineptos e corruptos ocupando ministérios e secretarias. O governo já está em contagem regressiva, sua queda é uma questão de tempo. O que virá depois é uma incógnita, mas, levando-se em conta o histórico político do país, não convém alimentar expectativas otimistas.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

As façanhas da Chapecoense

O futebol brasileiro está testemunhando os feitos surpreendentes de um clube pequeno, do interior de Santa Catarina. As façanhas da Chapecoense são dignas de destaque. Com sede em Chapecó, um município de porte médio, a Chapecoense garantiu sua permanência no Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão pelo quarto ano consecutivo. Como se isso já não bastasse, irá disputar a decisão da Copa Sul-Americana  contra o Nacional de Medellin, atual campeão da Libertadores. Um feito notável para um clube com apenas 43 anos de existência, que não pertence a um dos grandes centros do futebol brasileiro. Enquanto clubes grandes, de polpudos orçamentos, se encaminham para o rebaixamento, como é o caso do Inter, ou enfrentam dificuldades para retornar á Primeira Divisão, situação vivida pelo Vasco, a modesta Chapecoense mantém um desempenho técnico sólido, que vai crescendo a cada ano. Uma administração profissional e responsável, sem arroubos financeiros, é o fator principal para o sucesso da Chapecoense. Um clube que não parece ser um fenômeno episódico, mas o resultado de um trabalho cuidadosamente estruturado. Um oásis de competência no desorganizado futebol brasileiro.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Título encaminhado

Falta ser realizado o segundo jogo, claro, mas, depois do que o Grêmio fez hoje, o título da Copa do Brasil está encaminhado. No Mineirão, o Grêmio venceu o Atlético Mineiro por 3 x 1, e, agora,  poderá até perder por 1 x 0 na Arena que será campeão. Foi mais uma atuação de luxo do Grêmio em Belo Horizonte. A exemplo do que já havia feito no Campeonato Brasileiro, em 2015 e na atual edição, contra o próprio Atlético, e nas semifinais da Copa do Brasil há poucos dias, contra o Cruzeiro, o Grêmio passeou pelo gramado. Seja no Mineirão ou no Independência, a capital de Minas Gerais vem fazendo muito bem ao Grêmio. Foi mais uma apresentação em que ninguém jogou mal, e muitos tiveram grandes desempenhos. Geromel, Walace, Maicon e Pedro Rocha tiveram uma atuação soberba. Kanneman foi, novamente, ótimo. Marcelo Grohe fez uma defesa magnífica. Não faltou nem mesmo o fator dramático, tão presente na história do Grêmio. Num jogo em que exercia amplo domínio, e já poderia estar goleando, o Grêmio sofreu a expulsão de Pedro Rocha, viu o Atlético descontar e partir para a pressão em busca do empate, mas, num contra-ataque fulminante, fez o terceiro gol. Nada está ganho ainda, mas não há como deixar de pensar que o Grêmio será campeão na próxima quarta-feira, na Arena.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

O pacotão de Sartori

O mais inepto e incompetente governador do Rio Grande do Sul em todos os tempos, José Ivo Sartori, anunciou na tarde de ontem o envio para a Assembleia Legislativa de uma série de medidas que, se forem aprovadas, irão significar o desmonte do Estado. O pacotão de Sartori é um conjunto de maldades que visa vender patrimônio público e demitir servidores. Fiel ao figurino neoliberal, e sua cantilena de "austeridade" para combater a "crise financeira", Sartori propõe a extinção de importantes fundações, parcelamentos de salários, fusão de secretarias estaduais, aumento na taxa de contribuição previdenciária dos funcionários públicos, entre outras sugestões. O curioso é que um governo que chega a classificar a situação financeira do Rio Grande do Sul como sendo de "calamidade pública" não tenha proposto no pacote a extinção do Tribunal Militar, uma estrutura inútil que onera os cofres públicos em 40 milhões de reais por ano. Nem mesmo a citação do nome da execrável ex-primeira ministra da Inglaterra, Margareth Tatcher faltou no discurso de Sartori. Como não poderia deixar de ser, o pacotão de Sartori recebeu apoio total da Federasul, e repúdio das associações de servidores. Mais uma vez, o lado mais fraco é penalizado, enquanto o principal fator do rombo nos cofres públicos, a sonegação de impostos por parte das grandes empresas, é ignorado. Resta a esperança de que a Assembleia Legislativa rejeite o pacotão ou o altere de maneira a diminuir a sua perversidade. A mobilização de servidores e sindicatos já começou, e é necessário que a sociedade, como um todo, repudie vigorosamente as propostas de Sartori. Não ao Estado mínimo! Não á precarização dos serviços públicos!

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Só resta a matemática

O rebaixamento do Inter para a Segunda Divisão está encaminhado. Dirigentes e parte da imprensa insistem em dizer que ainda é possível evitar a queda. Sim, ainda há chances, matematicamente, do Inter escapar. Porém, a possibilidade disso acontecer, na prática, é mínima. Com a derrota por 1 x 0 para o Corinthians, hoje, fora de casa, pelo Campeonato Brasileiro, o Inter ficou três pontos atrás do Vitória, com desvantagem no número de vitórias e no saldo de gols, faltando apenas duas rodadas para o final da competição. Para evitar o rebaixamento, o Inter terá que vencer os seus dois últimos jogos e torcer por resultados paralelos. O problema reside, justamente, nesse aspecto, o da necessidade de vencer. A atuação do Inter, hoje, mesmo com a estreia de um novo técnico, foi uma repetição dos jogos anteriores, com um futebol tímido e que quase não criou chances de gol. Seu goleiro, ao contrário, foi o melhor jogador em campo. Nada aponta para uma reversão desse quadro. O Inter não consegue jogar bem, e faz pouquíssimos gols. Diante do futebol que apresenta a cada jogo, o Inter não dá a ninguém a sensação de que possa impedir a queda. Para o Inter só resta a matemática. Até mesmo os que não admitem publicamente a queda como um fato consumado, já não acreditam que ela possa ser evitada.

domingo, 20 de novembro de 2016

Goleada com time reserva

Fazer muitos gols não é  uma característica do time do Grêmio. Hoje, no entanto, essa regra foi quebrada. O Grêmio obteve uma goleada com time reserva. Contra um adversário que havia sido rebaixado na rodada anterior, o Grêmio, mesmo sem nenhum titular, não encontrou maiores dificuldades, e goleou o América Mineiro, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. O resultado possibilita que o Grêmio continue a disputar a classificação para a Libertadores pela via do Brasileirão. O jogo serviu, também, para Bolanos fazer uma boa atuação, coroada com um gol, e se credenciar como uma opção para as partidas da decisão da Copa do Brasil. Agora, todo o foco do clube se volta para os jogos contra o Atlético Mineiro, na busca de um título que não ganha há quinze anos. Caso vença a competição, o Grêmio se tornará o seu maior vencedor, de forma isolada, com cinco títulos. Estava difícil para o clube e a torcida segurar a ansiedade para que chegasse a hora da decisão. Finalmente, ela chegou. Resta desejar que o Grêmio consiga acabar com o seu jejum de titulos.

sábado, 19 de novembro de 2016

A raposa cuidando do galinheiro

Vivemos uma época de glorificação da iniciativa privada e de desvalorização da estrutura estatal. A velha teoria de que é preciso aplicar políticas de austeridade nas finanças públicas, e a intenção de se implantar um Estado mínimo estão na moda, novamente. Empenhados em levar adiante o que prega a cartilha neoliberal, muitos governos contratam consultorias privadas para estabelecer os rumos da administração. Vista como algo natural pelos privatistas, essa conduta não é adequada ao interesse público. Em matéria publicada na edição de fim de semana do jornal "Correio do Povo", especialistas em administração pública destacam a inconveniência desse procedimento por parte dos governos. O professor de Administração Pública da Ufrgs, Aragon Érico Dasso Júnior, o classifica como um erro crasso. Afinal, salienta Dasso Júnior, os setores público e privado têm lógicas opostas. Enquanto na iniciativa privada se visa o resultado e o lucro, no setor público o fundamental é a questão social. Na mesma linha, o professor Adalmir Antonio Marquetti, do Departamento de Economia da PUCRS, alerta para o fato de que o poder público contrata consultorias por um alto custo mesmo possuindo uma burocracia estatal que, quase sempre, é mais qualificada que esses agentes privados. O mais incrível, ressalta Marquetti, é que, dessa forma, o poder público paga para que grupos e movimentos específicos, com interesses próprios, acessem dados estratégicos dos governos. Essas práticas, portanto, ferem os princípios que devem nortear a administração pública, entre eles o da legalidade e o da impessoalidade. Ainda bem que, em meio ao desvario neoliberal dos dias atuais, haja quem encare tais questões com lucidez. Para resumir a situação, de forma bem direta, o que se vê, nessas práticas administrativas, é a raposa cuidando do galinheiro. A grande vítima é a sociedade, golpeada por medidas que favorecem interesses de grupos em detrimento das aspirações da coletividade.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Última tentativa

Depois do desastroso empate com a Ponte Preta, em pleno Beira-Rio, que o manteve na zona de rebaixamento, o Inter partiu para a última tentativa de evitar a queda para a Segunda Divisão. Na madrugada de hoje, o clube anunciava a contratação de seu quarto técnico em 2016, Lisca, que terá apenas três jogos para buscar cumprir a árdua tarefa. Lisca não é um nome ideal, obviamente, mas uma opção viável, dentro das circunstâncias. Se a maioria dos técnicos não aceitaria ser contratado para apenas três jogos, ainda mais numa situação tão aflitiva, Lisca não tem nada a perder. Se não conseguir evitar o rebaixamento do Inter, ninguém haverá de atribuir-lhe a culpa pelo desfecho desastroso. Porém, se obtiver êxito em sua tarefa, será visto como um herói, e alcançará um outro patamar em sua carreira, podendo partir para vôos mais altos numa trajetória que, até aqui, é bem modesta. Numa análise fria, as chances do Inter evitar o rebaixamento são improváveis. No entanto, o momento do Inter já não se presta para o predomínio da racionalidade. Diante do desespero de uma queda iminente, todos os artifícios são válidos. Lisca não é o técnico dos sonhos de ninguém, mas é nele que os torcedores do Inter terão de depositar suas últimas esperanças.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

A caminho do rebaixamento

As possibilidades matemáticas de se manter na Primeira Divisão ainda existem, mas o Inter parece estar a caminho do rebaixamento. Hoje, num jogo que era essencial na luta para não cair, o Inter empatou em 1 x 1 com a Ponte Preta, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. A exemplo do que ocorreu contra o Santa Cruz, também no Beira-Rio, o Inter fez um gol cedo, mas cedeu o empate, e não conseguiu reagir. Nem mesmo a derrota do Vitória para o Santos foi aproveitada pelo Inter, que se igualou em pontos com o clube baiano, mas perde no número de gols marcados. O nivelamento por baixo do Brasileirão faz com que o Inter ainda tenha chance de escapar da queda, mas o clube não está fazendo por merecer a manutenção na Primeira Divisão. Após o jogo, o técnico Celso Roth foi demitido, mas, faltando apenas três jogos para o fim da competição, a medida talvez tenha vindo tarde demais.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Punição absurda

A decisão do STJD de aplicar ao Grêmio a perda do mando de campo na decisão da Copa do Brasil, se constitui numa punição absurda, diante da irrelevância da infração supostamente cometida. A sanção bizarra imposta ao Grêmio teve por motivo a alegada "invasão" do gramado da Arena por Carol Portaluppi, filha do técnico do clube, Renato, após o término do jogo contra o Cruzeiro, pelas semifinais da competição. Carol entrou em campo para abraçar o pai, pois o empate em 0 x 0, resultado final do jogo, classificou o Grêmio para a decisão da Copa do Brasil. Chama a atenção o dado de que quem alertou o árbitro sobre o fato ocorrido foi Francisco Neto, conhecido como "Chico Colorado". Na ocasião, ele atuava como quarto árbitro. Seja como for, em situações desse tipo, a pena que comumente se estabelece é a de uma multa. A punição draconiana e estapafúrdia caiu como uma bomba no meio esportivo. A condenação á atitude do STJD foi, praticamente, unânime. Cabe recurso à decisão, e ela, provavelmente, será revertida. Porém, o estrago contra a imagem do futebol brasileiro, já tão debilitada, está feito. A exemplo do que acontece no país como um todo, no futebol brasileiro o que é ruim sempre pode piorar.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

A máquina de Tite

A Seleção Brasileira, que até pouco tempo se via ameaçada de ficar fora da próxima Copa do Mundo, agora começa a igualar recordes históricos. O responsável pela mudança da água para o vinho foi o técnico Tite. Com Tite, a Seleção Brasileira obteve seis vitórias consecutivas nas Eliminatórias, feito só conseguido antes por João Saldanha. Tite está com 100% de aproveitamento na Seleção, pois venceu todos os seus jogos até aqui. Hoje, em Lima, a Seleção venceu o Peru por 2 x 0, com um belo futebol, vários destaques individuais, e num clima de união e satisfação entre os jogadores que é claramente perceptível. Por desconfiança ou inveja, muitos fazem restrições aos elogios candentes recebidos por Tite, e afirmam que é cedo para fazer um juízo sobre o seu trabalho. O fato concreto é que a Seleção é líder isolada das Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, e está virtualmente classificada. Com o técnico anterior, Dunga, a Seleção estava fora da zona de classificação para a Copa. Unida, motivada, com grande desempenho coletivo e individual, a Seleção Brasileira atual é a máquina de Tite, derrubando os desconfiados e irritando os invejosos.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

O cinismo de Temer

Michel Temer foi o entrevistado do programa "Roda Viva", da TV Cultura, na noite de hoje. Duas de suas colocações ao longo do programa demonstram o cinismo de Temer e o tipo de causa que defende. Temer disse que seu mandato possui legitimidade porque tem amparo constitucional, e que sem os votos do PMDB Dilma Rousseff não teria sido reeleita. Afirmou, também que o presidente não precisa ser um grande líder, pois o povo quer resultados, e não ideologias. Essas são visões características do neoliberalismo,  que sempre aposta na despolitização. Seu conteúdo é falso. O mandato de Temer é ilegítimo porque é resultado de um golpe espúrio em que os poderes Legislativo e Judiciário se uniram para derrubar uma presidente eleita pelas urnas. O argumento de que sem os votos do PMDB Dilma não se reelegeria é igualmente mentiroso, pois o partido há anos não lança candidato próprio para presidente por saber que suas chances de vencer seriam nulas, preferindo negociar seu apoio a quem estiver no poder. Pode ser que a condição de grande líder não se constitua em fator imprescindível para alguém ser presidente, mas ela é altamente desejável, e não é o povo que não quer saber de ideologias, são as elites, que sempre detestaram o que essa palavra representa. Um presidente sem carisma e que despreze os aspectos ideológicos do poder é tudo com que sonham os direitistas, pois assim fica mais fácil impor sua agenda carregada de demofobia. Goste Michel Temer ou não, ele é, apenas, um reles golpista, a quem está reservado o limbo da História.

domingo, 13 de novembro de 2016

Leon Russel

A música perdeu, hoje, um do seus grandes nomes, Leon Russel, que faleceu aos 74 anos. Cantor e compositor talentoso, Russel participou do mítico Concert For Bangladesh, de George Harrison, e trabalhou com outros grandes nomes da música, como Elton John e Willie Nelson. Sua carreira teve altos e baixos, mas ele sempre teve o reconhecimento de seus companheiros de ofício. Para aqueles que não conhecem sua obra, deve-se informar que ele teve várias de suas composições gravadas por nomes de peso da cena musical. Para os que tenham o desejo de conhecer algo da sua obra, sugiro que ouçam uma de suas composições de maior sucesso, " This Masquerade", que teve muitas gravações, por diferentes artistas. Particularmente, recomendo a gravação dos Carpenters. Ouça-a e você terá a dimensão do talento de Russel como compositor.

A emoção de Felipe Massa

Felipe Massa viveu, hoje, no autódromo de Interlagos, o seu último Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. Não foi a despedida que Massa esperava e merecia. Numa corrida problemática, interrompida duas vezes pela chuva, Massa não conseguiu concluir a prova. Ele rodou na quadragesima-sétima volta, e teve de abandonar a corrida. A partir daí, o que se viu foram cenas comoventes de reconhecimento de uma bela trajetória na Fórmula 1. A emoção de Felipe Massa contagiou a todos em Interlagos. Ele acenou para a torcida, envolveu-se numa bandeira do Brasil, e chorou muito. No caminho até os boxes da Williams foi reverenciado por integrantes de várias outras equipes. Massa sai da principal categoria do automobilismo mundial sem ter sido campeão, mas cumpriu um papel digno, tendo obtido onze vitórias. Resta, agora, apenas mais um grande prêmio, o de Abu Dhabi, e Felipe Massa terá deixado a Fórmula 1. Ficará a lembrança de um piloto talentoso, e de um ser humano admirável.

sábado, 12 de novembro de 2016

Aposta arriscada

O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, obteve, hoje, a sua reeleição. Dessa forma, irá ficar cinco anos consecutivos no cargo, já que, devido a uma mudança estatutária, o mandato presidencial no clube passará a ser de três anos. Romildo foi reeleito com folga, tendo alcançado 85% dos votos. O resultado largo em seu favor representa uma aposta arriscada do associado gremista. Entusiasmado com a condição de finalista da Copa do Brasil, e a possibilidade da conquista de um título que o Grêmio não ganha há 15 anos, o associado reconduziu Romildo ao cargo, sem levar em conta que a competição ainda não foi decidida, e que a administração do presidente, até aqui, está longe de ser vitoriosa. Um eventual êxito na Copa do Brasil, no final do mês, será uma exceção num conjunto de frustrações colhidas durante os dois primeiros anos de Romildo como presidente. Se, ao contrário, o Grêmio não conquistar o título da Copa do Brasil, terá somado mais um fracasso na extensa lista de insucessos de Romildo. Nesse caso, o torcedor terá de aturar por mais três longos anos, um presidente perdedor. Fica evidente, mais uma vez, a total inconveniência de se realizar a eleição para presidente do Grêmio antes que se encerre o calendário esportivo do ano. Urge que se retorne ao modelo anterior, em que o pleito ocorria em até 15 dias contados a partir do último jogo oficial do ano. Na forma atual, a eleição se dá em paralelo com a disputa de competições, desviando o foco do que é mais importante para o clube, ou seja, o futebol dentro de campo. Se a eleição fosse realizada após o término das competições do ano, o associado não ficaria sob o efeito de acontecimentos circunstanciais, e analisaria o conjunto da obra de Romildo. A ampliação do mandato para três anos de duração é outro equívoco, pois pode prolongar demasiadamente a permanência de um presidente mal sucedido. As alterações estatutárias do Grêmio nos últimos anos, como se vê, estão na contramão dos interesses do clube, e explicam, ao menos em parte, o longo jejum de conquistas.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Simulacro democrático

O Brasil sofreu um golpe político atroz, e está sendo dirigido por um governo ilegítimo. Sabedores de que tem as costas quentes, pois chegaram ao poder por um conluio de forças que incluiu os magistrados e a grande imprensa, os governantes de plantão abriram o seu saco de maldades, e a cada dia anunciam mais medidas carregadas de demofobia. Utilizando-se do surrado discurso de uma terrível situação econômica que exige medidas de "austeridade", partem para a construção do seu tão sonhado estado mínimo. Em nome da necessidade de "apertar os cintos", as leis trabalhistas são atacadas, a terceirização é aceita até na atividade específica das empresas, a educação é reformada para se tornar ainda pior do que é, os gastos essenciais do país são congelados por 20 anos. Tudo isso ocorre com o apoio de setores imbecilizados da classe média que, movidos pelos preconceitos, são presas fáceis para a lavagem cerebral feita pela mídia. O que temos hoje, no Brasil, é um simulacro democrático. Com o argumento cínico de que não houve golpe porque todos os ritos democráticos foram observados no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, os conspiradores fingem que o país está numa situação de normalidade. Não está. O momento atual é grave porque, ao contrário da ditadura militar, cuja condição de regime de exceção era flagrante, o governo golpista sustenta um discurso de que possui legitimidade e que as instituições do país estão "sólidas". O Brasil vive um processo de terrível retrocesso, cuja duração ainda é desconhecida, e que resulta em efeitos sociais devastadores.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

O resgate da Seleção

O técnico Tite procedeu o resgate da Seleção Brasileira, não pode mais haver dúvida quanto a isso. Se os quatro primeiros jogos com Tite, todos com vitórias, ainda não haviam convencido os mais desconfiados, após a goleada de 3 x 0 sobre a Argentina, hoje, no Mineirão, pelas Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, as últimas resistências caíram por terra. O fato do jogo ter sido realizado no mesmo estádio onde a Seleção sofreu a histórica goleada de 7 x 1 para a Alemanha não teve o menor efeito sobre a equipe. Esse tipo de fantasma é típico da cobertura de imprensa, não entra no vestiário. Em campo, a Seleção se impôs sobre a Argentina, com grandes atuações individuais de Philippe Coutinho, Neymar e Paulinho, que, não por acaso, foram os autores dos gols. Marcelo e Miranda também se destacaram, mas a equipe, como um todo, jogou bem. Tite já igualou o feito de João Saldanha e Telê Santana, os únicos técnicos da Seleção a terem ganho cinco jogos seguidos em Eliminatórias. Contra o Peru, na terça-feira, em Lima, Tite tem tudo para vencer seu sexto jogo consecutivo. A Seleção vive um novo momento. Se antes ela parecia sem rumo, com Dunga, Tite trouxe de volta o bom futebol da equipe, recuperou o interesse do torcedor, encaminhou a classificação para a Copa, e faz com que alguns já falem na conquista do título em 2018. Uma mudança e tanto, que demonstra que o calcanhar de Aquiles da Seleção era Dunga, que não tinha competência para ser o seu técnico.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

O pesadelo Donald Trump

O mundo tremia com a possibilidade de Donald Trump vencer a eleição para presidente dos Estados Unidos, mas as pesquisas tranquilizavam os mais preocupados ao apontar que Hillary Clinton ganharia o pleito. As pesquisas, no entanto, erraram, e Donald Trump venceu a eleição. Trump, durante a campanha, adotou um discurso xenófobo e agressivo, que causou enorme desconforto. A proposição contida em seu slogan de campanha era a de fazer "a América ser grande novamente". Esse tom populista encontrou guarida junto ao eleitorado, e fez Trump vencer. Mais uma vez, o complexo sistema eleitoral americano fez com que o candidato com o menor número de votos absolutos ganhasse o pleito,  como já acontecera em 2000, quando George Walker Bush venceu Al Gore. O pesadelo Donald Trump está por começar. Resta o consolo de que o mundo já sobreviveu a dois outros descerebrados saídos das fileiras do Partido Republicano, Ronald Reagan e o já citado George Walker Bush. Dessa vez, não haverá de ser diferente.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

O drama do Vasco

O Vasco é um dos grandes clubes do futebol brasileiro, possui uma história belíssima, repleta de glórias. No entanto, nos últimos tempos, o clube tem vivido situações incompatíveis com a sua grandeza. Num espaço de apenas oito anos, já está disputando a Segunda Divisão pela terceira vez. Na primeira vez, foi campeão. Na segunda, ficou em terceiro lugar. Agora, novamente está na terceira posição, e corre o risco de cair mais na classificação, o que faria com que não conseguisse retornar para a Primeira Divisão, pois somente os quatro primeiros colocados sobem. O drama do Vasco é de difícil solução. Se voltar para a elite do futebol brasileiro, terá de, praticamente, montar um time inteiramente novo, pois o seu, atualmente, é fraco e de média de idade muito alta. Em época de mercado restrito, e com recursos financeiros limitados, como fazer isso? O fato é que o Vasco precisa de mudanças profundas, que seu presidente, o velho cacique Eurico Miranda, não tem condições de fazer. Seja como for, um clube de uma trajetória tão vitoriosa, e que tem uma das cinco maiores torcidas do país, não pode ficar no efeito ioiô entre a primeira e a segunda divisões.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Primeira goleada

Depois de quase quatro anos da inauguração do estádio, o Grêmio sofreu, hoje, sua primeira goleada na Arena, por 3 x 0, para o Sport, pelo Campeonato Brasileiro. O Grêmio jogou com sete titulares
Apenas Edílson, que está suspenso, Ramiro, Maicon e Luan, que foram poupados, ficaram de fora. O time, no entanto, mostrou-se apático, concedendo enormes espaços ao adversário. O jogo, ainda assim, permanecia num morno empate em 0 x 0, quando, aos 45 minutos do primeiro tempo, Diego Souza marcou um golaço para o Sport. Logo no início do segundo tempo, Rogério marcou outro belíssimo gol para o Sport. A partir daí, o Grêmio tentou reagir, mas de forma atabalhoada, e acabou levando mais um gol. Sabe-se que o pensamento do Grêmio está voltado para a Copa do Brasil, mas isso não justifica uma atuação tão amorfa. Talvez tivesse sido melhor escalar um time com maioria de reservas, como aconteceu contra Santos e Figueirense, quando foram obtidos dois empates fora de casa. Não faltarão os que dirão que o Grêmio entregou o jogo para favorecer um adversário do Inter na luta para evitar o rebaixamento. Não parece ter sido o caso. O mais provável é que o medo de disputar jogadas mais duras e se lesionar, podendo ficar fora da decisão da Copa do Brasil, tenha tido influência no desempenho dos titulares que foram escalados. Seja como for, é uma derrota que, pelo placar dilatado, causa um certo constrangimento. 

domingo, 6 de novembro de 2016

A volta para a zona

O que se prenunciava acabou se confirmando, o Inter está novamente na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. A volta para a zona tão indesejada se deu pela combinação da derrota do Inter por 1 x 0 para o Palmeiras, no Allianz Parque, e a do Atlético Paranaense por 3 x 2 diante do Vitória, no Barradão. Com esses resultados, o Inter, que tinha dois pontos a mais que o Vitória na classificação, ficou com um a menos. Faltando apenas quatro rodadas para o fim do Brasileirão, retornar para a zona de rebaixamento é uma situação muito negativa em termos psicológicos. Pelo que indicam as projeções, não bastará ao Inter vencer os dois jogos que lhe restam em casa. Será preciso obter algum ponto nas outras duas partidas que fará fora de seus domínios. Não há como deixar de admitir que a situação do Inter é dramática. O retorno para a zona de rebaixamento, depois de uma reação que parecia ter afastado essa hipótese, pode fazer com que tanto o grupo de jogadores quanto a torcida não tenham mais a mesma capacidade de mobilização demonstrada anteriormente. Para piorar o que já é ruim, com a parada da competição para a realização de jogos da Seleção Brasileira, o Inter ficará 11 dias na zona de rebaixamento até a data de sua próxima partida. A ameaça de queda do Inter para a Segunda Divisão nunca esteve tão presente.

sábado, 5 de novembro de 2016

Os caminhos do PT

Depois dos péssimos resultados colhidos nas últimas eleições, muito se discute qual será o futuro do PT. Há quem aposte, até mesmo, na extinção do partido. Evidentemente, isso é um exagero. O PT não vai acabar, por maior que seja a crise que atravessa. Para recuperar sua credibilidade e viabilidade eleitoral, no entanto, é preciso que o partido retome a sua autenticidade. As concessões feitas em nome da governabilidade, quando o partido alcançou o poder no plano federal, acabaram por causar a sua descaracterização, descontentando suas alas mais autênticas. Está na hora de o PT recuperar as suas bandeiras históricas, e portar-se como um partido de esquerda, como é a sua essência. Nesse sentido, a noticiada cogitação do nome de Miguel Rosseto para concorrer ao cargo de governador do Rio Grande do Sul, em 2018, é uma ideia das mais inspiradas. Rosseto é um petista histórico, com uma clara visão de esquerda. Sua escolha certamente agradaria às alas mais autênticas do partido. O PT precisa recuperar a sua essência como partido de esquerda. Rosseto parece o nome certo para essa tarefa. A autenticidade de seu posicionamento ideológico poderia despertar a militância do partido, que foi minguando pela desilusão com a descaracterização da essência esquerdista do PT. O PT precisa realizar uma volta às origens, para recuperar o seu eleitorado mais fiel. O partido está fragilizado, mas pode retomar o seu vigor. Para isso, é essencial apostar em nomes como o de Rosseto, que tão bem representa os ideais que serviram de alicerce para o partido quando da sua fundação. Os caminhos do PT para o futuro podem não ser tão pedregosos como desejam seus inimigos. A valorização de figuras da expressão de Miguel Rosseto é uma oportunidade para o partido se reerguer.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Título encaminhado

Uma decisão entre dois gigantes do futebol brasileiro, em princípio, não tem um favorito destacado. Esse é o caso da disputa pela conquista da Copa do Brasil entre Grêmio e Atlético Mineiro. Ambos são grandes clubes, e, ainda que com altos e baixos, apresentam bom desempenho no Campeonato Brasileiro. O Grêmio possui um time mais organizado e com maior solidez defensiva. O Atlético Mineiro tem maiores destaques individuais, e um ataque mais efetivo. Diante de tamanho equilíbrio, os detalhes podem ser decisivos, e eles favorecem o Grêmio. O longo jejum de títulos, em contraste com o Atlético Mineiro, que tem obtido conquistas importantes nos últimos anos, faz do Grêmio um clube mais mobilizado para a decisão. Afora isso, no Brasileirão, o Atlético Mineiro ainda tem ambições de disputar as primeiras posições, e o Grêmio já coloca a competição em segundo plano, o que lhe permite concentrar seu foco na Copa do Brasil. O outro fator de vantagem para o Grêmio, e talvez o mais importante, foi definido hoje, por sorteio. O Grêmio fará o segundo jogo da decisão na Arena. Se conseguir um resultado minimamente razoável no primeiro jogo, dificilmente o Grêmio deixará o título escapar em casa. O Grêmio está muito mais sequioso e motivado para essa conquista do que o Atlético Mineiro. Sua torcida demonstra um entusiasmo febril e incontido pela perspectiva do fim do jejum de titulos. Somente nos últimos dois dias, o Grêmio obteve mais de quatro mil novos sócios. Tecnicamente, o Atlético Mineiro dispõe de melhores jogadores. Porém, o mando de campo no segundo jogo tende a ser um fator preponderante em favor do Grêmio. O título está encaminhado. Resta ao Grêmio saber tirar proveito das circunstâncias que lhe são favoráveis, e retomar o caminho das conquistas.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Escolha acintosa

Nada poderia ser mais revelador da podridão que caracteriza o meio político brasileiro do que a notícia de que Romero Juca (PMDB/RR) será o novo líder do governo no Senado. Romero é o mesmo que ficou apenas 12 dias no cargo de ministro do Planejamento do governo de Michel Temer, devido á divulgação da gravação de uma conversa do senador com um empresário em que ele manifestava a intenção de bloquear a ação da Operação Lava-Jato. A escolha acintosa de Romero para o cargo mostra que a classe política, no Brasil, insiste nas mesmas práticas ao longo do tempo, privilegiando os seus interesses específicos, mesmo que eles afrontem a ética e a dignidade. Romero já ocupou o cargo nos governos de Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula da Silva, e Dilma Rousseff, pois é do tipo que está sempre a favor de quem exerce o poder. Sua reputação está longe de ser ilibada, mas isso em nada afeta a sua posição destacada na cena política do país. Sua recondução ao cargo que já exerceu em governos anteriores demonstra que, na política brasileira, nada é tão ruim que não possa piorar.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Eliminação honrosa

O time reserva do Inter surpreendeu positivamente, mais uma vez, e empatou em 2 x 2 com o Atlético Mineiro, hoje, no Independência, pelas semifinais da Copa do Brasil. O resultado proporcionou ao Inter uma eliminação honrosa da competição. Afinal, jogando com os reservas o Inter desclassificou o Santos, foi derrotado na primeira partida contra o Atlético Mineiro jogando melhor que o adversário, e por pouco não ganhou hoje. Com a saída da Copa do Brasil, o Inter poderá se dedicar inteiramente á luta para evitar o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Nas atuais circunstâncias, evitar a queda para a Segunda Divisão vale quase tanto quanto um título. O pesadelo do Inter ainda está longe de acabar, e exigirá um empenho muito grande para que o pior não aconteça. Os bons desempenhos na Copa do Brasil podem servir de estímulo para que o Inter consiga escapar, novamente, da possibilidade de rebaixamento.

A perspectiva de um titulo

Depois de seis anos sem sequer ganhar o Campeonato Gaúcho, e quinze sem vencer uma competição nacional, o Grêmio vê a perspectiva de um título. O empate em 0 x 0 com o Cruzeiro, hoje, na Arena, classificou o Grêmio para a decisão da Copa do Brasil, contra o Atlético Mineiro. Num jogo com escassas chances de gol, e intensa marcação por parte dos dois times, o Grêmio soube resistir á pressão do Cruzeiro, e manter um resultado que lhe era conveniente. A atuação do Grêmio nem de longe lembrou a do primeiro jogo, mas isso não é relevante. O que mais importa é o resultado, e a consequente classificação para a decisão. O jogo de hoje teve o segundo maior público da história da Arena, com mais de 52 mil pessoas. O torcedor estava muito entusiasmado e jogou junto com o time para impedir que o Cruzeiro causasse qualquer ameaça ao Grêmio. Após o jogo, a torcida saiu cantando pelas ruas, uma reação de quem vê o fim do jejum de títulos ficar cada vez mais próximo.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Voto obrigatório

Bastou o fato de que as eleições de 2016 apresentaram uma grande abstenção e um alto número de votos brancos e nulos para que uma velha questão voltasse a ser discutida. O assunto em tela é o fim do voto obrigatório. Os defensores do voto facultativo argumentam que ele é adotado na maioria dos países. Sustentam, também, que votar deve ser um direito, não uma obrigação. Porém, ainda que a ideia possa ser teoricamente sedutora, penso que a implantação do voto facultativo não seria boa para o Brasil. Em primeiro lugar porque não há justificativa aceitável para alguém se eximir de votar, pois o ato não exige nenhum sacrifício do eleitor já que as seções são sempre próximas de seu local de residência. O tempo necessário para o ato de votar também não é grande e, portanto, em nada atrapalha a vida do eleitor. O fim do voto obrigatório afastaria ainda mais o cidadão da política, o que é muito ruim. Afora isso, abriria espaço para que pessoas desinteressadas de votar aceitassem fazê-lo por dinheiro, que receberiam para favorecer determinados candidatos. Num país ainda muito despolitizado como é o Brasil, o fim do voto obrigatório só favoreceria os adeptos da demofobia. A leitura que deve ser feita sobre o comportamento do eleitor no pleito de 2016 não é a de que ele queira ser desobrigado de votar. O que ele deseja é uma ampla reforma política. Retirar a obrigatoriedade do voto e manter a mesma carcomida estrutura política seria um desastre. Só quem deseja isso são as forças conservadoras. O país não pode embarcar nessa canoa furada.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Cifras escandalosas

Não é de hoje que o futebol tornou-se uma atividade milionária. Os principais clubes do mundo possuem orçamentos altíssimos, que lhes permitem gastar fortunas na aquisição de jogadores e no pagamento de seus salários. Porém, está mais do que clara a necessidade de se colocar um freio nessa situação, por extrapolar qualquer limite que se considere razoável. A renovação de contrato do galês Bale com o Real Madrid é uma evidência disso. Bale estendeu seu contrato com o clube espanhol até o ano de 2022. Pelo novo contrato, Bale irá ganhar um salário equivalente a 1,3 milhão reais por semana. Convenhamos, quantias assim é o que se pode classificar de cifras escandalosas. Bale é um bom jogador, mas está longe de ser um gênio e, portanto, não tem cabimento que se torne o detentor do maior salário do futebol mundial. Diante de tamanhas quantias, é natural que se pense que o futebol está sendo usado para lavagem de dinheiro. Algo precisa ser feito para mudar esse quadro. Soa ofensivo para o cidadão comum tomar conhecimento de que se paguem salários astronômicos como o de Bale. O futebol é um grande espetáculo, e é natural que seus maiores astros sejam bem remunerados. Salários como o do novo contrato de Bale, no entanto, agridem o bom senso. Nenhum jogador, por mais extraordinário que seja, nem mesmo Messi, mereceria ganhar uma quantia tão alta. Cabe á comunidade futebolística, no mundo inteiro, se mobilizar contra essa aberração. O mais popular dos esportes deve transmitir aos seus torcedores uma imagem de dignidade. As quantias cada vez mais altas que circulam no futebol apontam no sentido contrário, e o tornam uma atividade cheia de suspeições.

domingo, 30 de outubro de 2016

Confirmação

O segundo turno da eleição para prefeito de Porto Alegre não apresentou surpresa. Nélson Marchezan Júnior (PSDB) venceu o pleito, numa confirmação do que as pesquisas indicavam. Ainda mergulhado numa irracional onda antiesquerdista movida pela imprensa conservadora, o eleitorado resolveu eleger a raposa para cuidar do galinheiro. Ao escolher Marchezan Júnior, o eleitor entrega a administração da cidade ao herdeiro de uma figura proeminente da Arena, partido de sustentação do regime militar, o falecido Nélson Marchezan. Mais do que isso, Marchezan Júnior é um neoliberal e privatista. Os próximos quatro anos tendem a ser desalentadores para Porto Alegre. Diante desse quadro, o incompreensível é que nem mesmo a catastrófica escolha de José Ivo Sartori para governador do Rio Grande do Sul, em 2014, serviu de alerta. O eleitor gaúcho parece tomado por um impulso de autoflagelação. Resta esperar que nas eleições de 2018 essa tendência autodestrutiva tenha sido superada, e o eleitor volte a votar com consciência, concedendo o poder a quem tem compromisso com as demandas sociais.

sábado, 29 de outubro de 2016

Tropeço inesperado

Ninguém poderia imaginar a hipótese do Inter não vencer o Santa Cruz, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. O empate em 1 x 1 foi um tropeço inesperado, e que pode complicar muito a vida do Inter na reta final do Brasileirão. O Inter abriu o placar logo aos seis minutos do primeiro tempo, o que reforçou a ideia de que ganharia com facilidade. O tempo, no entanto, foi transcorrendo, os outros gols não vieram. Para piorar, o Santa Cruz empatou, e o volante Eduardo Henrique, do Inter, foi expulso. A partir daí, mesmo tendo boa parte do primeiro tempo, e todo o segundo, para vencer o jogo, o Inter não conseguiu o desempate. A fuga do rebaixamento, que parecia tranquila após vencer o Flamengo e empatar com o Grêmio, voltou a ficar dramática para o Inter. A agonia da luta para não cair talvez se estenda até a última rodada.

Empate chocho

Um jogo de muito baixo nível técnico, com poucas emoções, foi o que se viu em Figueirense 0 x 0 Grêmio, hoje, no Orlando Scarpelli, pelo Campeonato Brasileiro. Um empate chocho entre um clube que luta para fugir do rebaixamento e outro que foi para o campo com os reservas. Para quem tenta escapar de um rebaixamento cada vez mais provável, o Figueirense mostrou pouco, seja porque o time é fraco ou por não acreditar mais na possibilidade de evitar a queda para a Segunda Divisão. O Grêmio, jogando, mais uma vez, com um time reserva fora de casa, tornou a empatar, mas sem mostrar a mesma boa atuação da partida contra o Santos. Foi um jogo que se arrastou até o final. O resultado não foi bom para ninguém. O Figueirense continuou afundado na zona de rebaixamento, e o Grêmio não conseguiu ingressar na faixa de classificação para a Libertadores.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Uma lista sem pé nem cabeça

A revista inglesa "Four Four Two" elaborou uma lista com, no seu entender, os 50 melhores times de futebol de todos os tempos. Embora relacione grandes equipes da história do futebol, é uma lista sem pé nem cabeça. O primeiro, e fundamental, erro da lista, é misturar clubes e seleções. São elementos absolutamente distintos, não podem ser comparados. O que já começa errado não poderia ter um bom resultado. A colocação das equipes na lista é risível, para dizer o mínimo. O primeiro lugar da lista é ocupado pelo time do Ajax, da Holanda, liderado por Cruyff, que foi tricampeão da Europa em 1971/1972/1973. A Seleção Brasileira de 1970 aparece em segundo lugar. Convenhamos, essa avaliação é absurda. A Seleção de 70 é apontada como a melhor equipe da história do futebol pela maioria dos rankings feitos no mundo inteiro. A lista sequer inclui a Seleção Brasileira de 1958, tão boa ou melhor que a de 1970. No entanto, a Seleção Brasileira de 1982, uma grande equipe, mas muito inferior á de 1958, foi colocada no trigésimo-oitavo lugar. O time do Flamengo de Zico, campeão mundial em 1981, ficou oito posições acima, em trigésimo lugar, em outra avaliação aberrante, pois embora sua inegável qualidade não pode ser considerado superior a uma Seleção de tão alto nível. Por outro lado, a maravilhosa seleção da Hungria de Puskas ficou num modesto décimo lugar. Entre os times de clubes são poucos os que, no mundo inteiro, não consideram o Santos de Pelé o melhor de todos os tempos. Porém, na lista em questão, ele aparece em nono lugar. O Real Madrid de Di Stefano ficou em quarto. Definitivamente, o ranking da revista inglesa não pode ser levado a sério. Num levantamento criterioso, seleções e clubes teriam de ser avaliados separadamente. Caso isso fosse feito, uma das listas teria o seu primeiro lugar disputado pelas seleções brasileiras de 1958 e 1970. No levantamento de clubes, o Santos de Pelé viria em primeiro lugar, e, logo a seguir, estaria o Real Madrid de Di Stefano. Toda a lista do gênero envolve um certo grau de subjetividade, mas a da revista inglesa contraria o bom senso de maneira irremediável.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Alienação

Causou muito má impressão o fato de que dentre os atuais jogadores da Seleção Brasileira só Gabriel Jesus tenha usado as redes sociais para fazer referência a morte de Carlos Alberto, um dos grandes mitos do futebol brasileiro, falecido anteontem. Os demais jogadores não se manifestaram. Eis aí o retrato da alienação e do egocentrismo dos jogadores de futebol na atualidade. Com a independência financeira conquistada ainda muito cedo, tornam-se mimados e autocentrados. O maior nome da Seleção Brasileira nos dias de hoje, Neymar, é um exemplo disso. Neymar não é mais um menino, tem 24 anos, e até já é pai de um garotinho. Porém, se comporta como um eterno adolescente. Deslumbrado com o que o dinheiro pode proporcionar, usufrui uma vida de festas, carrões e mulheres bonitas. Não se posiciona sobre temas polêmicos, nem revela preferências políticas. Seu estilo de vida é claramente hedonista, voltado para a satisfação dos próprios prazeres. Gabriel Jesus tem apenas 19 anos, não viu Carlos Alberto jogar, mas, por estar bem informado sobre quem ele foi, ou tendo sido bem orientado pelos seus assessores, portou-se adequadamente diante da perda de um ícone do futebol brasileiro. Os demais jogadores da Seleção Brasileira, por desinformação ou desinteresse, hipóteses igualmente execráveis, nada referiram sobre a morte de Carlos Alberto. O futebol não é uma ilha. Ele é um microcosmo de uma sociedade mergulhada na vacuidade e no individualismo exacerbado. Uma sociedade frívola e consumista, onde impera o imediatismo e se despreza a memória. A tarefa de recuperar a combalida imagem da Seleção Brasileira não se resume ao futebol dentro do campo. Será preciso reformar a postura de seus jogadores como cidadãos.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Resultado lógico

Recuperado em sua autoestima, pelos bons resultados que vem alcançando em seus últimos jogos, o Inter conseguiu, mesmo com um time reserva, fazer um bom enfrentamento com o Atlético Mineiro, hoje, no Beira-Rio, pelas semifinais da Copa do Brasil, mas perdeu por 2 x 1. O Atlético abriu o placar logo aos dois minutos do primeiro tempo. O Inter só obteve o empate no segundo tempo, com um gol de pênalti, e esbarrou no goleiro Victor, que fez grandes defesas. Porém, no momento em que buscava o gol de desempate, o Inter sofreu um contra-ataque mortífero, e o Atlético venceu o jogo. Embora o Inter também pudesse ter ganho a partida, foi um resultado lógico. O Atlético Mineiro era o favorito no confronto, e ao vencer o primeiro jogo fora de casa ampliou ainda mais essa condição.

Atuação brilhante

Os defensores do futebol de resultados sustentam que o importante é vencer, não importa como. O Grêmio, no entanto, não seguiu essa linha de pensamento, hoje, e venceu o Cruzeiro por 2 x 0, no Mineirão, pelas semifinais da Copa do Brasil, com uma atuação brilhante. O desempenho do Grêmio chegou quase ao nível da perfeição, mantendo o controle do jogo durante todo o tempo, não permitindo nenhuma oportunidade concreta para o adversário, explorando bem os contra-ataques, e, principalmente, fazendo dois belos gols. Belo Horizonte parece fazer bem ao Grêmio. Algumas de suas melhores atuações tem ocorrido na capital de Minas Gerais. Foi assim, por exemplo, quando venceu o Atlético Mineiro no Campeonato Brasileiro de 2015 por 2 x 0, e na atual edição da competição, quando goleou o mesmo adversário por 3 x 0. No jogo de hoje, nenhum jogador do Grêmio esteve mal. O jogo coletivo, em função disso, atingiu uma grande desenvoltura. Com o resultado obtido no Mineirão, o Grêmio está com a faca e o queijo na mão para voltar a disputar uma decisão de Copa do Brasil, e, finalmente, acabar com o seu jejum de títulos.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Carlos Alberto

O Brasil perdeu, hoje, Carlos Alberto, um dos grandes mitos do seu futebol. Carlos Alberto era o lateral direito e, principalmente, o capitão da magnífica Seleção Brasileira campeã da Copa do Mundo de 1970, a maior equipe já formada na história do futebol. Curiosamente, embora tenha jogado 59 partidas com a camisa da Seleção, foi a única Copa do Mundo de que ele participou. Em sua exitosa carreira, jogou no Fluminense, Santos, Botafogo, Flamengo e New York Cosmos. Como técnico, foi campeão brasileiro pelo Flamengo, e da Copa Conmebol, pelo Botafogo. Nos últimos anos, participava como comentarista no canal a cabo SporTV. Também integrava um grupo formado pela CBF para sugerir mudanças estruturais no futebol brasileiro. Tecnicamente brilhante, e com uma capacidade de liderança que o levou á condição de capitão da Seleção, Carlos Alberto pertence ao panteão dos maiores jogadores brasileiros de todos os tempos. Entre os seus pares, em especial os seus companheiros de Seleção, ele era o "Capita". Por toda a sua trajetória, obteve respeito e admiração por onde esteve. Autor do último gol da Copa de 70, e um dos mais célebres da história da competição pela beleza de sua construção coletiva, Carlos Alberto será sempre lembrado pelos amantes do futebol, nos quais deixa, desde já, uma imensa saudade.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Oportunismo

Bastou que ocorresse uma arbitragem polêmica no Gre-Nal de ontem, na Arena, para que a "isenta" imprensa esportiva do Rio Grande do Sul, historicamente identificada com a defesa dos interesses do Inter, insinuasse que um árbitro gaúcho teria uma atuação melhor. Acostumada com os "erros humanos" dos árbitros locais, que, curiosamente, sempre favorecem o Inter, a crônica esportiva gaúcha gostaria que eles estendessem seus tentáculos aos grenais do Campeonato Brasileiro. O mote para essa defesa da arbitragem doméstica foi a suposta má atuação de Francisco Carlos do Nascimento (AL) no Gre-Nal de ontem. Esse argumento não resiste a uma análise mais atenta do que aconteceu no jogo. A celeuma toda em torno do árbitro se deu pelo fato de que ele teria expulsado Rodrigo Dourado, do Inter, injustamente. Se é verdade que Rodrigo Dourado não merecia ser expulso, Vitinho deveria ter levado o cartão vermelho, o que não foi feito. Ademais, o árbitro não influiu no resultado do jogo, pois não marcou pênaltis inexistentes, nem validou gols em impedimento. Os mesmos que agora berram contra a expulsão de Rodrigo Dourado acharam que a criminosa agressão de William que resultou numa dupla fratura de mandíbula em Bolanos, no Gre-Nal realizado em março, na Arena, foi um "acidente". Não é á toa que o Inter tem vantagem no número de vitórias em grenais, mas fica atrás quando se levam em conta apenas os válidos pelo Campeonato Brasileiro. Respondendo, objetivamente, a pergunta deixada no ar pela imprensa gaúcha, um árbitro local não se sairia melhor ontem. Basta, para constatar isso, verificar que Anderson Daronco, um dos árbitros preferidos da imprensa gaúcha, influiu no resultado de Flamengo 2 x 2 Corinthians, ao validar o primeiro gol do clube carioca em flagrante impedimento. Se Francisco Carlos do Nascimento teve falhas no aspecto disciplinar, não cometeu nenhum erro técnico grave, o que é muito mais importante. O estrilar da imprensa gaúcha foi puro oportunismo de quem não sabe tratar os fatos com isenção.

domingo, 23 de outubro de 2016

Futebol frustrante

Havia uma enorme expectativa em torno do Gre-Nal de hoje, pelo Campeonato Brasileiro. A evidência disso está no fato de que o recorde de público da história da Arena foi quebrado. Num estádio com capacidade para 55 mil pessoas, mais de 53 mil se fizeram presentes. Porém, o jogo não correspondeu a tamanha mobilização do público. O placar de 0 x 0 foi fiel ao que se viu em campo. Um futebol frustrante, pobre tecnicamente, sem chances claras de gol, enfadonho. O Grêmio escalou o seu time titular, com exceção de Douglas, mas vários jogadores tiveram atuações insuficientes. Walace esteve péssimo, errando passes a todo o momento, o que é extremamente preocupante em se tratando do volante que fica logo á frente dos zagueiros. Luan, como de costume, errou quase todas as jogadas em que tentou obter vantagem sobre seus marcadores. Bolanos, que finalmente teve a chance de jogar na posição em que diz se sentir melhor, teve um desempenho decepcionante. Pedro Rocha, mais uma vez, esteve muito apagado, e já não é possível entender A insistência do técnico Renato em tê-lo como titular. A rigor, os dois únicos destaques do Grêmio foram os zagueiros. Geromel e Kannemann fizeram uma grande partida, com muita raça. O Inter, dentro das suas limitações, conseguiu segurar o Grêmio com uma forte marcação. Nenhum de seus jogadores se destacou na partida, mas coletivamente o time se portou bem. Para o Inter, o empate fora de casa foi bom, ainda mais que a maioria dos resultados paralelos lhe favoreceram na luta para fugir do rebaixamento. Como espetáculo, no entanto, o jogo foi muito fraco. O grande público que esteve na Arena merecia assistir uma partida de melhor qualidade.