sábado, 12 de julho de 2014

Outra goleada

Não poderia ter sido mais melancólica a despedida da Seleção Brasileira da Copa do Mundo. A nova goleada sofrida, desta vez de 3 x 0, para a Holanda, hoje, no Mané Garrincha, mancha ainda mais a imagem da Seleção que mais títulos de Copa do Mundo conquistou. Com o resultado, a Seleção terminou a Copa em quarto lugar, mesma colocação que obteve há exatos 40 anos, na primeira Copa realizada na Alemanha. O quarto lugar, em si, nada tem de desonroso. No entanto, ao contrário de 74, quando, em suas duas últimas partidas, a Seleção perdeu por 2 x 0 para a Holanda e 1 x 0 para a Polônia, desta vez a saída de cena foi humilhante, com duas goleadas. Não adiantou a boa vontade da torcida, que foi ao estádio dar o seu apoio, pois, já com um minuto de jogo, a Seleção tinha um pênalti contra si. Se é verdade que o árbitro errou ao marcar pênalti, pois a falta foi fora da área, também é preciso lembrar que Tiago Silva, o autor da infração, deveria ter sido expulso, e só recebeu o cartão amarelo. A arbitragem, por sinal, foi outro capítulo deplorável dentro do jogo. O segundo gol da Holanda ocorreu depois de um impedimento não marcado pelo árbitro. Mais tarde, dois pênaltis claros, sobre David Luiz e Robben, pela ordem, também não foram assinalados. Tendo construído uma vitória parcial de 2 x 0 ainda cedo, a Holanda parecia disposta a administrar o resultado no segundo tempo. Uma nova falha da defesa brasileira, todavia, já no final do jogo, proporcionou-lhe o terceiro gol, estabelecendo a segunda goleada sofrida pela Seleção em apenas quatro dias. Em dois jogos, 10 gols contra, e apenas um a favor. Um vexame histórico, inapagável, que irá constranger sucessivas gerações de brasileiros. A Seleção Brasileira fechou sua participação na Copa com três vitórias, dois empates e duas derrotas, números que dizem tudo. Para o futuro, quase nada fica. A rigor, só Neymar deveria permanecer em futuras convocações. Os demais, mesmo os mais jovens, não mostraram o padrão que se exige para a Seleção. O tempo não para. Em 2015, teremos Copa América no Chile, e o início das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2018, já em setembro. Não há tempo a perder, e quase tudo está por fazer. Se os responsáveis pela Seleção não agirem com rapidez e competência, ela correrá o risco de, pela primeira vez em sua centenária e gloriosa história, não se classificar para uma Copa do Mundo.