sexta-feira, 2 de junho de 2017

A janela

Todo ano repete-se a mesma situação. Ao final do primeiro semestre, a chamada "janela" de contratações do futebol europeu surge como uma ameaça aos interesses do torcedor brasileiro. O grande poderio econômico do futebol europeu, aliado a permanente dificuldade financeira dos grandes clubes brasileiros, faz com que haja a saída prematura de jovens talentos do futebol do país. Luiz Araújo, um atacante que recém começa a se destacar no São Paulo, já está vendido para o Lyon. Outros dois jogadores do clube, Júnior Tavares e Thiago Mendes, também podem estar a caminho da Europa. Arthur, que ainda não completou dez jogos como titular do Grêmio, já é alvo da cobiça de clubes europeus. O pior é que os valores pagos pelos jogadores brasileiros são  irrisórios se comparados aos das transações internas do futebol europeu. O Brasil continua revelando bons jogadores numa escala não alcançada em nenhum outro país, mas a desigualdade econômica o transformou num fornecedor de matéria-prima para o futebol do exterior, principalmente da Europa. Sem grandes ídolos para ofertar ao torcedor, resta aos grandes clubes brasileiros a força de suas trajetórias históricas para seduzir as novas gerações.