sábado, 27 de agosto de 2011

Desequilíbrio

Na longa história de 102 anos de Gre-Nal, poucas vezes deve ter se visto um clássico tão desequilibrado quanto o que será jogado amanhã no Olímpico. Os ventos sopram para um lado só, a famosa "gangorra", está quebrada. O Inter já tem dois títulos em 2011. O Grêmio não obteve conquistas no ano. O Inter está em 7º lugar no Campeonato Brasileiro, próximo em pontos da zona de classificação para a Libertadores. O Grêmio está em 16º lugar, um ponto acima da zona de rebaixamento. O Inter tem um time com valores individuais afirmados, como Oscar e Leandro Damião. O Grêmio vê até os seus jogadores em nível de Seleção Brasileira, como Victor, afundarem a cada partida. Não há argumento lógico que possa apontar um resultado que não seja a vitória do Inter no Gre-Nal de amanhã. A esperança dos torcedores do Grêmio baseia-se apenas no imponderável, no pensamento mágico de que tudo pode acontecer, que o futebol é imprevisível, que não há favorito em clássicos. Essa última afirmação é totalmente falsa. Há favorito, sim, em todo e qualquer jogo, mesmo nos clássicos. O torcedor do Grêmio, no fundo, sabe disso, e, por isso, sua procura por ingressos para o jogo está sendo fraca. Trata-se de algo compreensível. Muitos torcedores do Grêmio temem, até, sofrer uma goleada. A ameaça de um terceiro rebaixamento já tira o sono de muitos. Enquanto isso, o Inter conquistou o título da Recopa Sul-Americana, na quarta-feira, e tem jogadores vivendo grande fase técnica. Não há onde encontrar argumentos que sustentem a possibilidade de uma vitória do Grêmio. Tudo se encaminha para uma festa vermelha no estádio de seu maior rival. Se isso se confirmar, o Grêmio mergulhará numa crise de proporções e consequências imprevisíveis, enquanto o Inter se encaminhará para, no mínimo, classificar-se para mais uma Libertadores.