quinta-feira, 31 de julho de 2014

Opção clara

A revista "Carta Capital", em editorial, manifestou claramente a sua posição sobre o pleito presidencial de outubro: apóia a reeleição de Dilma Rousseff. O texto é claro, preciso e apresenta os argumentos da revista para adotar essa escolha. Num posicionamento lúcido e crítico, "Carta Capital" reconhece problemas no governo do PT, como sua associação com o PMDB e o excessivo número de ministérios, mas entende que ele ainda é a melhor opção em termos de políticas sociais. A revista respeita as trajetórias de Aécio Neves e Eduardo Campos, os principais oponentes de Dilma na eleição, mas considera que, caso eleitos, mesmo que não o desejassem, estariam a reboque da imprensa conservadora e de uma elite predatória, e que isso teria um custo muito alto para o país. Essa opção clara por uma candidatura, por parte de uma publicação, não é comum na imprensa, mas é altamente elogiável. Uma postura muito diferente da adotada pela revista "Veja", por exemplo, que, em seu antipetismo fóbico, abraça qualquer hipótese de derrotar o atual governo, mas não assume o apoio a uma candidatura específica. A posição adotada por "Carta Capital" nada tem de condenável. A imprensa não tem de se esconder sob uma capa de pretensa neutralidade, até porque ela é impraticável. Cabe, isso sim, justificar o porquê da sua opção, o que "Carta Capital" fez exemplarmente. A substituição do atual governo por candidatos apoiados pela direita retrógrada teria um custo social imenso. Por mais defeitos que possua, o governo da presidente Dilma deu sequência aos grandes avanços sociais da administração de seu antecessor, Luís Inácio Lula da Silva, e ainda representa a melhor opção para o país.