sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Soberania

A Venezuela está prestes a sofrer uma intervenção do "xerife do mundo", que é o papel que os Estados Unidos se autoatribuem. Ávidos por colocarem as mãos nas enormes reservas de petróleo da Venezuela, os americanos apelam para a comoção popular diante das precariedades enfrentadas pelos habitantes daquele país como meio de obter apoio para suas pérfidas intenções. Ninguém desconhece os problemas vividos pela população da Venezuela. No entanto, isso não dá o direito a nenhum país, seja qual for, de intervir em seus assuntos internos. Caso se configurasse a necessidade de uma intervenção de qualquer natureza, ela teria de ser proposta e liderada pela ONU, não por um país em particular. Aliás, convém lembrar que quando os Estados Unidos invadiram o Iraque e depuseram o seu presidente, Saddam Hussein, o fizeram a revelia da ONU. O motivo alegado para a invasão, a existência de armas químicas secretas no Iraque, era falso. Tanto num caso como no outro, não há qualquer motivação humanitária por trás das intenções americanas, apenas a cobiça pelas reservas de petróleo alheias. Porém, independentemente das motivações de uma possível intervenção dos Estados Unidos na Venezuela, ela seria um acinte aos mais basilares princípios democráticos. As questões internas da Venezuela devem ser decididas pelos seus habitantes. A soberania da Venezuela, bem como a de qualquer outro país, não pode ser violada.