quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Reação infrutífera

O Inter perdeu por 3 x 2 para o Palmeiras, hoje, no Allianz Parque, pelas quartas de final da Copa do Brasil. Depois de sair perdendo por 2 x 0, o Inter alcançou o empate, resultado que lhe classificaria para as semifinais da competição. Porém, a notável reação foi infrutífera, já que um minuto após o placar chegar ao 2 x 2, o Palmeiras fez o gol da vitória. Mesmo com a derrota, que em verdade era esperada por quase todos, o Inter teve notícias boas durante o jogo. Anderson fez uma boa partida e até marcou um gol. O time mostrou disposição para a luta e não se abateu quando o Palmeiras fez 2 x 0. A derrota digna poderá fazer com que o time ganhe mais confiança para buscar o objetivo que ainda lhe resta no ano, ou seja, alcançar a classificação para a Libertadores pela via do Campeonato Brasileiro. No entanto, a probabilidade disso acontecer é pequena. Para o Inter, ao que tudo indica, já é hora do planejamento para 2016.

Nova frustração

O Grêmio empatou em 1 x 1 com o Fluminense, hoje, na Arena,  pelas quartas de final da Copa do Brasil. Como o primeiro jogo, no Maracanã, terminou com um empate em 0 x 0, o Grêmio foi eliminado da competição, pelo saldo qualificado. Com isso, o Grêmio soma uma nova frustração a um rol que parece interminável. Em junho de 2016, o Grêmio completará 15 anos sem ganhar um título de expressão. No jogo de hoje, a exemplo do que havia ocorrido na derrota para o São Paulo, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro, o Grêmio foi neutralizado pelo Fluminense, que se impôs taticamente e anulou seus jogadores de criação. Giuliano não repetiu sua grande atuação contra o Avaí, Douglas esteve muito apagado, e Luan foi um dos piores jogadores em campo. Afora isso, Pedro Rocha, cuja volta ao time era defendida por muitos, teve um desempenho muito pálido. Fernandinho e Máxi Rodriguez, que entraram durante o jogo, deram uma outra dinâmica para o time e, no caso do uruguaio, ele poderia ter sido colocado no time bem antes. Agora, resta ao Grêmio, até o final do ano, se dedicar ao Brasileirão, onde já quase garantiu a classificação para a Libertadores. No entanto, o título está muito difícil e, assim, o torcedor terá de continuar enfrentando um jejum que se prolonga de forma exasperante.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

A hediondez do racismo

O racismo é uma hediondez, uma demonstração do quanto o ser humano pode ser baixo e vil. Em qualquer lugar onde se manifeste, é intolerável. Porém, num país mestiço como o Brasil, o comportamento racista é, também, patético. Mais espantoso, ainda, é quando ele se manifesta na Bahia, um Estado de uma população negra tão numerosa. Na noite de hoje, num shopping center de Salvador, uma mulher saiu escoltada por policiais militares, enquanto pessoas gritavam "racista", dirigindo-se a ela. A mulher havia se negado a ser atendida por um funcionário negro, em uma loja, e os dois chegaram a ter uma discussão. Como é possível algo assim, ainda, nos dias de hoje? Por que essa postura discriminatória continua tão arraigada em alguns setores da sociedade? Por mais que se faça na tentativa de combatê-lo, o racismo persiste na sociedade brasileira. O pior é que essa mulher, cujo nome não foi divulgado pela imprensa, não deverá sofre nenhuma punição pelo seu ato repugnante. No máximo, em caso de condenação, provavelmente, teria de doar cestas básicas para instituições carentes, ou prestar serviços comunitários. O Brasil continua a propagar a ideia de que é um país de um povo acolhedor e sem preconceitos, e, enquanto isso, o racismo continua a corroer as sua entranhas. O país precisa deflagrar uma cruzada contra o racismo. Essa chaga social não pode persistir.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A rescisão de Ronaldinho

Foi anunciada, hoje, a rescisão do contrato de Ronaldinho com o Fluminense. Conforme o clube, houve um acordo amigável entre as partes. A passagem de Ronaldinho pelo Fluminense durou apenas três meses, período no qual jogou nove partidas e não marcou nenhum gol. O entusiasmo inicial dos torcedores por sua contratação logo se dissipou. Na nota em que comunica o desligamento do jogador, o Fluminense disse que os objetivos da contratação, como o retorno de marketing, aumento de arrecadação em bilheteria, na venda de camisas do clube, e no número de sócios, foram alcançados, mas é claro que se tratou de uma iniciativa fracassada. Na verdade, Ronaldinho deixou de ser um jogador, na acepção da palavra, há algum tempo. Aos 35 anos, e com sua vida financeira resolvida, poderia se aposentar, e se dedicar inteiramente aos prazeres mundanos que tanto aprecia. No entanto, Ronaldinho se deixa conduzir por seu irmão e empresário, Assis, que, ganancioso e de olho em polpudos contratos, pretende esticar sua carreira o máximo possível. Para um jogador que, por duas vezes, recebeu o prêmio de melhor do mundo, é um final de carreira melancólico. Como tantos outros grandes jogadores, Ronaldinho não está sabendo o momento de parar.

domingo, 27 de setembro de 2015

Realidade sombria

O Inter perdeu por 3 x 1 para o Santos, de virada, na Vila Belmiro, hoje, pelo Campeonato Brasileiro. Mesmo saindo na frente no placar, o Inter não teve forças para sustentar o resultado, e acabou colhendo uma derrota que era esperada por quase todos. Mesmo que isso não tenha sido declarado oficialmente, ficou claro que o Inter priorizou a Copa do Brasil, em detrimento do Brasileirão, pois apenas quatro titulares entraram em campo hoje. Assim, o que já era naturalmente difícil, obter uma vitória contra o Santos na casa do adversário, se tornou, praticamente, inviável. Valdívia foi incansável na tentativa de levar o Inter a um resultado melhor. Afora marcar o gol do time, numa cobrança de pênalti, foi dele a única outra chance do Inter em toda a partida. Porém, um só jogador, por melhor e esforçado que seja, não pode levar um time inteiro nas costas. Não houve margem para contestações. Até o vice-presidente de futebol do Inter, Carlos Pellegrini, admitiu que a vitória do Santos foi justa. O clube vive uma realidade sombria, e, agora, buscará reunir todas as suas forças para tentar se classificar para as semifinais da Copa do Brasil, jogando contra o Palmeiras, quarta-feira, no Allianz Parque. Depois do que se observou no primeiro jogo, no Beira-Rio, é pouco provável que o Inter obtenha êxito na sua intenção, mas só lhe resta lutar até as últimas forças para tentar alcançá-la, pois, caso contrário, nada mais lhe restará para almejar até o final de 2015.

sábado, 26 de setembro de 2015

Sem espaço para a surpresa

O Grêmio venceu o Avaí por 3 x 1, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Foi um jogo sem espaço para a surpresa. O Grêmio precisava ganhar, e cumpriu com o seu dever. Afinal, jogava em casa, e o seu adversário luta, apenas, para não ser rebaixado. Douglas foi poupado, e, na sua ausência, o Grêmio procurou compensar a falta de um armador fazendo uma intensa movimentação do meio para a frente. Deu certo, e o Grêmio abriu 2 x 0 no placar ainda cedo, com dois gols de Giuliano. Logo após o segundo gol, o Grêmio arrefeceu o seu ímpeto, e o Avaí tomou a providência de fazer uma marcação alta. Os dois fatores combinados fizeram com que o Avaí pressionasse o Grêmio, gerando insatisfação no técnico Róger Machado. O primeiro tempo, no entanto, terminou sem que mais gols fossem marcados. Na volta do intervalo, o panorama não se alterou, e o Avaí conseguiu marcar o seu gol, com André Lima. Porém, antes que o Avaí pudesse empatar e complicar o jogo, Máxi Rodriguez, que havia entrado um pouco antes, marcou um golaço, e resolveu a partida. Agora, o Grêmio terá o domingo para secar Corinthians e Atlético Mineiro, visando uma diminuição da diferença de pontos em relação a eles. A conquista do título do Brasileirão está difícil, mas não é impossível. Mesmo que alguns não gostem, o Grêmio tem todo o direito de continuar sonhando.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Negócio fechado

Depois de muitas reuniões, que se arrastaram por meses, a compra da Arena pelo Grêmio é um negócio que está fechado. O anúncio oficial deverá ocorrer nos próximos dias, mas o desfecho se deu hoje, não há mais volta..Os torcedores do Grêmio não terão mais de suportar os rivais dizerem que o clube "não tem estádio", embora, é claro, isso seja puro despeito de quem inveja a Arena, com toda a sua beleza e estrutura. Na verdade, a Arena sempre foi do Grêmio, na medida em que ela existe para que o clube ali realize os seus jogos. Porém, o que mudará substancialmente será a arrecadação de receitas. A partir do momento em que se tornar, efetivamente, o proprietário da Arena, o Grêmio ficará com a renda dos jogos para si, o que não ocorre hoje. Afora isso, uma nova e agressiva campanha para a captação de associados será lançada, já que o torcedor se sentirá muito mais animado com a nova realidade. O Grêmio pagará à OAS pela compra do estádio em condições muito favoráveis. Um novo tempo se anuncia no horizonte do Grêmio. As perspectivas para o futuro imediato do clube começam a se tornar muito promissoras. Depois de longos anos de frustrações, o torcedor do Grêmio, enfim, é brindado com bons resultados em campo, e com notícias estimulantes fora dele.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

O cerne da questão

Diante da crise econômica que o Brasil atravessa, os arautos da "sociedade de mercado" voltam  a colocar as suas manguinhas de fora, e a defender que a solução paras todos os males do país é o estado mínimo. Conforme eles, é preciso diminuir a "máquina estatal", cortar despesas públicas, não gastar mais do que se arrecada, realizar "reformas estruturais". Para esses estadocidas e demofóbicos, todos os males econômicos brasileiros tem origem no "excesso de gastos públicos". Por entenderem que não existe "almoço grátis", querem reduzir a lógica da ação do Estado à de uma empresa privada. Aí é que está o cerne da questão que envolve esse embate ideológico. Os neoliberais não aceitam a vinculação de receitas a despesas, ou seja, que haja uma porcentagem determinada de recursos do orçamento destinada para áreas como saúde, educação e segurança. No seu entendimento, os gastos não podem ser obrigatórios, tem de estar condicionados aos recursos existentes. Esse princípio, no entanto, é muito lógico se aplicado numa empresa, não num governo, por um aspecto que faz toda a diferença. Na iniciativa privada, visa-se, prioritariamente, o lucro. Se ele não estiver sendo alcançado, o empresário toma uma série de medidas, incluindo a demissão de pessoal, com todas as suas cruéis consequências, para que ele seja obtido. Afinal, quem abre qualquer empreendimento busca obter a prosperidade material. Com os governos não é assim. Eles não tem a obrigação de fechar suas contas no azul. Suas elevados deveres para com a população impedem que neles se aplique a lógica privatista. A saúde, a educação, a segurança, a previdência social, são deveres inalienáveis do Estado para com o povo. O Estado mínimo é um crime que se pratica contra os mais frágeis para que se perpetuem os privilégios dos poderosos. Estado e lucro são como água e azeite, imiscíveis.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Empate amargo

O Inter empatou em 1 x 1 com o Palmeiras, hoje, no Beira-Rio, pelas quartas de final da Copa do Brasil. Foi um empate de sabor amargo para o Inter, pois como decidirá a classificação fora de casa, era essencial vencer em seu estádio, e não ser vazado, devido ao saldo qualificado que dá valor dobrado aos gols marcados pelos visitantes. Porém, o resultado até saiu barato para o Inter. O Palmeiras jogou melhor a partida inteira, e poderia ter saído na frente no placar, se Alisson não tivesse defendido um pênalti cobrado por Lucas Barrios. O mesmo jogador perdeu um gol feito quando estava sozinho diante de Alisson. Foi o Inter que abriu o placar, com um chute de fora da área de Alex, uma das especialidades desse jogador. Porém, seria muito injusto o Palmeiras sair derrotado de campo, depois de ter sido superior ao Inter durante todo o jogo. Rafael Marques, que entrou no segundo tempo, marcou o gol de empate, restituindo um mínimo de justiça à partida. A torcida do Inter, frustrada, vaiou o time após o término do jogo. O Palmeiras conseguiu carregar uma boa vantagem para o segundo jogo, no Allianz Parque. Diante do que jogou hoje, e por decidir em casa, o Palmeiras tem tudo para seguir adiante na competição.

Bom resultado

O Grêmio empatou em 0 x 0 com o Fluminense, hoje, no Maracanã, pelas quartas de final da Copa do Brasil. Não foi um jogo de boa qualidade. Os dois times mostraram pouco poder ofensivo, e a partida teve pouca emoção. Bobô saiu jogando, mas teve uma atuação discreta. Douglas e Luan, de bons desempenhos nos últimos jogos, estiveram apagados. Fernandinho, que dessa vez entrou como arma de segundo tempo, não conseguiu dar uma contribuição mais efetiva. O Fluminense, pressionado pelos maus resultados em sequência, e jogando para um Maracanã com pouco público, não encontrou forças para alcançar uma vitória. Para o Grêmio, foi um bom resultado, mesmo que qualquer empate com gols no segundo jogo classifique o Fluminense. Afinal, o Grêmio decidirá em casa, e, ao contrário do que aconteceu hoje, a Arena deverá receber um grande público. Uma vitória, é claro, seria bem melhor, mas a classificação do Grêmio para as semifinais ficou bem encaminhada.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Feito extraordinário

Fazer cinco gols num jogo já é, por si só, um fato digno de nota. O que dizer então, de marcá-los num espaço de apenas nove minutos? Foi o que aconteceu, hoje, com o atacante Lewandowski, do Bayern de Munique, na goleada de 5 x 1, sobre o Wolfsburg, na Allianz Arena, pelo Campeonato Alemão. Lewandowski começou o jogo no banco de reservas. O primeiro tempo terminou com a vitória parcial  do Wolfsburg  por 1 x 0. Na volta do intervalo, Lewandowski entrou no time, em substituição a Thiago Alcântara. Foi aí que começou uma façanha das maiores na história do futebol. Entre os 5 e os 14 minutos do segundo tempo, Lewandowski marcou cinco gols, e só não o fez o sexto porque um jogador do Wolfsburg salvou a bola em cima da linha. O feito extraordinário de Lewandowski é ainda mais significativo por ter sido sobre um adversário de boa expressão, que é o atual vice-campeão alemão, e que ganhava o jogo até a sua entrada em campo. Lewandowski não é um craque, mas o que ele fez hoje coloca o seu nome de forma destacada na história do mais popular dos esportes.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Retrocesso

A grande ameaça que paira sobre o Brasil, no momento, é a de um retrocesso político e institucional. Movidos por um ódio irracional, políticos mal intencionados insuflam os incautos com a ideia do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Por não assimilarem uma derrota legítima nas urnas, querem interromper um mandato de quatro anos antes que complete o primeiro. O mais incrível é que essas ideias prosseguem mesmo que orgãos representativos da imprensa do exterior, como o jornal "The New York Times", por exemplo, destaquem que não existe nenhuma razão concreta para o impeachment de Dilma Rousseff, e que uma continuidade democrática de 30 anos não deve ser quebrada. Os que se deixam levar pelas insidiosas campanhas para derrubar Dilma Rousseff não devem ter parado para pensar no que aconteceria caso sua pretensão se concretizasse. Acaso imaginam que bastaria a troca de governo para que todos os problemas do país se resolvessem de imediato? Não é possível que tenham uma visão tão ingênua da realidade. Os que postulam a ideia de chegar ao poder pela via do golpe deveriam refletir que nada poderia ser pior do que ter que corresponder à expectativa de resolver problemas de forma mágica. Obviamente, isso não seria alcançado, o que geraria enorme frustração social, com consequências danosas. Para aqueles que acham que basta tirar Dilma Rousseff e o PT do poder que tudo se resolverá, há um exemplo concreto e prático do que ocorreria se o governo, repentinamente, trocasse de mãos. Observe-se o que acontece no Rio Grande do Sul. Levado pelo mesmo tipo de campanha antipetista feita no plano federal, o eleitor colocou no cargo de governador um defensor das ideias neoliberais de "austeridade". O panorama resultante dessa escolha, em menos de um ano de governo, é simplesmente caótico. Funcionários públicos com salários parcelados, educação e saúde sucateadas, falta de segurança absoluta, com a população indefesa diante da criminalidade. Um dia, as pessoas irão perceber que a direita não é a solução para nenhum problema. Afinal, ela, em si, é o problema. Essas afirmações não são minhas, nem inéditas, você já deve tê-las visto anteriormente. Pois, então, acredite, não são frases de efeito, de mero exercício retórico. Constituem uma grande verdade. O que o Brasil precisa é de continuidade democrática e solidez institucional. Como expressa o ditado, no andar da carruagem, as melancias se acomodam. Mudar as regras com o jogo andando, como o  Brasil já fez tantas vezes no passado, é próprio de uma república das bananas. O Brasil não cabe mais nesse figurino.

domingo, 20 de setembro de 2015

Alternâncias

A cada rodada do Campeonato Brasileiro, ocorrem alternâncias na tabela. Os que acham que a vitória de Corinthians, hoje, sobre o Santos, definiu o ganhador do título se esquecem de que, na rodada anterior, ele foi derrotado pelo Inter. Assim, o fato de um clube alargar uma vantagem hoje pouco significa, pois ela poderá encolher logo adiante. Claro que, à medida em que o número de jogos a serem realizados diminui, uma reversão fica mais difícil, mas o título do Brasileirão ainda está em aberto. A vantagem atual do Corinthians em relação ao Atlético Mineiro, de cinco pontos, é confortável, mas não definitiva. O Grêmio, cuja desvantagem para o clube mineiro aumentou para quatro pontos, também não deve jogar a toalha. Convém lembrar que o Corinthians ainda irá jogar em Belo Horizonte centra o Atlético Mineiro, que, por sua vez, terá de enfrentar o Grêmio na Arena. Caso os mandantes desses jogos façam prevalecer o seu favoritismo, e dependendo do que vier a acontecer nas outras partidas que farão, o campeonato ainda ficará mais embolado, e a definição do título se dará por uma pequena margem de pontos. Por outro lado, os tropeços de Flamengo e São Paulo nas duas últimas rodadas, dão a entender que a única posição da zona de classificação para a Libertadores ainda em disputa é a quarta, atualmente ocupada pelo Palmeiras. Pela distância que abriram dos demais, Corinthians, Atlético Mineiro e Grêmio deverão apenas brigar entre si para definir suas colocações, mas serão os três primeiros na classificação final.

sábado, 19 de setembro de 2015

A euforia durou pouco

O Inter empatou em 1 x 1 com o Figueirense, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. Depois da vitória sobre o Corinthians, quebrando uma invencibilidade de 17 jogos do adversário, clube e torcida foram tomados por um grande entusiasmo. Havia quem já imaginasse uma entrada na zona de classificação para a Libertadores. A euforia, no entanto, durou pouco. Apenas três dias. Ao não passar de um empate com o modesto Figueirense, integrante da zona de rebaixamento do Brasileirão e que veio para o jogo com um técnico interino, o Inter voltou para a realidade. Como as opiniões flutuam de acordo com os resultados, cronistas que previam um futuro imediato promissor para o Inter, teceram comentários carregados de desalento após o tropeço de hoje, e distribuíram críticas ao técnico Argel Fucks, até então elogiado. Agora, as chances do Inter na competição se reduziram bastante, o que deverá levar o clube a priorizar a Copa do Brasil. Porém, caso não tenha êxito nessa disputa, restará ao Inter um final de ano antecipado e melancólico. Fora do reino encantado do Gauchão, tudo é mais difícil.

Teimosia imperdoável

O Grêmio perdeu por 3 x 2 para o Palmeiras, hoje, no Pacaembu, pelo Campeonato Brasileiro. O time estava muito desfalcado, e alguns jogadores, como Bressan e Erazo, tiveram atuações muito ruins, mas, ainda assim, o Grêmio poderia ter tido melhor sorte no jogo, não fosse por um detalhe essencial. Esse fator decisivo para a derrota foi a teimosia imperdoável do técnico Róger Machado de continuar escalando o goleiro Tiago, de atuações comprometedoras em quase todos os jogos de que participa. Hoje, não foi diferente.Eram apenas seis minutos do primeiro tempo e Tiago, numa saída de gol desastrada, já concedia o primeiro gol para o Palmeiras. Um gol tão cedo compromete o trabalho do time em campo, e tem um peso enorme no resultado final. Não há atenuantes para a falha de Tiago, ele foi o único culpado no lance. Afora isso, não é a primeira vez que Tiago comete uma falha desse tipo, pelo contrário, elas tem sido recorrentes. Contra o Sport, na Arena, por exemplo, jogo que o Grêmio vencia por 1 x 0, Tiago, em outra saída de gol ridícula, entregou o gol de empate para o adversário, determinando a perda de pontos preciosos. As falhas de Tiago já subtraíram muitos pontos do Grêmio. Não fossem elas e, talvez, o Grêmio pudesse, até mesmo, estar na liderança do Brasileirão. Mesmo diante de tantas evidências, o técnico do Grêmio insiste em escalá-lo. Está na hora do departamento de futebol cobrá-lo por essa atitude incompreensível. Bruno Grassi, relegado à condição de terceiro goleiro, é mais maduro e melhor tecnicamente que Tiago. Na ausência de Marcelo Grohe, titular indiscutível, ele é que deve ser o goleiro escolhido. Ao insistir com a preferência por Tiago, mesmo com todas as demonstrações de que ele prejudica o time, Róger Machado fere os interesses do Grêmio e sabota o seu próprio trabalho, mostrando que, embora seja um técnico talentoso, ainda é um tanto imaturo.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Um canalha de toga

O Supremo Tribunal Federal, mais alta corte da Justiça brasileira, deveria ter em seus 11 ministros figuras que, afora o notável saber jurídico, possuíssem um caráter acima de qualquer suspeita. Lamentavelmente, não é assim. Na composição atual da corte há, pelo menos, um homem dos mais desprezíveis, um canalha de toga. Seu nome é Gilmar Mendes, e sua indicação ao cargo foi feita pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Suas opiniões e decisões tem um nítido viés demofóbico. Elitista, vota contra os interesses das categorias profissionais. Foi o responsável pela extinção da obrigatoriedade de diploma universitário para o exercício da profissão de jornalista, uma velha aspiração dos proprietários de veículos de comunicação. Na sua justificativa de voto, comparou os jornalistas aos cozinheiros. Os grandes plutocratas brasileiros sempre tiveram nele um fiel aliado. Gilmar Mendes procura blindar empresários e especuladores do mercado financeiro de qualquer condenação no tribunal. Ultimamente, especializou-se em atacar o PT e o governo federal. Em palestras e entrevistas, despeja seu ódio contra o partido. Em seu mais recente ataque verbal, acusou o PT de ter implantado uma cleptocracia no governo. Fez também ataques à Ordem dos Advogados do Brasil, que definiu como uma instituição que perdeu expressão e adotou uma feição sindicalista. Curiosamente, esse "paladino da moralidade" votou a favor das doações empresariais para campanhas políticas, que, em boa hora, foram proibidas pelo Supremo Tribunal Federal. Os excessos verbais de Gilmar Mendes não podem continuar impunemente. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que o partido já pensa em acioná-lo judicialmente. Faz muito bem. A liberdade de expressão assegurada pela Constituição não implica no direito de se atacar levianamente partidos e instituições levado pelo ódio político. A presença de Gilmar Mendes entre os membros do orgão máximo da Justiça brasileira é uma ameaça à democracia.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Galerias vazias

Nada poderia ser mais emblemático em relação ao atual governo do Rio Grande do Sul do que o deprimente espetáculo da tarde de ontem. Com as galerias da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a casa do povo, mantidas vazias pelas forças policiais, a base aliada do pior governo do Estado de todos os tempos aprovou uma série de medidas que ferem os interesses dos servidores e dos cidadãos. Nessa atitude ficou explicitado que o atual governo, de figurino abertamente neoliberal, despreza os servidores e o povo do Rio Grande do Sul, encarando-os como inimigos. Uma das medidas aprovadas ontem foi a de limitar as aposentadorias e pensões dos novos servidores públicos estaduais ao valor da Previdência paga pela União. O projeto cria a Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público do Estado do Rio Grande do Sul, a RS-Prev. O governo do Estado, com essa e outras iniciativas, adota o modelo defendido pela direita de que para bem administrar é preciso tomar decisões impopulares. Mais adiante, serão votadas a extinção de fundações de grande valor para a sociedade e a privatização de empresas estatais. Com um governo demofóbico, aliado aos interesses do grande capital, o Rio Grande do Sul ainda terá muito o que penar nos próximos três anos. Um filme de terror que deve servir de alerta para a maioria dos eleitores que, deixando-se levar por uma imprensa facciosa e um marketing engenhoso de campanha, compraram gato por lebre e escolheram José Ivo Sartori, um homem bronco e inepto, para governador.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Virada surpreendente

O Inter venceu o Corinthians por 2 x 1, de virada, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. Foi uma virada surpreendente, pois o Corinthians, invicto há 17 jogos, estava completo, e ostentava a condição de favorito. O Corinthians saiu na frente no placar, o que confirmava as previsões, mas cedeu o empate logo a seguir. No segundo tempo, numa conexão entre e time e torcida, ambos motivadíssimos, o Inter obteve a vitória. Mesmo com um público que ocupou menos da metade da capacidade do estádio, o que não faltou foi empolgação. Perseguindo a vitória obstinadamente, o Inter conseguiu alcançá-la. O resultado melhora as chances do Inter de ainda buscar uma perspectiva melhor na competição. O efeito colateral da vitória, no entanto, não deve ter agradado muito aos torcedores do Inter, pois ela beneficiou o Grêmio na busca pelo título. Porém, o mais importante foi que o Inter manteve o seu direito de sonhar com uma situação melhor na disputa. Não é pouco.

Vitória fundamental

O Grêmio venceu o Atlético Paranaense por 2 x 1, hoje, no Couto Pereira, pelo Campeonato Brasileiro. Foi uma vitória fundamental para o clube no Brasileirão, pois era preciso uma reação imediata após a derrota para o São Paulo, na Arena. Não fossem os últimos minutos de jogo, se poderia dizer que foi uma partida tranquila para o Grêmio. O time teve o controle do jogo durante quase todo o tempo, e até poderia ter ampliado o placar, mas sofreu um gol aos 31 minutos do segundo tempo, numa falha da defesa e do goleiro Tiago, que a cada partida confirma sua insuficiência técnica para vestir a camisa do Grêmio. Com isso, o Atlético Paranaense começou a pressionar em busca do empate, transformando o final do jogo num teste para os nervos dos torcedores do Grêmio. O resultado, no entanto, foi mantido, e, combinado com as derrotas de Corinthians e Atlético Mineiro, deixam o Grêmio cada vez mais vivo na luta pelo título. Luan, que esteve muito apagado contra o São Paulo, foi o grande nome do Grêmio no jogo. Edinho recebeu o terceiro cartão amarelo, e não jogará contra o Palmeiras, sábado, no Allianz Parque, o que faz da volta de Maicon uma necessidade, pois não há outras alternativas qualificadas para a posição. Marcelo Grohe, que sentiu uma lesão durante o jogo e precisou sair, é outro que precisa se recuperar a tempo para a partida contra o Palmeiras. Não haveria maior problema na sua ausência se o técnico do Grêmio, Róger Machado, escalasse Bruno Grassi como seu substituto. Porém, Róger insiste em prestigiar Tiago, que transforma todos os jogos de que participa em filmes de terror para o torcedor. Seja como for, a rodada foi muito benéfica para o Grêmio, e isso é o que importa.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Decisão absurda

O governo do Japão está pedindo às universidades do país para que cancelem cursos nas áreas de ciências humanas e se voltem para outras que atendam às necessidades da sociedade. Confesso que nunca pensei que tomaria conhecimento de uma decisão absurda como essa. Ainda mais vinda de um país com o nível civilizatório do Japão. O que pretende o governo do Japão? Uma sociedade de tecnocratas? Eis uma medida que terá de ser melhor explicada. A formação em ciências exatas e nas áreas técnicas é indispensável para qualquer país, é claro, mas a vida não se esgota nas atividades práticas, na mera execução de atividades. Os humanos são seres pensantes, e essa é a característica que os torna singulares na natureza. A análise e compreensão da realidade que os cerca é uma tarefa fundamental. Seres humanos não são robôs, que agem de forma mecanizada. Refletir, questionar, denunciar, protestar, são atitudes decorrentes do esforço intelectual propiciado pelas ciências humanas. O pedido do governo do Japão é um incentivo ao obscurantismo absolutamente incompreensível. Ainda bem que muitas universidades já revelaram que não pretendem atender à solicitação. Espero que, dentro de pouco tempo, essa notícia tenha se tornado apenas mais uma bizarrice originada por governos, sem nenhuma consequência prática.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

No caminho do Oscar

O Brasil tem uma produção cinematográfica quantitativamente expressiva, mas poucos são os filmes que conseguem alcançar relevância internacional. O filme "Que horas ela volta"?, atualmente em cartaz, atingiu essa condição, e já foi escolhido para ser o concorrente brasileiro a uma possível indicação para a categoria de melhor filme estrangeiro na próxima edição do Oscar. A acolhida da crítica, em vários veículos de comunicação do exterior, tem sido muito positiva para "Que horas ela volta", que foi muito bem recebido nos festivais de cinema dos quais participou. A atuação de Regina Casé como Val, a protagonista do filme tem sido muito elogiada. A boa repercussão do filme é merecida, pois é uma obra de roteiro simples e objetivo, que enfoca situações típicas das relações entre patrões e empregados no Brasil, em nível doméstico. O apartheid social brasileiro, a separação entre "casa grande" e "senzala", persiste em pleno século 21 e o filme demonstra isso muito bem ao mostrar a história de Val, uma empregada doméstica de origem nordestina que mora no emprego, numa mansão no refinado bairro do Morumbi, em São Paulo. Val dedica-se intensamente à família dos patrões, mas ocupa, na residência, um quartinho minúsculo e abafado, com a janela voltada para uma parede. A chegada de sua filha, que não via há dez anos, com o propósito de fazer vestibular, leva Val a repensar a sua vida. Uma história comum a muitos nordestinos que migraram para São Paulo em busca de uma vida melhor, e que permanece atual, num país no qual a segregação social resiste ao tempo. Um filme que merece ser visto, e que já está no caminho do Oscar. Tomara que consiga ficar entre os cinco filmes estrangeiros que concorrerão ao prêmio da categoria.

domingo, 13 de setembro de 2015

Limitações

O Grêmio perdeu por 2 x 1 para o São Paulo, hoje à tarde, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Foi a primeira derrota do Grêmio jogando em casa no Brasileirão, e não poderia ter vindo em pior hora. A distância para o líder Corinthians e o segundo colocado Atlético Mineiro aumentou para nove e quatro pontos, respectivamente. Não há reparo a se fazer à vitória do São Paulo, que foi justa. O que o resultado demonstrou é que, por vezes, não é possível superar algumas limitações. A ausência de Geromel, por exemplo, não teve como ser compensada. Rafael Thyére teve uma atuação muito fraca, e, para piorar, o outro zagueiro, Erazo, também não esteve nada bem. Galhardo falhou nos dois gols do São Paulo. O coletivo, como um todo, não funcionou bem, o que ocasionou vários fracassos individuais. Giuliano e Douglas tiveram atuações modestíssimas, e Luan tornou a ser irritante com seus erros de passes e ausência de objetividade. O São Paulo soube neutralizar os principais jogadores do Grêmio e foi superior durante toda a partida. Afora o distanciamento em relação aos dois primeiros colocados, o Grêmio viu encurtar a diferença para os clubes que estão logo abaixo na tabela. O Flamengo e o próprio São Paulo ficaram apenas quatro pontos atrás do Grêmio. Para agravar ainda mais esse quadro, no meio de semana, enquanto o Flamengo enfrentará o Coritiba no Maracanã, e o São Paulo terá por oponente a Chapecoense, no Morumbi, partidas relativamente tranquilas, o Grêmio irá jogar com o Atlético Paranaense, na Arena da Baixada, e no sábado enfrentará o Palmeiras, no Allianz Parque. Como se vê, a derrota de hoje colocou o Grêmio num momento crítico dentro da competição. O técnico Róger Machado, de trabalho tão merecidamente elogiado até agora, passará pela sua prova de fogo. O título, que já estava difícil, ficou ainda mais distante, e a classificação para a Libertadores, que parecia garantida, já se vê ameaçada. Roger Machado e seus jogadores terão, a partir de agora, o desafio de confirmar todo o bom trabalho realizado até aqui, e não permitir uma reversão de expectativa.

sábado, 12 de setembro de 2015

Apito amigo

O Inter venceu o Coritiba por 1 x 0, hoje, no Antônio Couto Pereira, pelo Campeonato Brasileiro. Foi um jogo de baixíssimo nível técnico, em que o Coritiba concluiu muito mais do que o Inter, mas saiu derrotado. O único gol do jogo, marcado por Vitinho, aconteceu aos 48 minutos do primeiro tempo, após uma terrível falha do sistema defensivo do Coritiba. Afora a imperícia dos jogadores do Coritiba nas conclusões ao gol, o "apito amigo" foi outro fator preponderante para o resultado. Como já é de costume ao longo de sua história, o Inter foi beneficiado por "erros" da arbitragem, que deixou de marcar dois pênaltis claros sobre Kléber Gladiador, um em cada tempo de jogo. Com duas vitórias em sequência, o Inter voltou para a primeira metade da tabela, e, agora se encontra em 9º lugar, o que, certamente, fará com que a "isenta" imprensa esportiva do Rio Grande do Sul projete a possibilidade de o clube ingressar na zona de classificação para a Libertadores. O futebol mostrado nos dois últimos jogos, no entanto, mesmo com a obtenção de vitórias, desautoriza tais devaneios.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Bom demais para ser verdade

A CBF pretende pedir autorização à Fifa para implantar a análise eletrônica de arbitragem, ou seja, a verificação, pelas imagens de vídeo, das marcações envolvendo lances capitais do jogo. Essa providência já era para ter sido tomada há anos. Chega a parecer bom demais para ser verdade. Não há justificativa para que se continue a conviver passivamente com tantos erros absurdos de arbitragem, que fraudam resultados de jogos e competições. Não faltam aqueles que colocam uma série de restrições à iniciativa, duvidando de sua operacionalidade, mas isso sempre ocorre diante de propostas revolucionárias. O primeiro passo está sendo dado, e, a partir dele, se poderá evoluir para a implantação da forma mais adequada possível desse recurso. Os ex-árbitros Arnaldo César Coelho, Renato Marsiglia e Leonardo Gaciba já se colocaram contra a ideia, citando uma série de pretensos problemas que a tornariam inviável. Essa postura não passa de uma reação corporativista, de quem deseja que os árbitros sejam plenipotenciários dentro de campo. O excesso de autonomia dos árbitros, no entanto, só interessa aos próprios, mas é um fator lesivo ao futebol. Particularmente, considero que não há nada mais ignóbil e aviltante no futebol do que os erros de arbitragem. A certeza da lisura quanto ao resultado é uma condição básica de qualquer competição. Com os modernos recursos de vídeo atualmente existentes, e com um grande número de câmeras utilizadas para a transmissão dos jogos, é injustificável que os lances capitais de uma partida não sejam submetidos à verificação eletrônica. Tomara que a ideia vá adiante, e que a Fifa, futuramente, venha a encampá-la, aplicando-a no mundo inteiro, o que tornaria o futebol um esporte com muito maior credibilidade quanto à correção dos seus resultados.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A solução de sempre

O Brasil e o Rio Grande do Sul vivem um momento de crise econômica..Embora tenham governantes de partidos e linhas ideológicas diferentes, ambas as administrações apresentam a mesma velha e surrada "solução" para o problema, ou seja, o aumento de impostos. No caso do governo federal, essa medida contraria o receituário econômico do PT, partido da presidente Dilma Rousseff. Porém, na ânsia de "acalmar o mercado", a presidente nomeou Joaquim Levy para ministro da Fazenda. Levy é um neoliberal convicto, e, portanto, suas proposições para resolver crises econômicas seguem a heterodoxia da direita. No Rio Grande do Sul, não há qualquer conflito de teor programático. O governador José Ivo Sartori é, sabidamente, um adepto do neoliberalismo, e, entre seus planos está, também, o da realização das execráveis privatizações. Como é de amplo conhecimento, o Brasil tem uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo. O brasileiro trabalha cinco meses do ano apenas para pagar impostos. O pior é que não há contrapartida para esses impostos escorchantes. Os serviços de saúde, segurança e educação, deveres dos governos, são, historicamente, de má qualidade. No caso específico do Rio Grande do Sul, a situação atual é revoltante. Como forma de coagir a Assembleia Legislativa a aprovar o seu abominável pacote de impostos, o governo resolveu promover o caos social. Os setores de saúde, educação e segurança foram deliberadamente sucateados, gerando o desespero na sociedade, na tentativa de forçar a aceitação de novos impostos para resolver o problema. No governo federal, o já referido ministro da Fazenda acenou com a possibilidade de aumentar as alíquotas do Imposto de Renda. Como se vê, a solução proposta pelos governos para a crise econômica é a mesma de sempre, isto é, avançar no bolso da já combalida classe média. Por que ninguém se propõe a combater a sonegação fiscal por parte de grandes empresas? Por que não se aprova a taxação das grandes fortunas e o imposto sobre heranças? A razão parece clara. Os governos não podem contrariar os interesses dos poderosos que lhes servem de financiadores de campanhas. Assim, cada vez que a crise se apresenta, a população é chamada a bancar uma conta que não fez.  Paga com o seu empobrecimento por crises pelas quais não tem responsabilidade.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Grande jogo

O Grêmio empatou em 1 x 1 com o Corinthians, hoje á noite, no Itaquerão, pelo Campeonato Brasileiro. Foi um grande jogo, que correspondeu à expectativa que se tinha sobre ele. Mesmo desfalcados de vários titulares, os dois times fizeram um jogo de grande intensidade e muita aplicação tática. Durante a partida, novas perdas ocorreram. Geromel, do Grêmio, e Guilherme Arana, do Corinthians, tiveram de sair de campo, por lesão, ainda no primeiro tempo. No caso de Geromel, quem entrou para substitui-lo foi Rafael Thyére, um garoto, que fez apenas sua segunda aparição no Brasileirão. Mesmo diante da imensa responsabilidade de entrar em meio a um jogo tão importante e tenso, ele não tremeu. Mais uma vez, o Grêmio teve uma grande atuação coletiva, que favoreceu a que alguns jogadores se destacassem individualmente. Bobô comprovou, novamente, o acerto de sua contratação, fazendo o gol do Grêmio e movimentando-se bem. Galhardo voltou a fazer uma partida de boa qualidade. Pedro Rocha foi um atacante perigoso, e teve duas boas chances para marcar gols. Marcelo Oliveira, depois de algumas más atuações, tornou a ter um bom desempenho, e deu o passe para o gol de Bobô. Os destaques negativos foram Bressan, um zagueiro atabalhoado e inseguro, e o goleiro Tiago, que, de novo, falhou numa saída de gol, o que resultou no empate do adversário. Analisando-se o jogo como um todo, o Grêmio foi melhor a maior parte do tempo. Mereceria vencer, mas o resultado não chegou a ser injusto. No gol do Corinthians, a dupla de zaga, e o goleiro Tiago falharam, e, com isso, o Grêmio manteve por muito pouco tempo a sua vitória parcial. Ganhar seria muito importante para o Grêmio, para que pudesse encurtar sua diferença de seis pontos a menos em relação ao Corinthians. Com o empate, ela se manteve. Porém, pior seria a derrota, que praticamente retiraria do Grêmio a chance de ser campeão. O título continua em aberto, nada está decidido.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

O baixo nível da oposição

Num regime democrático, uma oposição de alto nível é quase tão importante quanto um bom governo. Uma oposição séria e vigilante é a garantia de que o governo será devidamente cobrado para que cumpra adequadamente com os seus deveres. No Brasil, lamentavelmente, a atual oposição é de baixo nível. As forças que se opõem ao governo não tem propostas para o país. Sua preocupação maior parece ser a de encontrar meios para determinar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Articulações nesse sentido continuam sendo feitas no Congresso Nacional. Eminentes juristas, e até vozes menos raivosas da direita, já declararam que não há elementos que sustentem essa pretensão, mas isso não tem impedido que a ideia continue sendo acalentada por parlamentares. O pior de tudo é que, caso a intenção de derrubar a presidente se concretizasse, o Brasil não teria nenhuma melhora, pois a oposição, como já ocorre há muitos anos, não tem um projeto para o país. Seu propósito é meramente revanchista, por não ter assimilado uma derrota sofrida nas urnas. Como até mesmo o ultraconservador Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda do governo Sarney, reconheceu, as instituições brasileiras estão sólidas, a crise do Brasil é política, não estrutural, e não há, portanto, razão para o impeachment. Em vez de fomentar o ódio e estimular o golpismo, a oposição deveria buscar as causas de estar há tanto tempo fora do poder, e apresentar um candidato a presidente capaz de obter a preferência dos eleitores, tarefa na qual falhou nos quatro últimos pleitos. A superação de uma crise se dá com a colaboração de todas as forças políticas, tendo em vista os interesses maiores do país. Ao agir voltada apenas para ações mesquinhas e eleitoreiras, a oposição demonstra que continua tão desqualificada quanto antes, e que não constitui uma alternativa para o eleitorado.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

A polícia que mais mata no mundo

Conforme levantamento da Anistia Internacional, a polícia brasileira é a que mais mata no mundo. Dentre as vítimas dessa ação arbitrária, 80%´são pessoas negras, e predominantemente jovens. O mais espantoso é que esse padrão de comportamento policial é partilhado pelos Estados Unidos, tido por tantos como um referencial de país civilizado. Lá como aqui, a polícia abusa da violência, e o seu alvo principal, da mesma forma, são os negros. Na semana passada, em Porto Alegre, um caso deixou bem evidente esse tipo de situação. Um jovem de 18 anos foi morto a tiros pela Brigada Militar, no Morro de Santa Tereza, sob a alegação de que resistira à abordagem. Os moradores da região revoltaram-se, pois garantiram que o jovem foi morto pelas costas e não estava armado. Como represália à ação policial, dois ônibus e um lotação foram incendiados. Não faltou quem, na imprensa, tomasse a defesa dos policiais, e tratasse de vilipendiar a vítima. Mais tarde, provou-se que o jovem foi mesmo assassinado pelas costas. Muitos apoiam esse tipo de ação, pois acham que ela protege a sociedade de bandidos, mas, na verdade, isso nada mais é do que a apologia da barbárie. Nem vem ao caso saber se o jovem abatido pelos policiais era de uma conduta exemplar ou não. Crimes e delitos de qualquer natureza devem implicar em julgamentos, não em execuções. A escolha de negros e pobres como alvo preferencial da ação policial é uma iniquidade intolerável, que exibe de modo flagrante o quanto o Brasil é um país preconceituoso e racista. Não faltará quem se volte contra a Anistia Internacional, uma instituição notável, por não concordar com a defesa que ela faz dos direitos humanos. Para quem pensa assim, é preciso proteger as "pessoas de bem" da ação dos bandidos. Na verdade, com uma polícia tão violenta e assassina, a sociedade é que precisa se proteger dela.

domingo, 6 de setembro de 2015

Sofrimento

O Grêmio venceu o Goiás por 2  x 1, de virada, hoje à tarde, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Foi uma vitória marcada pelo sofrimento. O pênalti desperdiçado por Douglas aos 34 minutos do primeiro tempo, transformou o que deveria ser uma vitória tranquila num drama. Logo depois da cobrança desperdiçada, o Goiás, com um jogador a menos, pois Felipe Macedo fora expulso ao cometer o pênalti, abriu o placar, em mais uma das saídas de gol desastradas de Tiago. O primeiro tempo terminou com a derrota parcial do Grêmio. A virada viria no segundo tempo, mas ao custo de muito esforço. Douglas fez o gol de empate, redimindo-se, em parte do seu erro. O gol da vitória só viria aos 37 minutos, marcado por Éverton, que só jogou porque Fernandinho está machucado e Pedro Rocha cumpria suspensão. Não foi uma grande atuação do Grêmio, mas sobrou atitude ao time na busca da vitória. O resultado positivo, no entanto, não deve servir para encobrir alguns equívocos do técnico Róger Machado. Douglas é, há muito tempo, o batedor oficial de pênaltis do Grêmio, mas já havia errado três cobranças em 2015, motivo mais do que suficiente para que Róger Machado desse para outro jogador essa atribuição. Outra falha de Róger Machado é a insistência com o goleiro Tiago, que sai muito mal do gol. Contra o Sport, e no jogo de hoje, o Grêmio sofreu gols por culpa de saídas atabalhoadas de Tiago. Convicção não é sinônimo de teimosia. Está na hora de Róger Machado revisar algumas de suas escolhas. Elas podem custar pontos preciosos para o Grêmio. Porém, agora, o que importa é o jogo contra o Corinthians, no Itaquerão, na quarta-feira. Se vencer, o Grêmio aumentará muito as suas chances de ser campeão, e dará uma nova emoção ao Brasileirão. A tarefa é extremamente difícil, mas não é impossível, como já ficou provado na vitória por 2 x 0 sobre o Atlético Mineiro, em pleno Mineirão.

sábado, 5 de setembro de 2015

Rotina

O Inter perdeu por 2 x 0 para o São Paulo, hoje à noite, no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro. Com isso, prossegue em sua rotina de insucessos nos jogos fora de casa. Até agora, no Brasileirão, o Inter só venceu uma partida como visitante, contra o Joinville, quando seu técnico ainda era Diego Aguirre. O mais preocupante é que, no jogo de hoje, mesmo enfrentando um São Paulo desfalcadíssimo, o Inter foi uma presa fácil. No primeiro tempo, o Inter ainda conseguiu ter algumas chances de gol, mesmo que o São Paulo já tivesse sido superior. Porém, ao sofrer um gol no início do segundo tempo, o Inter não mostrou nenhum poder de reação, e foi inteiramente batido em campo, permitindo que o São Paulo ampliasse o placar para 2 x 0. Poucos jogadores se salvaram no Inter. A rigor, só Valdívia apresentou um futebol de muita aplicação e com algum acerto técnico. Muriel, mais uma vez, demonstrou que é um goleiro muito inferior ao seu irmão, Alisson. O chute que resultou no segundo gol, marcado por Michel Bastos, era defensável. Géferson, a cada jogo, deixa todos intrigados sobre os motivos que levaram o técnico Dunga a convocá-lo para a Seleção Brasileira. Eduardo Sasha foi apenas discreto, D'Alessandro dá a impressão de estar se encaminhando para ser um ex-jogador. Lisandro López, que havia marcado dois gols contra o Vasco, voltou a jogar mal. Por mais que muitos se esforcem em afirmar o contrário, o Inter é um turista na competição. Não tem chances de entrar na zona de classificação para a Libertadores, e seu risco de rebaixamento é pequeno. Resta-lhe, apenas, concentrar suas forças na Copa do Brasil, como última chance de terminar bem o ano.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Arbitragens desastrosas

A arbitragem dos jogos do Campeonato Brasileiro esteve entre os assuntos mais comentados da semana em todo o país. Não poderia ser diferente. As arbitragens da rodada do meio de semana foram, em grande parte dos jogos, desastrosas. Os erros cometidos nas partidas Corinthians x Fluminense, Goiás x Palmeiras, e Ponte Preta x Cruzeiro, influíram diretamente no resultado. Fluminense e Palmeiras tiveram gols injustamente anulados. A Ponte Preta teve um gol mal anulado e um pênalti não marcado. O maior beneficiário dos erros de arbitragem tem sido o Corinthians, que, em função disso, já abriu sete pontos de vantagem na liderança. Afora isso, o Corinthians ainda não teve nenhum pênalti marcado contra si. Por outro lado, o Atlético Mineiro, o mais próximo perseguidor do Corinthians na classificação, tem sofrido com constantes erros de arbitragem. Essa situação gera um desequilíbrio na disputa que faz com que muitos entendam que as cartas estão marcadas para que o Corinthians seja o campeão. Seja isso verdadeiro ou não, e independentemente do que ainda venha a acontecer, o técnico do Atlético Mineiro, Levir Culpi, tem razão quando diz que o Brasileirão de 2015 já está manchado pela arbitragem. Mais do que nunca, fica evidente que a solução para os problemas de arbitragem é a adoção dos recursos de imagem, como já ocorre em outros esportes. Enquanto isso não acontecer, e os árbitros tiverem um poder absoluto dentro de campo, as competições terão seus resultados turvados por erros da parte deles, e o futebol, cada vez mais, perderá credibilidade.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Vitória essencial

O Grêmio venceu o Figueirense por 2 x 0, hoje à noite, no Orlando Scarpelli, pelo Campeonato Brasileiro. Foi uma vitória essencial para as pretensões do Grêmio no Brasileirão. Os jogos de quarta-feira tiveram, em sua maioria, resultados muito favoráveis ao Grêmio, faltava, apenas, ele fazer a sua parte. Agora, o Grêmio está somente um ponto atrás do Atlético Mineiro, que é o segundo colocado. Em relação ao Corinthians, o líder da competição, a distância é maior, de oito pontos, mas poderá ser diminuída no fim de semana e no confronto direto da próxima quarta-feira. A presença do Grêmio na zona de classificação para a Libertadores se consolida cada vez mais, e ainda há a Copa do Brasil como grande possibilidade de conquista de título. No jogo de hoje, o grande destaque foi Bobô, uma aposta pessoal do técnico Róger Machado, que fez o primeiro gol e deu o passe para Pedro Rocha marcar o segundo. O resultado foi ainda mais meritório por ter sido obtido por um time com cinco desfalques. Para domingo, contra o Goiás, na Arena, a situação será ainda pior, pois apenas Douglas, que estava suspenso, retornará. Galhardo, Edinho e Pedro Rocha, que receberam o terceiro cartão amarelo, aumentarão o número de jogadores que estarão de fora da partida. Porém, o Grêmio tem provado sua capacidade de superar os obstáculos. Contra todo o ceticismo que o circunda, está fazendo boa campanha em duas competições paralelas. A Libertadores está muito próxima, e a possibilidade da conquista de um título nacional, em qualquer das duas disputas, começa a ficar palpável.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Humilhação

O Inter goleou o Vasco por 6 x 0, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. Mais que uma goleada foi uma humilhação que o Inter impôs ao Vasco. Essa é a maior derrota do Vasco na história do Brasileirão. Agora, não há mais dúvida de que o Vasco será rebaixada para a Segunda Divisão pela terceira vez em sete anos. Uma situação constrangedora para um clube de tantas glórias. Diante de um adversário tão frágil, o Inter "deitou e rolou". O primeiro gol veio antes dos 10 minutos do primeiro tempo, que terminou com o placar de 2 x 0. No segundo tempo, o Inter amassou o Vasco, com direito a dois golaços, marcados por Valdívia e Nílton. Precisando recobrar-se da goleada que lhe foi imposta pelo Avaí, o Inter encontrou no Vasco o adversário ideal. A vitória, em termos de perspectiva na competição, não significou muito, mas serve para desanuviar o ambiente. A próxima partida, no entanto, contra o São Paulo, no Morumbi, terá um grau de dificuldade bem maior. A rigor, o Inter tem pouco a fazer na disputa. Seu foco deve se voltar para a Copa do Brasil, onde tem chances de ser campeão.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

O ocaso dos grandes técnicos

A demissão do técnico do Cruzeiro, Vanderlei Luxemburgo, ontem ocorrida, é mais uma evidência de que os grandes nomes da profissão no Brasil enfrentam um processo de acentuada decadência. Até pouco tempo atrás, Luxemburgo compunha, junto com Felipão e Muricy Ramalho, o trio dos maiores técnicos do futebol brasileiro. Luxemburgo ainda detém o maior número de títulos do Campeonato Brasileiro, num total de cinco. Felipão, entre tantas conquistas que obteve, ostenta a glória de ter sido campeão de uma Copa do Mundo. Muricy, entre outros feitos, ganhou três edições do Brasileirão de forma consecutiva. Porém, o tempo passa para todos, e, agora, eles vivem o seu ocaso. Felipão, depois da conquista da Copa das Confederações, disputa na qual o empenho dos participantes não é dos mais intensos, afundou na Copa do Mundo de 2014 com a goleada de 7 x 1 sofrida pela Seleção Brasileira diante da Alemanha. Dois anos antes, no Palmeiras, embora tivesse sido campeão da Copa do Brasil, pediu demissão para evitar ficar marcado pelo rebaixamento do clube para a Segunda Divisão, o que acabou acontecendo quando Gílson Kleina já estava em seu lugar. Seu último trabalho, no Grêmio, foi muito ruim. Agora, foi para a China, onde o baixo nivel técnico do futebol local e a alta remuneração que recebe lhe permitirão esticar uma carreira que parecia condenada ao encerramento. Muricy, cujo rendimento já vinha caindo, teve de parar temporariamente de trabalhar, esse ano, por problemas de saúde. Pretende voltar em 2016, mas não se sabe se conseguirá retomar o nível anterior de seu desempenho, nem se sua saúde lhe permitirá trabalhar plenamente. Luxemburgo já está há mais de dez anos sem realizar um grande trabalho. Seu retrospecto mais próximo tem sido muito ruim. Suas recentes passagens por Grêmio, Fluminense e Flamengo não foram boas, e, no Cruzeiro, sua trajetória foi desastrosa. Provavelmente, depois de tantos insucessos seguidos, permanecerá um bom tempo fora do mercado. As carreiras, mesmo as mais bem sucedidas, obedecem a um ciclo, composto de ascensão, apogeu, e decadência. Com os grandes técnicos de futebol não é diferente.