sábado, 28 de março de 2015

Descaramento

Em termos de descaramento e má-fé, a revista "Veja" é imbatível. A publicação pratica um jornalismo panfletário, que distorce a verdade conforme as suas conveniências, e o faz sem o menor pudor. Em sua mais recente edição, "Veja" sustenta que a manutenção do Brasil, por parte da agência de classificação de crédito americana Standard & Poor's, como país confiável para os investidores, se deveu à indicação de Joaquim Levy para o cargo de ministro da Fazenda, e aos primeiros efeitos dos duros ajustes por ele implantados na economia. Essa afirmação é muito semelhante a que a mesma revista fazia quando o Brasil viveu uma fase de esplendor econômico durante o governo Lula. Para "Veja", isso não era mérito do governo petista, mas, sim, um efeito da manutenção dos postulados econômicos da administração FHC. Convenhamos, isso é tão aceitável como se admitir a existência do Papai Noel e do Coelhinho da Páscoa. A revista se nega, peremptoriamente, a reconhecer qualquer mérito em governos do PT. Os acertos, quando inegáveis, são atribuídos a outros. Os erros são maximizados e transformados em "os maiores escândalos da história do país", como são rotulados os casos "mensalão" e "petrolão", sem que se saiba qual é o método aferidor que se pode usar para se chegar a essa definição. Sim, pois, num país, historicamente, marcado pela corrupção e eivado de escândalos, como se pode estabelecer qual deles é o maior? A manutenção da avaliação de crédito do Brasil é uma vitória do governo Dilma, para decepção dos que apostavam no seu rebaixamento, como é o caso da própria "Veja". Mais uma vez, "Veja" apostou no pior, e, novamente, perdeu. Não adianta tentar imputar a figuras isoladas, por quem a publicação nutre admiração, um mérito que é do governo brasileiro.