sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Episódio lamentável

Num dia como o de ontem, muito tumultuado no futebol brasileiro, com a demissão de técnicos, um fato se sobrepôs aos demais pelo que apresentou de quebra dos mais básicos princípios de profissionalismo e civilidade. A atitude do jogador Paulo Henrique Ganso, do Fluminense, ao ser substituído, chamando o técnico Oswaldo de Oliveira de "burro para c... ", constitui-se num episódio lamentável, que evidencia, mais uma vez, a falta de profissionalismo no futebol brasileiro. Os clubes brasileiros dispensam um tratamento aos jogadores que favorece a que se comportem como meninos mimados, incapazes de administrar qualquer contrariedade. No caso particular de Paulo Henrique Ganso, seu comportamento, ao longo da carreira, é o de alguém que se julga muito melhor do que realmente é, e que, invariavelmente, tem frustrado os clubes que apostam no seu futebol. A reação de Oswaldo de Oliveira, chamando Ganso de "vagabundo", embora também seja pouco educada, justifica-se, em parte, pela agressão sofrida, e, em termos de conteúdo, não chega a faltar com a verdade. Ganso, afora o período inicial de sua carreira, no Santos, quando teve a companhia de Neymar, nunca mais voltou a exibir um grande futebol, mas comporta-se como se fosse um craque, embora seja um jogador lento e descomprometido. O gesto obsceno de Oswaldo de Oliveira em direção à torcida do Fluminense é deplorável, e talvez explique a sua demissão, ocorrida hoje. Porém, Paulo Henrique Ganso também deveria ser dispensado pelo Fluminense. Ao contemporizar com o jogador, o Fluminense colabora para a perpetuação da falta de profissionalismo no futebol brasileiro.