sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

O imposto do pecado

O execrável ministro da Economia, Paulo Guedes, não se cansa de propor medidas para infernizar a vida das pessoas. Guedes, agora, sugeriu a criação do "imposto do pecado", aumentando a taxação sobre itens como cigarros, bebidas alcoólicas e açúcar. São substâncias nocivas à saúde e, em princípio, seria adequada uma taxação maior sobre elas. Só que na lógica neoliberal tudo se resume a uma questão financeira. Conforme Guedes, ao insistir em consumir esses produtos, mesmo com preço mais alto, a pessoa estaria pagando pelos gastos futuros que o governo terá de fazer com os problemas de saúde que elas virão a ter. Portanto, o que Guedes deseja não é melhorar a saúde da população, mas evitar que o governo tenha de dispender recursos nessa área, o que é uma de suas obrigações. Guedes, e os que pensam da mesma forma, só se preocupam em eliminar os déficits do governo. Uma medida como essa iria, mais uma vez, penalizar os mais pobres. O ministro abriga-se no falso moralismo tão ao gosto dos evangélicos para cobrar mais impostos de uma população já depauperada. Para Guedes, tudo é uma questão de números, pessoas são secundárias. Sob a capa de desestimular o consumo de produtos nocivos à saúde, Guedes viu uma oportunidade de arrecadar mais, e ainda tem o desplante de dizer que é justo que quem consuma tais itens pague ao governo pelos problemas de saúde adquiridos em função disso. Essa dever ser mais uma das propostas de Guedes que não saem do papel, mas o ministro prosseguirá a buscar meios de atazanar a vida dos pobres e aumentar os ganhos dos ricos.