segunda-feira, 3 de outubro de 2016

As mudanças na Libertadores

A decisão da Conmebol de conceder sete vagas para o Brasil na Libertadores, ontem anunciada, é mais um passo na descaracterização que essa competição vem sofrendo há alguns anos. Antes uma disputa de acesso restrito, onde só tomavam parte os campeões e vices de cada país ou vencedores de competições seletivas, a Libertadores vem franqueando acesso para clubes de campanhas medianas nos seus campeonatos. Os clubes brasileiros, é claro, irão festejar a medida, mas ela não é boa para o nível da competição. O mesmo já ocorreu com a Champions League. Na verdade, o que há por trás dessas decisões é o interesse financeiro. Privilegia-se a participação dos clubes de maior expressão, sem levar em conta o mérito técnico, que deveria ser preponderante. Reservar vagas para sete clubes brasileiros vulgariza o acesso para a competição, e contribui para diminuir a sua qualidade. A ampliação da disputa da competição, que irá de fevereiro a novembro é uma tentativa de emular a Champions League. Outro item claramente copiado da competição europeia é a ida dos terceiros colocados da fase de grupos da Libertadores para a Copa Sul-Americana, no mesmo ano. Até a decisão em jogo único, com o local escolhido com meses đe antecedência, foi cogitada. As mudanças na Libertadores estão sendo festejadas por muitos, mas elas rebaixam o nível técnico da competição.