segunda-feira, 16 de maio de 2011

O terceiro turno da eleição

A revista "Veja", de linha editorial claramente neoliberal, dedica-se, há anos, a tarefa de combater tudo que entenda ser de esquerda. Suas matérias procuram incutir nos leitores o temor de uma "sovietização" do Estado brasileiro, com a abolição da democracia e da liberdade de imprensa. Os partidos e políticos de esquerda, principalmente os do PT, são retratados em suas páginas como criminosos liberticidas. Apesar de todo o empenho da publicação, Luiz Inácio Lula da Silva elegeu-se duas vezes presidente da República e fez sua sucessora no cargo, Dilma Roussef. O fato não foi bem assimilado pela revista que, parece, resolveu criar uma espécie de terceiro turno da eleição, aludindo a supostas conexões do governo petista com as organizações terroristas Al Qaeda e Farc. Nem o fato de que na prática, nos oito anos de governo de Lula, nada foi feito que comprometesse os fundamentos do Estado democrático de direito, é levado em conta por "Veja". A publicação insiste em sustentar que o governo quer silenciar a imprensa, dominar o aparelho de Estado, eternizar-se no poder. O conteúdo das matérias das últimas ediçoes, de tão delirante, se encaminha para o folclórico. Infelizmente, para os seus editores, todo esse empenho de convencimento da revista tem se revelado de efeito nulo. Lula, apesar de toda a carga desferida pela publicação contra ele, tornou-se o presidente de mais altos índices de popularidade da história do país. Sua sucessora no cargo, Dilma Roussef, vai pelo mesmo caminho. "Veja" criou uma realidade paralela, tentando estabelecer um terceiro turno de uma eleição já encerrada.  Enquanto isso, na vida real, fora das fantasias tresloucadas da revista, a oposição se mostra cada vez mais desarticulada, e o partido mais à direita do espectro político, o DEM, caminha para a extinção. A vontade do eleitor é soberana e ele não se deixa assustar por falsos fantasmas.