sábado, 17 de setembro de 2022

A afirmação do futebol feminino

O futebol feminino sempre enfrentou fortes barreiras no Brasil. Durante décadas, sua prática era, absurdamente, proibida por lei. Só começou a existir, de uma forma mais efetiva, na década de 80, enquanto na Europa e Estados Unidos o processo já havia sido deflagrado anteriormente. A falta de apoio institucional fez com que o futebol feminino custasse a engrenar no país. Porém, esse quadro mudou quando, há poucos anos, a CBF começou a olhar a modalidade de forma mais profissional. A Seleção Brasileira de Futebol Feminino ganhou mais estrutura, e hoje é treinada por uma técnica estrangeira multicampeã. Os clubes foram obrigados a criar um departamento da modalidade, o que favoreceu o surgimento de competições e despertou o interesse da imprensa. Aos poucos, o público interessado no futebol feminino aumentou, e amanhã essa condição chegará ao ápice. O primeiro jogo da decisão do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino entre Inter e Corinthians, no Beira-Rio, deverá ter um público de 40 mil pessoas, praticamente lotando o estádio. Será o maior público da modalidade, até agora, em 2022, no Brasil, e superior ao da maioria dos jogos do Inter no futebol masculino. A afirmação do futebol feminino no Brasil é ainda mais significativa por se tratar de um país machista e misógino. Representa mais uma vitória feminina sobre o atraso e a opressão.