quinta-feira, 5 de abril de 2018

A rapidez de Moro

A determinação da prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, feita, hoje, pelo juiz Sérgio Moro, escancara ainda mais o quão arbitrária e infundada é a sua condenação. A rapidez de Moro, ou celeridade, no linguajar jurídico, na expedição da ordem de prisão de Lula, surpreendeu a todos, dentro e fora do meio em que atua, pois, de acordo com a normalidade, a medida só deveria ocorrer na próxima semana, ou até mais adiante. No texto da ordem de prisão, Moro argumenta contra a "patologia protelatória" na execução da pena. Porém, quem parece acometido de severa patologia é o próprio Moro. Transformado em "herói" da direitalha boçal brasileira, Moro tornou-se uma "celebridade" entrando para o mundo dos famosos pela porta dos fundos. Na verdade nua e crua dos fatos, Moro é um inexpressivo juiz de primeira instância, de currículo medíocre, que "levou bomba" repetidas vezes no exame da OAB, e que, conforme foi visto numa recente edição do programa "Roda Viva", da TV Cultura, de São Paulo, costuma agredir o idioma pátrio impiedosamente. Escolhido a dedo pela plutocracia brasileira e seus fiéis servidores para a tarefa de destruir Lula e impedir sua líquida e certa volta ao cargo de presidente, Moro assumiu a causa de maneira obstinada, e logo contou com a adesão da classe média imbecilizada, que apoia a volta da ditadura e desfila ao lado de patos amarelos. No entanto, a história, nesses casos, é implacável. Lula já tem seu lugar assegurado na posteridade. Por mais que lhe apedrejem, é um vulto histórico, com uma biografia brilhante e singular, de um operário que chegou ao mais alto posto do país. A condição de "celebridade" de Moro, ao contrário, terá a mesma duração da de um integrante do "Big Brother Brasil".