terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Exemplos

Muitos acham um tanto exagerado o apreço que os torcedores de Grêmio e Inter têm por jogadores argentinos. Dois argentinos que estão atuando na dupla Gre-Nal no momento, no entanto, ajudam a entender o porquê desse sentimento. Kannemann, zagueiro do Grêmio, e D'Alessandro, meio-campista do Inter, são exemplos notáveis de identificação com os clubes que defendem. Ambos esbanjam raça em campo. Não economizam disposição, disputam as jogadas como um faminto em busca de um prato de comida. Kannemann, que tinha contrato com o Grêmio até 2019, ampliou-o por mais um ano,  ou seja, 2020. D'Alessandro, que chegou ao Inter em 2008, e jogou por empréstimo no River Plate em 2016, renovou contrato por mais dois anos. Deve-se destacar que o jogador já está com 36 anos. Enquanto Kannemann e D'Alessandro mostram tanto comprometimento com seus clubes, e comportam-se como se tivessem nascido no Rio Grande do Sul, Valdivia, revelado pelo Inter, foi emprestado ao Atlético Mineiro depois de dizer que não queria disputar o Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. Numa época de extremo mercantilismo no mundo do futebol, Kannemann e D'Alessandro ainda se comportam á moda antiga e mostram "amor á camiseta". Comportam-se quase como torcedores dentro do campo. Não é á toa, portanto, que os torcedores de Grêmio e Inter gostam tanto dos jogadores argentinos. Eles entregam o que prometem, e às vezes até superam as expectativas. Há exceções, é claro, mas elas não são suficientes para diminuir o cartaz dos jogadores do país vizinho com as torcidas dos dois maiores clubes do Rio Grande do Sul. Kannemann e D'Alessandro são a prova de que o profissionalismo não é incompatível com a entrega total em campo. São modelos que deveriam ser seguidos por todos que abraçam a carreira de jogador de futebol.