segunda-feira, 11 de junho de 2012

O craque ainda faz a diferença

Os apologistas do "futebol de resultados" costumam afirmar que o mesmo é um esporte coletivo, e que essa noção deve pairar acima do culto à individualidade. Por essa visão, a disciplina tática, o senso coletivo, o esforço conjunto, a divisão de tarefas entre os jogadores, são mais importantes que o brilhantismo técnico de um ou outro integrante do time. Conversa fiada! O que sustenta a paixão por qualquer esporte são os ídolos, e eles se caracterizam por serem diferenciados dos demais. Alguns jogos, nos últimos dias, tem reafirmado essa verdade. No sábado, a Seleção Brasileira perdeu para a Argentina por 4 x 3. A equipe brasileira não foi inferior à sua adversária, mas esbarrou na magnífica atuação de Messi, que fez três gols e desequilibrou o jogo. Hoje, na partida Ucrânia x Suécia, estréia das duas seleções na Eurocopa, a importância dos craques foi, novamente, posta em evidência. Ucrânia e Suécia possuem equipes modestas, com poucos destaques individuais, mas cada uma delas apresenta um astro em sua escalação. Na Suécia, o grande nome é Ibrahimovic, de 30 anos, ainda em alto desempenho na carreira. Na Ucrãnia, o maior nome é Shevchenko que, aos 35 anos, adiou sua aposentadoria, a pedidos, apenas para participar da Eurocopa que, em 2012, é sediada conjuntamente por seu país e pela Polônia. O jogo de hoje terminou com a vitória da Ucrânia sobre a Suécia por 2 x 1. A Suécia saiu na frente com um gol de Ibrahimovic. A Ucrânia virou com dois gols de Shevchenko. Como se vê, foram justamente os dois jogadores de maior prestígio entre os presentes em campo que construíram o placar da partida. Por mais bem treinado que seja um time, por mais disciplina tática que possua, ele pouco conseguirá se não tiver entre seus integrantes um ou mais jogadores que façam a diferença. O próprio Barcelona, time que se tornou a sensação dos últimos anos, pratica um futebol coletivamente admirável, mas não teria obtido metade de suas conquistas se não contasse com um jogador extraordinário como Messi, o mesmo que desequilibrou a partida Seleção Brasileira x Argentina, no sábado, conforme referi acima. Os esquemas se modificam, a preparação física torna-se cada vez mais intensa, mas, para sorte dos amantes do bom futebol, o talento continua a ser preponderante.